Quando você procura por cursos de liderança na internet, o que encontra basicamente são cursos de gestão de equipes. Só uma diferença aqui ou ali na metodologia. No entanto, existem três tipos de treinamentos inusitados, que não exigem estar dentro de uma sala de aula tradicional, muito menos se sentar na frente de um computador em casa. O primeiro deles a gente acredita que você já suspeitava ser eficaz para desenvolver a liderança, mas os outros dois vão te pegar de surpresa! Confira:
Liderança com teatro
Não há palco ou espectador que exija melhor atuação do que o seu time e os seus clientes. Por isso um número cada vez maior de executivos tem procurado cursos de liderança com teatro como reforço da sua formação. “O que mobiliza uma plateia é o mesmo que mobiliza uma equipe: o quanto há de encantamento e paixão na fala. O que comunica de fato é o sentimento”, diz Nany di Lima, atriz profissional e professora do curso Teatro para Executivos da FAAP, onde recebe de executivos de finanças, TI, recursos humanos e consultores até médicos. O objetivo é o mesmo: melhorar a comunicação (corporal ou discursiva) para encantar a equipe de trabalho, clientes e se destacar. Dentre os aprendizados apontados pelos executivos em reportagem da revista Época Negócios, estão:
- Criatividade: Mesmo um texto repetido à exaustão tem de ser recriado, trazer elementos novos para transmitir a sensação do novo.
- Foco: Conciliar discurso, linguagem corporal e impostação de voz exige que o ator/a atriz esteja muito concentrado(a).
- Comunicação: Um executivo deve se comunicar de forma objetiva e precisa a todo momento. O improviso treinado inúmeras vezes no teatro confere jogo de cintura no dia a dia das empresas.
- Autocontrole: O ator/a atriz ganha maior consciência do que está sentindo. Esse treino garante um maior controle na hora de reagir a uma situação de estresse, por exemplo.
- Empatia: Ao interpretar um personagem, o ator/a atriz assume uma visão diferente da sua, coloca-se no lugar do outro. É isso que lhe dá uma maior consciência de si mesmo, do outro e do todo. Uma arma e tanto na hora de negociar ou barganhar na empresa.
Liderança com cavalos
Fernando Rolim, médico veterinário e domador, trouxe a técnica “Doma Racional” dos EUA, onde já é amplamente usada em processos de coach. Ele explica que “o cavalo reage sem filtros e, por isso, é possível ver com transparência a forma de interação do líder frente à equipe. O feedback com o cavalo destaca nossos pontos fortes e fracos”. Além disso, mais de 90% da comunicação humana é não verbal e é por isso que muitos de nós não se lembram do que aprenderam quando são usados métodos de ensino tradicionais. A melhor forma de aprender é fazendo, e como cavalos não falam, o único meio de se comunicar com eles é por meio da ação:
- Cavalos vivem em grupo e cada um tem seu líder, que firma sua autoridade, orienta o rebanho e os mantém seguros. Para guiar um cavalo é necessário demonstrar seu papel de uma forma não verbal e não agressiva e observar atentamente a forma como ele responde.
- Quando um novo grupo de cavalos se encontra pela primeira vez, há muita disputa, mas quando a poeira baixa é sempre o cavalo que conseguiu preservar sua energia que emerge como líder. Eles podem afirmar a sua autoridade com um simples movimento de orelha ou acenando com a cabeça.
- Cavalos estão sempre conscientes do seu ambiente porque usam plenamente seus sentidos. Por isso, passar um tempo com cavalos te ajudará a desenvolver sua habilidade de perceber o clima da situação e dar orientações e limites claros em um ambiente de respeito mútuo e compreensão.
Maria Dalva Oliveira, que ministra o curso com Fernando Rolim, complementa: “A liderança é conquistada com respeito dos outros, mas o respeito ao outro tem que vir primeiro”.
Liderança ao ar livre
Este curso de três anos é oferecido pela Universidade de Cumbria, Inglaterra, inclui atividades como escalada, caminhadas até mesmo por desfiladeiros, caiaque, canoagem, vela, espeleologia (exploração de cavernas), mountain bike, técnicas de resistência ao frio e de sobrevivência na selva (“bushcraft”), além de aulas de educação ambiental. O programa traz novos módulos a cada ano, que irão desenvolver as habilidades, os conhecimentos e os comportamentos necessários para líderes trabalharem em equipe. No terceiro ano do curso, é possível ainda se tornar instrutor(a) da turma. Dentre os depoimentos dos alunos, um deles diz que: “Liderança e trabalho em equipe andam de mãos dadas e eu descobri que a garantia de equilíbrio cria um excelente ambiente de trabalho. Fiz amigos que conservo até hoje”. O outro confessa que teve experiências que jamais teria de outra forma e conclui: “sem tentar coisas novas, como mountain bike e visita às cavernas, eu não seria quem sou hoje”.
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