Donos e Gerentes, vocês estão enxergando ou fazendo vista grossa?

*Post escrito por Franklin Valadares, CTO e co-fundador do Runrun.it, originalmente publicado no Linkedin.

 

Se você gerencia uma equipe ou é dono de uma empresa cujo principal recurso é o trabalho intelectual de pessoas, você sabe o que estou dizendo: o que essa tchurma está fazendo? Estão todos realmente focados no que foi combinado? Estou ganhando ou perdendo dinheiro com meus clientes? E, afinal, o serviço que eu entrego os deixa felizes?

A frustração na gestão de pessoas é algo que muitas vezes me fez pensar em largar tudo e ser artista. Teria eu algum talento pra viver de arte? Bom, meio artista todo mundo é, não é verdade? Como rodar todos aqueles “pratinhos chineses” na empresa? O que mais frustra é que existe uma grande diferença entre a expectativa que temos sobre o engajamento das pessoas com determinados assuntos, tarefas ou projetos e o que acontece na prática.

Como donos ou gerentes sêniores, provavelmente temos um grau avançado de compromisso com nossas atividades. Afinal, não chegamos até os postos atuais por viver de brisa. Ok, alguns podem ter sido empurrados por algum apadrinhamento ou sobrenome. Mas são exceções. Nós, do Partido Pela Entrega do Que Foi Prometido, ficamos felizes quando o fruto do nosso esforço ajuda a empresa rumo aos objetivos traçados. Mas nos frustramos muito quando o potencial de alguém fica escondido atrás de preguiça, bagunça, desorientação ou, nos piores casos, malandragem.

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“Já motivei pessoas fantásticas a saírem da companhia.
E não foi simplesmente mandando embora.”

 

Em diversos momentos da minha carreira, construindo equipes e empresas, já motivei pessoas fantásticas a saírem da companhia. E não foi simplesmente mandando embora. Muitas vezes foi tentando ajudar as pessoas a olhar com coragem para os seus sonhos. Muitas pessoas veem seus trabalhos como uma espécie de dívida que têm que pagar para perseguir seus sonhos. Errado! Elas estão perdendo tempo! Serão felizes sem sofrimento, ganhando muito, pouco ou nada. Daqui um tempo, nem perceberão que estão trabalhando e terão mais sucesso do que imaginavam. Agora, pense bem, sempre digo na etapa final de contratação: “Se ficar, aceite o trabalho para o qual se aplicou, pense que você possui as capacidades que estávamos buscando e que um bocado de gente gastou tempo e dinheiro para te colocar para dentro. Seja responsável”.

E aí, meu caro colega, entra a complexidade do dia a dia. As empresas crescem, diminuem, ficam mais chatas, mais legais. As pessoas mudam de ideia, a economia melhora, piora. São fatores internos e externos que influenciam diretamente a motivação geral das pessoas em todas as direções. Seus soldados mais fiéis são automotivados, resilientes e confiáveis, mas não são suficientes para manter toda a tropa coesa na direção que você precisa. É preciso controlar, em algum nível.

“É preciso controlar, em algum nível.”

 

Alguns podem dizer que estamos em um outro mundo. Que as novas gerações necessitam da confiança dos seus chefes. Que o trabalho remoto é uma tendência sem volta e prova que a confiança é o melhor remédio. Eu, fã da liberdade vigiada, comecei a investigar os sistemas que controlam o trabalho remoto dessas novas categorias de trabalhadores, a “Gig-Generation”, e a surpresa não foi boa. Percebi que muitos sites especializados em distribuir trabalhos temporários exigem o uso de softwares de controle do que a pessoa está fazendo tirando fotos da tela, medindo a atividade do mouse e do teclado, filtrando o conteúdo trafegado pela conexão da internet etc. E a Inteligência Artificial nem chegou pra valer.

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Talvez o caminho do meio seja a melhor resposta. Nem confiar 100% e só perceber que algo está errado quando há uma demissão, nem controlar milimetricamente, sabendo quantos minutos o coitado gastou fumando cigarros do lado de fora da firma. Na minha opinião, é preciso usar a tecnologia e os princípios ágeis para garantir cadência, mensurar a produtividade, deixar as prioridades muito claras e comemorar as entregas. Mas fique de olho. Como gestor sênior ou dono, seu principal papel é construir uma equipe responsável, resiliente e motivada! Caso contrário, sua visão será apenas uma visão – míope, provavelmente.


Meu nome é Franklin Valadares, sou co-fundador do Runrun.it, um software de gestão de projetos, tarefas e o fluxo do trabalho que ajuda gestores e donos de empresa a manter a equipe no rumo certo e os clientes lucrativos. Se você ainda está nos post-its (digitais ou de papel), dá uma olhada no Runrun.it. Acho que pode ajudar.

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