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Gestão do conhecimento: Seu modelo de pensamento está obsoleto?

Você deve concordar que atualmente nenhum profissional, em seu pleno juízo, consideraria baixar a mais recente versão do Photoshop em um computador com sistema operacional Windows 98. Acontece que, da mesma forma que os sistemas operacionais dos computadores, nosso sistema operacional mental também precisa de um upgrade, ou pode acabar obsoleto. Isso significa que para uma boa gestão do conhecimento, precisamos encontrar novas formas de ver e de conceber a realidade, de maneira que nós possamos compreender melhor as situações complexas que vivenciamos. Para fazer esse upgrade do modelo de pensamento, propomos que você conheça um novo sistema mental, conhecido como Holonomic Thinking.

Levando o conceito de modelo de pensamento obsoleto para o universo dos negócios, a falta de atenção aos aspectos intangíveis de uma empresa – que não podem ser mensurados de maneira quantitativa – demonstra uma carência de percepção mais completa da realidade. Isso se deve ao fato de utilizarmos basicamente o processo lógico-analítico para olhar e decifrar o mundo. Entretanto, a realidade cada vez mais complexa exige a atualização dessa maneira de ver.


“Não é segredo que o setor privado, em sua maior parte, está menos preparado do que deveria para enfrentar a evolução dos desafios impostos dia após dia”


Não é segredo que o setor privado, em sua maior parte, está menos preparado do que deveria para enfrentar a evolução dos desafios impostos dia após dia. A principal razão estaria no modelo de pensamento vigente, muitas vezes, nutrido por uma visão simplista, em vez de ampla e arejada, pouco disposta a questionar o que está consolidado.

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A Gestão do Conhecimento Holonômico

Um modelo mental, em poucas palavras, é a forma como um ser humano tenta explicar o mundo real. O que torna o conceito de Holonomic Thinking radicalmente diferente do que se conhece como modelo mental é o seu preceito de que é possível expandir a consciência de analítica para intuitiva.

Ou seja, é possível adquirir um modo de pensar que não apenas entende as partes do todo, mas que busca um nível mais profundo e intuitivo de percepção, e consegue entender relações, fazer associações e reconhecer processos dentro de um sistema.

O pensamento holonômico é também um modo de consciência que, enquanto aceita a importância dos aspectos analíticos, lógicos e simbólicos de nossas mentes, também aceita a intuição, as sensações e os sentimentos, permitindo encontrar e compreender os sistemas em sua totalidade.

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Reprodução de Imagem – Holonomics: Business Where People and Planet Matter

 

No livro Holonomics: Business Where People and Planet Matter, os autores Simon e Maria Robinson revelam que pensar de forma holonômica é oposto a pensar de forma mecânica. O objetivo da obra não é apenas apresentar este elegante modelo do pensamento, mas também dar exemplos que conscientizem os leitores de um conjunto de ideias que normalmente não são discutidas nesse arranjo.


“Alguém deve olhar o todo e, ao fazê-lo, estar preparado para descobrir surpresas e comportamentos inesperados que surgem”


Para os pesquisadores, o conceito do pensamento holonômico envolve a análise do ciclo de vida, do pensamento sistêmico, a interconexão, a filosofia, a alfabetização, a física e a biologia, todas aplicadas aos negócios – reunidos de uma forma que abra os olhos dos profissionais de dimensões incomuns de pensamento que poderiam ter aplicações muito práticas. 

O primeiro desafio para a nossa maneira de pensar, então, é mudá-la do pensamento mecanicista e limitante (dominante na maioria das sociedades) para o pensamento sistêmico e abrangente.

Formigas e cupins e sua lição holonômica

Um dos estudos citados no livro examina insetos sociais, como formigas e cupins, justamente para ilustrar como a falta de pensamento sistêmico, geralmente, é confrontada com paradoxos inesperados.

Formigas e cupins têm um cérebro minúsculo e, portanto, seu comportamento individual pode ser visto como extremamente primitivo, até mesmo caótico. Difícil descrevê-los como inteligentes e organizados, com base em uma visão isolada. Mas quando o estudo se dedica a analisar o comportamento desses insetos em conjunto, eles são vistos sob uma ótica muito diferente, capaz de explicar suas realizações extraordinárias.


“O primeiro desafio para a nossa maneira de pensar, então, é mudá-la do pensamento mecanicista para o pensamento sistêmico”


Com este exemplo chegamos a compreender a importância de olhar para os problemas de forma holonômica: é o único modo de entender um sistema complexo. “Alguém deve olhar o todo e, ao fazê-lo, estar preparado para descobrir surpresas e comportamentos inesperados que surgem”, afirmam os autores.

Essa percepção da “integridade” (do todo) vem tanto da Ciência quanto da Arte. Ao perceber fenômenos, os princípios de organização surgem na imaginação, em um lugar de autêntico “pertencimento”. Quanto melhor conseguirmos enxergar onde há esse “pertencimento”, melhores nossos modelos mentais serão. Haverá um feedback eficaz e nos tornamos mais conscientes do nosso próprio pensamento, e também dos processos mentais e das nossas experiências.

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A Prática da Liderança via Pensamento Holonômico 

Um dos grandes problemas enfrentados pelas organizações reside no fato de as pessoas estarem convencidas de que a forma como veem a realidade é certa e única. Raramente consideramos que pode haver pessoas com experiências radicalmente diferentes das nossas e que, por isso, compreendem situações complexas e problemas de forma totalmente distinta de como os concebemos.

No entanto, uma organização que encoraja o holonomic thinking em sua equipe, como aliada da gestão do conhecimento, apresenta líderes com a habilidade de ascender na “escalada de visão”. (Aliás, entenda como aprimorar a gestão do conhecimento na sua empresa). O motivo é que sua forma de tomar decisões e buscar soluções emerge não de um modelo mental dominante e colonizador sobre os demais, mas advém da tentativa de capturar as diferentes formas de pensar e ver. O que só pode ocorrer por meio de um diálogo genuíno e frequente.

Para que esse diálogo ocorra, os pesquisadores desenvolveram um passo a passo didático. Primeiro, reúna um grupo para conversar sobre algum problema. Durante o diálogo:

1. Evite definir um líder;
2. Evite julgar e se defender;
3. Não busque um “vencedor”;
4. Valorize o modelo mental das outras pessoas;
5. Sinta-se como parte de um grupo, e
6. Considere as soluções que emergem do diálogo com todos.

Para praticar esse diálogo, digamos, genuíno, comece escolhendo algum tema pouco controverso. A partir do momento em que esses seis passos acima estiverem já incorporados, avance para questões e tomadas de decisão mais críticos.


“Uma vez capaz de ver o todo, os processos, as dinâmicas e o significado dos sistemas, você poderá alcançar uma compreensão mais profunda do mundo e dos negócios”


Um exemplo inspirador de aplicação do pensamento holonômico à liderança aparece nas palavras de Sergio Chaia, ex-presidente da Nextel Brasil. Ele argumenta que a organização ideal não existe, porque tudo está sendo transformado e está sempre evoluindo. Tudo pulsa em cada momento e por sua vez; e, como tudo está mudando, assim também o padrão de ideal não é algo constante. Uma vez que o ideal tem uma característica mutante, a organização ideal também deve ter a competência de constante mutação.

Diante da realidade nada simples, o que o holonomic thinking propõe é ver as dimensões de um sistema complexo que uma empresa é, sem receio e sem limitações, e de forma mais abrangente. Uma vez capaz de ver o todo, os processos, as dinâmicas e o significado dos sistemas, você poderá alcançar uma compreensão mais profunda do mundo e dos negócios. E assim, deixará de ver os elementos de uma empresa de forma isolada, mas sim como um organismo vivo, onde as pessoas realmente importam.

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