Sílvio Celestino

Sílvio Celestino: Sua empresa não precisa de super-heróis

*Por Sílvio Celestino

 

Que tipo de profissional a sua empresa reconhece? Aquele que trabalha até tarde, que sempre é chamado para resolver tarefas urgentes, e que sem ele a equipe fica perdida? Se esse é o perfil que a diretoria e os colaboradores valorizam, muito cuidado. Porque se o “bombeiro” falhar, quem evitará que toda a companhia pegue fogo? Assim como nos quadrinhos, quando as pessoas dependem de super-heróis, é sinal de que algo vai muito mal. E, no caso da sua empresa, precisar de um profissional super-herói é sinal de que algum desastre está acontecendo na gestão. Do que você precisa, afinal: de um bombeiro ou de um gerente de segurança?

 

O bombeiro

Pode haver dois tipos de “bombeiros” na sua equipe: o técnico e o gerente – e você pode ser um deles. Tudo bem, para ambos os casos existe uma saída. Se o “bombeiro” é um técnico, seu gerente deve orientá-lo a diagnosticar o motivo de tantos problemas em série. Será que não se trata simplesmente de começar a obedecer ao planejamento e administrar melhor a agenda? Agora, se o “bombeiro” é um gerente, é necessário que este profissional revise três das competências de um líder: planejar, delegar e monitorar. Afinal, seguindo um plano de ações, um gerente delega tarefas e acompanha o seu andamento, para chegar, no momento certo, ao resultado desejado.

 

O gerente de segurança

É claro que há momentos em que as operações crescem mais que o esperado, ou mesmo um imprevisto causa uma sobrecarga momentânea de trabalho. O que não pode ocorrer é esse comportamento de bombeiro se tornar rotina. Afinal, quem tem maiores condições de evitar que o incêndio comece não é o bombeiro, tampouco um super-herói, e sim o gerente de segurança. Em nossas empresas, é neste segundo tipo que precisamos investir, para criar um gestor preparado, capaz de prever, planejar e dimensionar equipes. Excesso de horas extras, tarefas importantes sempre virando tarefas urgentes e nenhum momento de descompressão… Tudo isso acaba expulsando bons profissionais e exaurindo aqueles que ficam. Um profissional competente precisa de tempo para repor as energias, cuidar da sua vida pessoal e se manter atualizado sobre o que acontece mundo. A empresa deve apoiá-lo nessas questões, afinal, qual o prejuízo em ter pessoas motivadas e focadas no trabalho? Nenhum.

 

Um conselho meu

Lembre-se de que incêndios acontecem, mas não sem uma quantidade infeliz de eventos e pessoas que contribuam para isso. A necessidade de um “bombeiro” na equipe, seja um técnico ou um gerente, também pode vir do fato de a equipe estar em número insuficiente de colaboradores ou ter um excesso de profissionais juniores para o porte da empresa. Isso justifica a sobrecarga daquele considerado mais experiente. De todo modo, caberá ao gerente avaliar a necessidade de contratar mais pessoas com o nível de experiência apropriado. O meu conselho é evitar desenvolver sua carreira em companhias que operam dessa maneira. E, confie: você não tem de ser super-herói algum para ter maior longevidade profissional e menos estresse.

 

silvio_celestino_blog

*Sílvio Celestino é colunista do Blog do Runrun.it, autor do livro Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira e sócio-fundador da Alliance Coaching. @silviocelestino.

 

 

 

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