Até onde o dinheiro expressa carinho?

Por Sílvio Celestino*

Em momentos de expansão econômica, algumas pessoas exageram ao usar o dinheiro para se expressar. Imaginam que sua existência é validada a partir do momento em que são capazes de presentearem a si e a seus pares, amigos, filhos e familiares. Mas a fonte de renda seca e elas se sentem menores. O diagnóstico é certeiro: materialismo crônico e falta de simplicidade no sangue. Mas é reversível.

É tudo uma questão de recuperar seu foco. Pipoca ou bolinho de chuva, em casa com a família, acalenta tantos sorrisos, boas lembranças e momentos de prazer quanto um bistrô. Só custa menos. Seu abraço não é mais frouxo se seu saldo no banco é vermelho. Sua companhia faz falta aos seus amigos, tanto na contenção, como na bonança. É, inclusive, dessa boa companhia que você sente falta e tenta compensar com presentes. Onde você queria estar agora? Por que não está? Se aquele relatório, aquela reunião, aquele e-mail são para agora, por que a sua companhia não pode ser?

É ingênuo dizer que o dinheiro não é importante, mas acreditar que só por meio dele você pode se expressar é ingenuidade maior ainda. Períodos de expansão e contração econômica fazem parte da vida, não é a vida. Aqueles a quem você ama e os que te amam valorizam sua presença criativa, ou seja, os abraços que você dá, os carinhos, os jantares a dois que você prepara, o café na cama, as risadas que você causa, as histórias que conta, os conselhos, as palavras de compreensão, de entusiasmo… Quem não quer isso mais do que tudo na vida? Você também quer isso dos outros antes do que qualquer outro embrulho. O melhor presente ainda é estar presente.

* Autor do livro Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira, Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching. No Twitter: @silviocelestino. Visite: www.alliancecoaching.com.br e www.facebook.com/AllianceCoachingBrasil.

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