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Sair de uma crise econômica é como sair de uma crise existencial

Em entrevista para nosso blog, o psiquiatra Mario Louzã, doutor pela Universidade de Würzburg, afirmou que a espécie humana, ao longo de milhões de anos, aprendeu a refletir sobre si e o ambiente profundamente, mas nem sempre encontrou respostas. Encruzilhadas, no entanto, nunca faltaram. Como exemplo, ele cita A escolha de Sofia, de 1982. O filme conta a história de uma mãe (Meryl Streep) presa num campo de concentração nazista e obrigada a escolher qual de seus dois filhos deveria ser morto, caso contrário, ambos seriam.

Fazendo um paralelo desse terrível cenário com a sua empresa e a crise econômica que enfrenta, sua escolha de Sofia está entre fazer ou não grandes cortes, cancelar ou manter projetos, demitir ou reter pessoas… Se você se pergunta como sair dessa, confira os itens a seguir. Explicamos que certas estratégias para aliviar uma aflição existencial valem também para resolver o desgosto com as finanças e a economia. Curioso(a)? Confira!

1. Compartilhe com pessoas de confiança o que está passando

“A reação humana natural à crise é o recolhimento e a introspecção”, afirma Linda Cole ao Huffington Post. Seja por orgulho ou por medo de apavorar as pessoas ao redor, você canaliza toda sua energia e seus esforços para restaurar o semblante de tranquilidade. No entanto, a credibilidade que você tenta transmitir pode cair por terra se sua equipe descobrir que você estava ocultando problemas e, por consequência, colocando em risco a carreira delas.

Pedro Braggio, formado em Ciências Contábeis e especialista em Finanças, recomenda: “nestes momentos, a pessoa deve refletir: por quais motivos estou adiando a resolução desse problema? O que ganho não resolvendo o problema? Estou repetindo comportamentos que aprendi com meus pais, professores e outras pessoas que hoje em dia não cabem mais na minha realidade?”.

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2. Entenda como as pessoas podem te ajudar

Reúna as pessoas mais próximas de você e compartilhe suas questões e propostas para combater sua crise – pessoal ou econômica. Elas poderão não só colocar à prova a força das suas ideias, como também farão outras associações e conexões entre os problemas e sua origem. Isso sem falar dos contatos que elas podem oferecer e que você não cogitou – por ansiedade ou mesmo por desconhecimento. E não se sinta constrangido por ignorar aspectos financeiros da sua empresa.

“Culturalmente”, Braggio afirma, “o brasileiro não aprende desde pequeno os conceitos da educação financeira: ter um orçamento, gastar menos do que se ganha, conferir saldo bancário semanalmente, não fazer parcelas a perder de vista. Mas isso não quer dizer que está fadado ao fracasso financeiro, segundo ele. Como escreveu o autor de As vantagens de ser invisível, Stephen Chbosky, basta que você “procure ser filtro, não esponja” e conte com sua equipe para derrubar barreiras.

3. Pense no que te faz se sentir potente

Como você pode contribuir com aqueles ao seu redor, que também estão sendo afetados pelas dificuldades, se sentindo igualmente pressionados e impotentes? Não há melhor momento para fortalecer o trabalho em equipe do que tempos de crise econômica. E, por consequência, não há melhor momento para você passar a se sentir menos como uma vítima vulnerável e mais como uma referência. Vamos a algumas dicas práticas? Marcos Sarmento Melo, mestre e professor de Finanças da UnB e do IBMEC Brasília, sugere três:

a) Levante as obrigações a cumprir. Contas em atraso, entregas a serem feitas e qualquer compromisso ainda está pendente. Relacione por ordem de prioridade os itens que provocarão maior impacto se forem negligenciados e parta para a ação.

b) Liste as obrigações pendentes de maior valor. Anote ao lado o tamanho das repercussões. Liste também as dívidas que eventualmente possua, o valor do saldo devedor e quantas parcelas estão em atraso.

c) Relacione seus recursos, renda e o tamanho do patrimônio. Nessa etapa, o objetivo é confrontar o que se tem com o que se pode fazer. Diminuir um pouco de tamanho (cortar regalias do orçamento, por ex.) para se concentrar no que for mais importante.

4. Sue a camisa e coma de tudo um pouco

Se durante uma crise existencial, é preciso se exercitar e comer bem para não se entregar à depressão, numa crise econômica, sua empresa não irá parar em pé a menos que você e seu time ocupem o tempo com trabalho duro e devore todos os dados da situação. Esse será seu sustento e seu esporte. Mas, analogias à parte, cuide de fato da sua saúde. Caminhar ou correr pela manhã, ir pedalando para o trabalho… “A endorfina liberada pela prática de exercícios te ajuda mental e emocionalmente. Seu sono melhora, seu corpo fica mais forte e você se sente no domínio das situações”, recomenda Linda Cole.

5. Reconheça que toda crise vai assim como veio

1929, 2008 e agora. Crises vêm e vão, mas nos esquecemos disso (inclusive, escrevemos um post com os aprendizados dessas outras crises). Quem garante que não haverá outras no futuro? Dizem que assim como as doenças, as crises vêm a cavalo e voltam a pé. Se de fato é assim, é preciso estar preparado. A palavra “crise” vem do grego e significa quebra, ruptura. “É representação daquilo que quebra com o que existia e não existe mais. Crises são muito mal vistas pelos estragos e perdas que causam, mas, para renovar, é preciso romper com o existente”, destaca a psiquiatra Maria Cristina De Stefano.

“O mais nocivo”, concorda Sarmento Melo, “é fazer nada, deixar que a esperança de que basta esperar que tudo se resolva conduza as ações. Os períodos de crise são importantes porque nos fazem rever quais são as prioridades e reforçam nosso compromisso com o caminho escolhido.”

Falando em prioridades…

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