“Não sou político, sou administrador”. No dia 1º de janeiro de 2017, João Doria Jr. assume a prefeitura de São Paulo, e cientistas políticos creditam a essa identificação um fator expressivo para sua vitória nas urnas. Mas um candidato a um cargo político pode não se reconhecer político? Quais são as semelhanças e contradições dessas duas posições? A partir desses questionamentos, surgiu este artigo, em que analisaremos as diferenças e semelhanças entre a gestão de negócios e a gestão política. Ou, de forma mais abrangente, o que afasta e o que aproxima um administrador de um político. Ambos parecem ter uma raiz comum.
Para o cientista político José Álvaro Moisés, da USP, em depoimento à BBC Brasil, Doria se beneficiou do fato de ter se colocado como gestor. “Com a Operação Lava Jato se confirmou a ideia de que grande parte dos políticos está ligada à corrupção. Ele foi na direção oposta”. Um ponto de vista complementar é o da socióloga Fátima Pacheco Jordão, que, em entrevista ao jornal El País Brasil, afirma que a população tem “a ideia de que é preciso um gestor com competência para gerir o Orçamento superou a ideia de que o poder público não tem dinheiro porque há muita corrupção”.
Com isso, chegamos à nossa questão inicial: Afinal, qual a diferença entre um gestor e um político?
Gestão de negócios x Gestão política
Tomando a definição dicionarial como norte, para evitar qualquer juízo de valor, “Política” é “a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados”. O termo “administração” aparece, portanto, como sinalização de que fazer política pressupõe fazer gestão. Outra definição, da mesma fonte, é a seguinte “Política é a arte de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido, influência da opinião pública, persuasão de eleitores etc”. Neste caso, podemos notar um paralelo entre as atuações de um gestor e de um político. Enquanto o político pertence e organiza um partido, o gestor pertence e organiza uma equipe; da mesma forma que, enquanto o político exerce influência sobre a opinião pública, o gestor influencia seu time.
Diferenças entre gestor e político
1. O político não pode demitir os habitantes da cidade, como pode o gestor seus colaboradores, em n situações. A complexidade de uma cidade, estado ou país a governar é muito mais ampla, não só pelo número significativamente maior de cidadãos do que de membros de uma empresa ou equipe, mas também pela diversidade de condições econômicas, interesses, comportamentos e costumes. Uma organização pode, por exemplo, fomentar uma cultura que unifique seus valores e missão, mas uma cidade precisa de diversas culturas para contemplar todos os cidadãos.
2. O foco no lucro é uma exclusividade do gestor, que presta conta a um grupo restrito de stakeholders, como os investidores. Nem sempre o político tem, digamos, esse privilégio. Pois, ainda que deva evitar ao máximo o prejuízo e o rombo das contas do seu governo, não é sua prioridade o lucro, mas realizar uma série de (promessas de) transformações que levam ao bem-estar dos cidadãos.
3. Considerado o regime democrático, um político é eleito pela maioria dos votos, oriundos da população que será governada por ele. Já no caso do gestor, não costuma ser a sua equipe quem o elege para o cargo, mas sim a diretoria que, em geral, ocupa posição hierárquica superior à do gestor.
Semelhanças entre gestor e político
1. O gestor é um político. No sentido figurado, e cotidiano, do termo “político”, um gestor também deve ser político no sentido de que, para conviver em harmonia com a equipe, e influenciar decisões, age de forma bem disposta, proativa e simpática (ou, ainda melhor, empática) com o grupo com que se relaciona e o qual pretende liderar, rumo a um sucesso comum.
2. O político é um gestor. Um político – sobretudo representante do poder Executivo, como prefeitos, governadores e presidentes – só tem a ganhar quando domina competências e conhecimentos de um administrador de empresas. Afinal, o zelo com as finanças, prazos, escopo e com a definição de uma equipe bem capacitada é universal quando se trata de um bom mandato, seja à frente de uma cidade ou empreendimento, de um país ou equipe.
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