História do trabalho: como será o nosso futuro?

A história do trabalho já passou por muitos capítulos, acompanhando a evolução da humanidade, que assimilou novas culturas e tecnologias, mudando o conceito que era considerado o “normal” e fazendo adaptações. Momentos de transição costumam ser os favoritos de muitos para análise, porém enquanto passamos por um, por vezes não conseguimos enxergar todos os detalhes, porque precisamos de tempo e distanciamento emocional para entender o que aconteceu. 

Por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus em 2020, muitas pessoas no mundo todo passaram a trabalhar de forma remota, o que causou um grande impacto em paradigmas já estabelecidos no trabalho (além do claro impacto na saúde e na economia de muitos países). Dessa forma, empresas como XP Investimentos, Google e Facebook anunciaram o trabalho remoto até pelo menos 2021 e. ao que tudo indica. vem aí a era do trabalho híbrido

De certa forma, esse tema da flexibilização das jornadas do trabalho não é uma novidade já que o próprio home office, o job sharing e o 4-day workweek já vinham sendo apontados como tendências para o futuro há algum tempo, porém essa experiência mundial acabou acelerando essas tendências, em alguns casos do dia para noite. 

Pensando nisso, é nesse momento que precisamos analisar a história do trabalho, em busca de outros momentos de ruptura para tentarmos entender o que temos pela frente. Veja o que você vai encontrar neste post:

 

História do trabalho e cultura 

Como nós já mencionamos, acima a nossa cultura e o modo de enxergar o papel do trabalho em nossas vidas mudou de acordo com os tempos. É difícil dizer quem influenciou o que primeiro, poderíamos ficar aqui tendo uma discussão “do“ovo e da galinha” por muito tempo, mas é interessante observar alguns fatos históricos que mudaram que fazem parte do nosso dia a dia até hoje. 

Até antes da pandemia algumas empresas estava discutindo a chamada “workweek”: se uma semana com 4 dias é ou não mais produtiva, se trabalhar 40 horas semanais (ou até mais em alguns países) faz diferença na produção etc. Como vamos abordar um pouco mais abaixo, a revolução industrial mudou completamente a forma de trabalho e trouxe também alguns reflexos negativos, como podemos ver no icônico filme “Tempos Modernos”, no qual Charles Chaplin interpreta um funcionário de uma fábrica e passa horas fazendo um trabalho manual de esforço repetitivo, até que ele não consiga mais parar. 

Além disso, de acordo com uma  Newsletter da Quartz, a pesquisadora e especialista em economia da Universidade College, em Londres, Judy Z. Stephenson, fez alguns estudos para estimar quanto tempo uma pessoa precisaria trabalhar no começo do ano de 1700 para viver. 

Ela usou para seus estudos o processo de construção da Catedral de St Paul’s e concluiu que, apesar de ser um longo projeto, que demorou muito para ser construído – até mesmo por se tratar de uma era pré-industrial, onde havia pouca tecnologia – a maioria trabalhava apenas o quanto queria ou o quanto era necessário, já que a maioria prestava um serviço que hoje entendemos como informal. Outros que tinham um uma relação mais sólida com os empregadores trabalhavam mais horas. 

Por outro lado, nessa época e até um pouco antes da era pré-capitalista e do surgimento da burguesia, os ricos – que em grande parte eram representados pelas monarquias – eram as pessoas que se dedicavam a tarefas que hoje consideramos lazer, como literatura, artes e discussões filosóficas, enquanto o trabalho era destinado às camadas mais pobres. 

O sentimento que temos em relação ao trabalho é completamente diferente do retratado acima, já que “quanto mais você ganha, mais sucesso você tem na vida” e “quanto mais você trabalhar, melhor você é”. Uma verdadeira mudança de paradigmas, não é mesmo? Que nesse caso, veio acompanhado do fortalecimento do capitalismo e dos avanços tecnológicos relacionados ao trabalho. 

A evolução da gestão e do trabalho nos séculos XX e XXI

Os avanços tecnológicos são diretamente proporcionais aos desafios. Por isso, nós vamos falar sobre as mudanças históricas que influenciaram a visão do trabalho e da gestão ao longo do século XX e XXI e quais são as estratégias que você pode usar atualmente, já que existem diversos métodos e sistemas de gestão que foram se adaptando de acordo com o tempo, tornando os processos menos burocráticos, fomentam um ambiente colaborativo e a comunicação transparente, mudando a visão do que consideramos uma empresa de sucesso atualmente. 

A reflexão sobre sistemas de gestão de trabalho remonta a muitos séculos atrás. Em sua famosa obra O Príncipe, o italiano Nicolau Maquiavel propôs que o medo constituía a forma mais eficaz de manipular os trabalhadores a realizarem seu trabalho. O curioso é que, mais de 400 anos depois, essa estratégia ainda seja utilizada em algumas organizações, vide aqueles gestores que se utilizam da microgestão para liderar uma equipe. 

Já, nos tempos atuais, Antonio César Amaru Maximiano, professor e pesquisador da USP, ressalta a recorrência da microgestão. No livro Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital, ele comenta sobre as organizações e as lideranças coercitivas, que ainda usam sua influência para induzir os funcionários à submissão. É muito comum que esse tipo de comando seja construído a partir da insegurança e dos conflitos nas relações. Desnecessário dizer que o resultado seja o medo do desemprego e até a estagnação profissional. 

Além disso, microgerenciar no ambiente remoto, pode ser um verdadeiro desastre, como aponta o nosso CEO, Antonio Carlos Soares, no vídeo abaixo: 

Por mais que falemos de Maquiavel, o fato é que devemos ao século XX a forma como gerenciamos o trabalho hoje. Foi quando grandes transformações atingiram organizações que ainda estão em funcionamento – pois mudou-se a estratégia de administração.

Podemos dividir essa transformação em quatro períodos diferentes:

Era Industrial Clássica

Até meados de 1950, observamos um enorme crescimento da industrialização, em escala mundial. Foi neste momento que as organizações adotaram uma estrutura organizacional burocrática, conhecida pelo formato piramidal e centralizador.

Nessa época, os cargos eram designados de maneira fixa e definitiva para que se obtivesse o máximo de eficiência do trabalhador na sua jornada. Ou seja, ele era treinado apenas para exercer uma única função de modo a rentabilizar a operação da empresa e render lucros ao empregados. A gestão via os funcionários apenas como fornecedores de mão de obra bruta para operarem as máquinas.

Era Industrial Neoclássica

Tem início após a II Guerra Mundial (de 1950 a 1990), quando tudo começou a mudar de maneira intensa e muito rápida. As transações comerciais, que eram locais, passaram a ser regionais; e as regionais viraram internacionais, o que levou a um aumento significativo da concorrência entre as empresas.

Este foi o período em que organizações passaram a incentivar a inovação, uma vez que se tratava de uma estratégia para se defender e ainda ganhar espaço diante da concorrência. Assim, o desenvolvimento tecnológico proporcionou condições para que as empresas produzissem, em grande escala, uma variedade de produtos e serviços. Resultado: o modelo clássico tornou-se obsoleto.

Era da Informação

Tudo começou a evoluir de maneira mais rápida a partir da década de 1990, quando tem início a era da internet com maior alcance. A economia, que já era internacional, passou a ser global. Chega o momento de empresas darem importância para o capital humano e para o capital intelectual. Enquanto que, até ali, a economia era majoritariamente baseada na manufatura e na exploração de recursos naturais.

A partir dessa era, os recursos mais importantes passam a ser as próprias pessoas,  seus conhecimentos e suas habilidades. Tornar esse conhecimento útil e produtivo se transformou na maior responsabilidade de qualquer gestor.

São diversos os desdobramentos dessa mudança de entendimento, mas um dos principais é que, quanto mais informação for compartilhada com as pessoas que trabalham com você, mais preparadas elas estarão para executar suas tarefas.

Trabalho híbrido 

Esse seria o momento no qual estamos vivendo atualmente, no qual nossos trabalhos foram amplamente impactos pela pandemia, e o maior experimento de trabalho remoto mundial foi realizado. 

Uma pesquisa realizada pelo Runrun.it revelou que, antes da pandemia 44% dos mais de 300 líderes e gestores entrevistados já haviam realizado trabalho remoto, mas a maioria em uma frequência de apenas 1 vez por semana (24,2%). 

Atualmente, 88% dos entrevistados está trabalhando de forma 100% remota. Uma grande virada, não é mesmo? E a tendência é que esse número continue sendo alto, mesmo após o fim da pandemia: 80% dos líderes/gestores de agências pretendem adotar o trabalho a distância em uma frequência que varia de 3 (19,6%) a 5 (17,3%)  dias por semana. 

Portanto, o que pode ser considerado o normal de uma empresa em um futuro muito próximo é o trabalho remoto 100% ou o modelo híbrido, que nada mais é do que a alternância entre os dias da semana entre trabalho presencial e trabalho remoto

Superjobs

Uma discussão recorrente ocasionada pelo desenvolvimento tecnológico: seremos substituídos por máquinas? Um novo conceito criado no século XXI tem uma resposta bem interessante para esse tipo de pergunta. 

Os superjobs, ou “superempregos” em português, foi criado pela consultoria Deloitte em seu relatório de 2019 sobre as tendências do capital humano para 2019. 

Superjobs podem ser definidos como cargos que combinam partes de diferentes trabalhos tradicionais em funções integradas, agregando habilidades essencialmente humanas às tecnologias de automação como a robótica, tecnologias cognitivas e IA. 

De acordo com a pesquisa, à medida que as máquinas assumem tarefas repetitivas e o trabalho que as pessoas realizam se torna menos rotineiro, a previsão é de que muitos dos empregos que conhecemos hoje evoluam para os chamados superjobs. Dessa forma, características essencialmente humanas (também chamadas de soft skills) começam a ganhar mais atenção, se incorporando à inteligência artificial. 

Quer entender um pouco melhor como os superjobs funcionam? Antonio Carlos Soares, nosso CEO, discutiu em um webinar esse conceito e trouxe uma resposta interessante para o questionamento acima: vamos perder nossos empregos para as máquinas? Confira abaixo:

Automação e gestão do trabalho

A tecnologia – seja ela a inteligência artificial ou a prensa italiana – está sempre presente na história do trabalho. 

Por isso, como gestor você precisa de um software de gestão do trabalho como o Runrun.it. Em nossa plataforma você vai conseguir automatizar processos, obter relatórios e métricas gerenciais para analisar a produtividade e as entregas do seu time. 

Além disso, como todos trabalham no mesmo lugar, fica fácil registrar tudo que é importante, sem perder o fio das informações e fomentar o trabalho colaborativo. E o melhor: você pode gerenciar de onde estiver, a distância ou no presencial. Crie sua conta: https://runrun.it 

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