O tema da liderança nunca sai de pauta aqui no blog do Runrun.it. Das últimas novidades aos conceitos clássicos, procuramos sempre compartilhar conteúdo que possa te auxiliar, desenvolver e inspirar como líder. E entre esses conceitos clássicos, há um que ainda não abordamos com o devido cuidado que o assunto merece: a liderança servidora, ou servant leadership.
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O que é liderança servidora?
O conceito surgiu em meados dos anos 1970. Na época, Robert K. Greenleaf, gestor e pesquisador norte-americano, publicou um artigo intitulado “The leader as servant”, no qual ele diz o seguinte:
“O líder-servidor é servidor antes de mais nada. Tudo começa com o sentimento natural de que ele quer servir, e servir acima de tudo. Então, esta escolha consciente o leva a aspirar à liderança. Essa pessoa é bastante diferente daquela que é primeiramente líder, talvez pela necessidade de atenuar uma ‘fome de poder’ não-usual ou de realizar-se materialmente… O ‘líder-primeiro’ e o ‘servidor-primeiro’ são dois opostos extremos. Entre eles, há tons e misturas que são parte da infinita variedade da natureza humana”.
E continua:
“A diferença se manifesta no cuidado que o ‘servidor-primeiro’ demonstra ao certificar-se de que as maiores prioridades do outro estão sendo atendidas. O melhor teste — e mais difícil de se administrar — é: aqueles que são servidos crescem como pessoas? Enquanto são servidos, eles se tornam mais saudáveis, mais sábios, mais livres, mais autônomos, mais propensos a tornarem-se, eles próprios, servidores?”
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Crescimento coletivo
Com essas provocações, Greenleaf defende a tese de que a liderança servidora deve focar primariamente no crescimento e no bem-estar das pessoas e da comunidade à qual ela pertence.
Enquanto a liderança tradicional geralmente envolve a acumulação e o exercício do poder por alguém “no topo da pirâmide”, a liderança servidora opera em outra frequência. O líder-servidor compartilha o poder, coloca as demandas dos outros em primeiro lugar e não mede esforços para que as pessoas a se desempenhem da melhor forma possível.
No artigo, Greenleaf compartilhou suas observações pessoais acumuladas ao longo de 38 anos de experiência trabalhando na AT&T. E desde a publicação, o movimento da liderança servidora cresceu imensamente, ganhando adeptos em todo o mundo. Um deles é James Hunter, autor do best-seller O monge e o executivo, para quem o líder servidor deve ser “o chefe que ele gostaria de ter”.
“O pastor cuidando do rebanho”
De acordo com Hunter, a liderança servidora demonstra algumas habilidades distintas, que a colocam à parte de outros perfis. Por exemplo: humildade, paciência, comprometimento, altruísmo, gentileza, honestidade e, claro, perfil servidor. Ou seja, o líder é capaz de abrir mão das próprias necessidades em benefício de um grupo.
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De acordo com Marcel Schwantes, fundador da consultoria norte-americana Leadership From The Core, os líderes servidores são mais efetivos, também. Neste artigo para o Inc., ele defende que essa efetividade resulta do fato de que tais líderes prestam mais atenção às necessidades de seus liderados. Como um pastor zeloso de seu rebanho, e isto aumenta o engajamento do time. Seu desejo é o de servir aos colaboradores e, em contrapartida, receber a mesma atitude deles, o que beneficia a organização como um todo.
Atitudes que abrem espaço para a liderança servidora
Pode parecer utópico, e mesmo impraticável. Até porque, como lembra Schwantes, a prática da liderança servidora depende menos de um passo a passo. E mais de um perfil específico, naturalmente, propenso a servir e compartilhar poder.
No entanto, algumas atitudes contribuem para que você abra espaço para as demandas dos seus colaboradores. E, assim, construa um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável:
- Procure promover uma cultura de constante aprendizado na sua organização. Com ela, os colaboradores são treinados e desenvolvidos, recebendo coaching e mentorias;
- Batalhar para criar uma cultura de confiança com seus colaboradores. O que valoriza a liberdade, a autonomia, o respeito e o encorajamento como pontos fundamentais;
- Enfatizar, por meio de metodologias de reconhecimento, a importância de um ambiente colaborativo saudável e da construção do senso de comunidade;
- Distribuir a tomada de decisões entre seus colaboradores, principalmente, àqueles mais próximos dos clientes. Pois serão quem sabe servi-los da melhor forma, se tiverem o estímulo correto.
Outro conceito que se relaciona fortemente com a liderança servidora é a liderança compartilhada, cuja prática também proporciona grande impacto nos resultados almejados.
Em suma, como Sulivan França, presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching, lembra, neste artigo, a liderança servidora “é aquela que entende as pessoas como um todo — corpo, coração, mente e espírito. O líder que serve trabalha para liberar o potencial criativo de seus liderados.
Para saber mais, não deixe de ler este artigo sobre como ser um bom líder. E este artigo, sobre o perfil do líder, apresenta dicas imperdíveis de como obter o respeito e a admiração de seus colaboradores, por meio da sua própria demonstração de respeito e admiração por eles.
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