mercado de trabalho pós-pandemia

Mercado de trabalho pós-pandemia: tendências para o futuro

O futuro do mercado de trabalho pós-pandemia ainda pode ser considerado uma incógnita. Isso porque, no início de 2020 quando nós abordamos as principais tendências de mercado para ano jamais imaginaríamos que a partir de março grande parte do mundo estaria trabalhando de forma remota e em isolamento social, ou mesmo que estaríamos vivendo uma pandemia. 

Assim, tendências de flexibilização das jornadas, automação de processos e transformação digital, que deveriam acontecer ao longo de 5 anos aconteceram praticamente do dia para a noite e se tornaram questão de sobrevivência para as empresas, já que a capacidade de absorver mudanças e se adaptar com facilidade serão fundamentais nos próximos anos. 

Apesar de o futuro ser imprevisível, alguns estudos já estão sendo feitos para identificar os possíveis comportamentos do mercado de trabalho pós-pandemia, cuja principal preocupação é a recuperação econômica para o próximo ano, mas que também vai precisar descobrir novas formas de liderar. 

As 5 principais tendências para o mercado de trabalho pós-pandemia são: 

 

Trabalho híbrido ou remoto

De acordo com o IBGE, em 2018, cerca de 3,8 milhões de pessoas trabalhavam nas próprias residências. Durante a pandemia esse número se tornou 5 vezes maior. Ou seja, o caminho do trabalho remoto pode não ter mais volta. 

Uma pesquisa realizada pela CIA de talentos e publicada no portal da revista Istoé estima que as empresas economizam cerca de 15% na quarentena, levando em consideração os gastos com a manutenção do ambiente físico, água, café, lanches, internet e vale transporte. 

Além disso, apesar de ser uma discussão polêmica no meio corporativo, muitos identificam um aumento na produtividade das equipes, ou mesmo, que os times estão conseguindo realizar as entregas com a mesma qualidade feita antes no presencial, o que se formos considerar o contexto de pandemia no qual estamos vivendo, pode ser considerado um ponto positivo. 

Além disso, as questões de mobilidade urbana se tornaram gritantes nesse momento. Uma pesquisa realizada pelo Runrun.it em maio de 2020, com cerca de 300 gestores, revelou que para 97% dos entrevistados era a economia de tempo que anteriormente era utilizado para deslocamento. Além disso, empresas como a XP Investimentos, que antes ocupavam prédios pomposos na região da Faria Lima, em São Paulo, já estão repensando seus modelos de trabalho e até mesmo cogitando uma possível mudança para uma cidade do interior do estado. 

Apesar dos desafios do trabalho a distância, que vão desde não ter um local adequado para realizar as atividades diárias ou a falta de interação com os colegas, a possibilidade de fazer home office pelo menos alguns dias na semana (trabalho híbrido) já é um desejo de muitos e vai impactar diretamente outras tendências que vamos comentar a seguir. 

4 P’s 

De acordo com artigo publicado pela consultoria Deloitte, os 4 P’s que se tornaram mais relevantes para as empresas durante a pandemia e continuarão a refletir no pós são: propósito, potencial, perspectiva e possibilidade. 

Propósito: há um tempo já discutimos as empresas com propósito e a relevância disso para a atuação no mercado e na gestão de marca. Porém, a pandemia da COVID-19 aumentou essa necessidade a partir do momento que tudo aquilo que não era essencial acabou perdendo sua importância no mundo e as empresas começaram a se mobilizar para fazer aquilo que impactasse diretamente a sociedade. Por isso, além de ter um propósito, as empresas precisam fazer ações sociais que acompanhem essa missão. 

Potencial: de certa forma, é nesse momento em que retomamos o embate entre humanos vs. máquinas, que já é um velho conhecido do mundo corporativo. Com a tecnologia sendo usada para  promover a conexão entre empresas e pessoas, as organizações precisarão encontrar meios de desenvolver o potencial das capacidades humanas de seus colaboradores se aliando tecnologia. Ou seja, as máquinas de IA não vão substituir humanos, mas sim criar outros campos de atuação para o nosso trabalho. 

Perspectiva: é comum que “visão de futuro”, seja uma soft skill valorizada no mercado de trabalho, justamente porque se combinada com uma boa capacidade analítica, o profissional será capaz elaborar boas estratégias que vão garantir o crescimento da empresa. Como atualmente o mundo está cheio de incertezas, a capacidade de desenhar um bom caminho para o futuro, permitindo que a empresa continue gerando valor para os clientes, será cada vez mais valorizada. 


Possibilidades: oscilações geram instabilidades, mas também criam oportunidades e brechas de atuação. Lidar com um mercado mais sensível vai requerer uma análise maior das possibilidades e também o entendimento de que a pandemia trouxe impactos que mudaram o mundo e a forma como as coisas eram feitas, ou seja, os problemas podem até permanecer os mesmos, porém não podemos mais lidar com eles da mesma forma.

(Des)Humanização do trabalho 

Quando discutimos o futuro do mercado de trabalho pós-pandemia, estamos falando também da sociedade, da forma com a qual enxergamos nossas atividades laborais e claro, o nosso papel enquanto seres humanos. 

Nesse sentido, existem duas correntes muito opostas e que, ao que tudo indica, vão correr juntas por algum tempo nesse mercado que se desenha no horizonte. Se por um lado nós temos empresas preocupadas com o bem-estar de seus funcionários e os impactos do equilíbrio psicológico e emocional para a produção, outros negócios começaram a optar por mão de obra terceirizada ou redução de jornada e salário para tentar sobreviver ao período de crise mais intenso.

No relatório publicado pela Gartner, intitulado “9 tendências para o futuro do trabalho pós-COVID 19”, 32% das empresas substituíram funcionários fixos por terceirizados, como uma forma de contenção de recursos. Em algumas empresas, o quadro de funcionários se encontra dividido, sendo um verdadeiro desafio para os gestores e as equipes de recursos humanos descobrir como preservar a humanidade no trabalho, mesmo que em condições econômicas não favoráveis, que são reflexos da gig economy

Essa preocupação também foi expressada pelo professor de Sociologia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ricardo Antunes, em entrevista ao Valor Econômico. Para ele, a uberização do trabalho traz consequências muito duras para grande parte da população, que já lutava com o desemprego no Brasil e que ainda perdeu o trabalho como o espaço de socialização. 

Na opinião do sociólogo, a tendência é que a terceirização de serviços aumente e que discussões de flexibilização de jornada salário e condições fiquem mais intensas no mundo. Porém, essa discussão vai além do trabalho, porque impacta diretamente em nossa sociedade, já que esse é um potencializador da desigualdade social. Além disso, se não praticarmos os 4 P’s mencionados acima, existe o risco do aumento da individualização do trabalho, onde cada um é dono de si e não existe possibilidade de criar um ambiente colaborativo nesse cenário. 

Por outro lado, a pandemia também trouxe em outras empresas uma preocupação maior com os funcionários, justamente pelo entendimento de que a produção depende dessa humanização do trabalho. Dessa forma, esse é um dos pontos de atenção do trabalho a distância, para que as pessoas não se sintam como “entregadoras de tarefas” e sim como parte da equipe, entendendo o “porquê” de as coisas serem feitas. 

Resiliência: habilidades e competências para o mercado de trabalho pós-pandemia

O trabalho remoto, ou o modelo híbrido, mudou a forma de fazer gestão para muitos líderes e como consequência as habilidades e competências necessárias acompanharam essa mudança. Como se trata de um período de crise, tanto na saúde quanto na economia, a resiliência no trabalho volta a ser tópico presente no mercado, justamente por ser uma qualidade em destaque nesses momentos de alta pressão, no qual é necessário tomar decisões estratégicas e, claro, manter a capacidade do fluxo de trabalho, mesmo com tantas mudanças acontecendo. 

Habilidades estratégicas e que são um diferencial competitivo nas organizações tendem a ser cada vez mais valorizadas também. 

Além disso, um dos pontos de maior atenção na gestão a distância é a necessidade de construir uma relação de confiança com a equipe. Isso porque, qualidades normalmente reconhecidas como de um líder como autoconfiança e carisma no cenário remoto acabam perdendo espaço para a proatividade e confiabilidade. As equipes se sentem mais motivadas quando o trabalho do líder aparece auxiliando e dando feedbacks em relação ao que está sendo entregue. 

Outro ponto importante para as organizações é a transparência. Muitos colaboradores no início da pandemia começaram a demandar das empresas essa abertura para entender qual o cenário da empresa e a perspectiva para os próximos meses. 

Para aqueles que já praticavam a gestão à vista, essa já era uma situação recorrente, onde os gestores da área, ou mesmo os CEOs apresentavam os principais resultados da empresa em reuniões que envolviam todos os funcionários. Para aqueles que começaram essa prática durante a pandemia, a tendência é que ela  continue, até mesmo porque ajuda a melhorar a comunicação entre as áreas da empresa. 

>> Leitura recomendada: Problemas com a comunicação interna? Estas metodologias e ferramentas vão te ajudar a resolvê-los

[Webinar] Como abrir o jogo com a equipe? 

Na maioria dos casos, ser transparente e abrir o jogo com a equipe não é uma tarefa fácil. Pensando nisso, nosso CEO, Antonio Carlos Soares, preparou um webinar especial com dicas de como você pode usar esses momentos para oferecer uma perspectiva clara para todos e ainda elaborar um plano de ação. Veja: 

Ferramentas de gestão

Os softwares de gestão já eram importantes para o trabalho de um gestor. Porém, a pandemia tornou ainda mais evidente a necessidade de uma plataforma para gerenciar projetos e tarefas. 

Um estudo realizado pelo Capterra (uma plataforma de busca e comparação de softwares) com 409 funcionários de pequenas e médias empresas (com até 250 funcionários), de diversos setores de todo o país, concluiu que 47% PMEs entrevistadas não tinham nenhum plano de gestão de continuidade de negócios e foi necessário alocar recursos financeiros do dia para a noite, para manter a empresa funcionando. De acordo com a pesquisa, 63% dos gerentes responsáveis pela compra de softwares das empresas consultadas afirmam que seus negócios terão de adotar novas ferramentas como resposta à Covid-19. 

As ferramentas de comunicação remota aparecem em primeiro lugar, tendo em vista que essa é uma das primeiras necessidades a serem sanadas em home office, até mesmo por conta da distância. Em seguida, aparecem as ferramentas de atendimento ao cliente e em terceiro e quarto lugares, temos os softwares de colaboração e  gestão de projetos, com 29% e 28%, respectivamente.

Ou seja, a necessidade por uma ferramenta de gestão ficou mais do que evidente. Também apontado como tendência pelo relatório da Gartner, mencionado anteriormente, o uso de ferramentas de gestão para a equipe aumentou em 16%. No entanto, muitas empresas estão procurando por plataformas de controle de tarefas, que consigam monitorar, em alguns casos até mesmo de forma invasiva, o e-mail, chats de conversa, a tela ou que está sendo acessado pelos colaboradores remotos, o que sem dúvidas vai acabar resultando em microgestão

Por isso, como destacamos no tópico anterior, a confiança entre gestor e equipes é tão importante no trabalho remoto ou híbrido, justamente para evitar que esse tipo de comportamento aconteça. 

Através do Runrun.it, um software de gestão do trabalho colaborativo, você consegue colocar toda sua equipe na plataforma, registrar as informações importantes e acompanhar o trabalho de todos através da plataforma de forma transparente, porque ele se torna o local de trabalho da equipe. Além disso, você também consegue extrair relatórios e métricas gerenciais, para tomar decisões de acordo com a análise dos dados e não mais “no feeling”, independente de onde você e sua equipe estiverem. Crie sua conta agora: https://runrun.it 

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