flavia gamonar

“Há um processo de maturidade que exige erros e acertos até você chegar a uma versão melhor de você” – Flavia Gamonar

Selecionada pelo LinkedIn como Top Voices por ser uma das brasileiras que mais se destacou produzindo artigos na plataforma, Flavia Gamonar, 32,  transmite o conhecimento construído ao longo dos anos em diferentes empresas e funções. Dos 299 textos publicados até o momento (agosto de 2017) no LinkedIn, muitos atingiram um alcance de mais de 500 mil pessoas.

Hoje, ela se divide entre os papéis de professora, doutoranda e co-fundadora da empresa de cursos itinerantes de curta duração O Que Move o Marketing. A afinidade com o marketing de conteúdo, aliás, levou a profissional a trabalhar como consultora e a lecionar em faculdades como ESPM, Senac, UFscar e Uniceub. Flavia está envolvida com disciplinas de TI, inovação e marketing – e palestrou em eventos como RD Summit.

entrevista flavia gamonar

Conheça um pouco mais da rotina de empreendedora nessa entrevista da série “Meu Trabalho”.

1. Qual é a proposta da sua empresa?

Começamos O Que Move o Marketing (OQMOM) como uma startup, mas agora já é uma “mocinha”. Hoje estou responsável pela estratégia envolvendo lançamento de novos cursos com professores convidados. Gosto de fazer um pouco de tudo. Primeiro, porque gosto de acompanhar de perto, segundo por estamos em fase de crescimento ainda e esse acompanhamento é essencial. Alguns dos cursos também são ministrados por mim, não consigo ficar longe da “sala de aula”.

2. Como funciona o trabalho de vocês, fundadores e professores?

O que move o marketing não tem um escritório fixo. Douglas é um professor parceiro que fundou a marca comigo, um mineiro que agora mora no Rio de Janeiro para cursar seu mestrado. Os professores parceiros que dão cursos no OQMOM podem ser de cidades bem diferentes. Além disso, temos parceiros locais para apoiar eventos na cidade, já que em cada momento estamos em lugares diferentes. Temos ainda uma pessoa que cuida das mídias sociais. Eu diria que é uma estrutura enxuta, mas bem potente. Estamos há um ano apenas no mercado e temos muito a crescer.

3. Na sua rotina, você precisa fazer muitas reuniões?

Mantemos uma comunicação clara e alinhada no dia a dia, por conta do modelo atual, fazemos mais reuniões quando um novo evento se aproxima, para garantir que tudo corra bem. No geral fazemos duas por semana.

4. Você deve precisar falar com muitas pessoas para ‘fazer acontecer’. Como é isso?

Por conta do modelo, acabamos trabalhando com muita gente, já que para fazer um evento acontecer é preciso contratar diversos serviços diferentes. Como quase nunca ele acontece na cidade em que moro, tudo acontece por telefone, Skype e até e-mail, mas com acompanhamento muito cuidadoso, pois temos um padrão de qualidade a manter.

Diversos, nossos cursos hoje são bastante focados em empresas que queiram atualizar seus colaboradores enviando-os para um curso nosso ou contratando um in company. Já atendemos mais de 60 marcas em um ano.

5. Quais são seus principais desafios profissionais?

Eu gosto de estar por dentro de tudo, de ajudar a fazer escolhas, de cuidar de alguns detalhes. Então eu diria que o desafio pra mim é “desapegar” um pouco. Mas ao saber que estou trabalhando com um parceiro responsável, fico super tranquila.

6. Você trabalha muito em home office e viajando. O que é importante no seu ambiente de trabalho?

Eu viajo muito, trabalho do aeroporto, do avião, de um café, do meu home office. Então levo meu escritório comigo. Isso significa, por exemplo, ter uma internet de 25gb no celular para rotear para o computador (por enquanto, foi o máximo disponível para contratar), além de ter baterias extras, caixa de som, teclado de celular, cabos, adaptadores… porque eu posso trabalhar de qualquer lugar.

Quando estou em casa, fico no meu escritório rodeada de livros que consulto com frequência, já que também sou professora. Em casa há o desafio de manter o foco, porque eu tenho um cachorro ainda filhote que repentinamente quer brincar. Mas sou bem mais produtiva depois que me tornei empreendedora, se eu não fizer ou não atender o prazo, ninguém fará por mim. Além disso, não tenho mais um único chefe, tenho vários. Cada aluno e cada leitor dos meus textos é um “chefe”.

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7. E para ser produtiva, você tem algum atalho?

Organização. Chega um momento em que não dá pra confiar na memória mais. Eu anoto exatamente tudo que preciso fazer na agenda sincronizada no celular, assim consigo começar o dia sabendo o que me exigirá mais e o que é mais prioritário. Além disso, consigo ter uma visão ampla das próximas semanas.

8. O que você enxerga como principais tendências de Marketing?

Marketing é extremamente dinâmico e sem fórmulas mágicas. As ferramentas são muitas. É preciso acompanhar o tempo todo o que acontece. A automação tem crescido bastante e apesar de parecer algo que vai mecanizar ou engessar, o que ocorre é o contrário. Com isso é possível personalizar ainda mais a comunicação com o cliente.

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9. Quais são sua dicas para quem está começando a empreender ou começando no Marketing?

Bem, falando de empreendedorismo, eu era funcionária de uma empresa até um ano atrás. Batia ponto, trabalhava 40 horas por semana, mas queria empreender, ter meu negócio, viver minhas histórias próprias sem ficar presa a uma só instituição. Então eu comecei produzindo conteúdo para me mostrar ao mercado, isso atraiu muitas oportunidades que levei paralelamente trabalhando até tarde após o trabalho e também aos finais de semana. Quando senti que conseguia caminhar sozinha, pedi demissão.

O desafio neste caso foi me organizar ainda mais, porque eu era sozinha. Acho que o empreendedor no começo acaba trabalhando muito, porque nem sempre tem uma visão do faturamento dos próximos meses dependendo do trabalho que ele faz, do modelo que tem, e de repente entra na ânsia de aceitar tudo que aparecer. Isso pode bagunçar seu real propósito.

Já como dica para a área de Marketing, é estar sempre muito atualizado e essa atualização pode vir da educação formal, como uma pós-graduação, por exemplo, mas deve ser acompanhada da participação em eventos, cursos e leitura de livros. É importante ter uma visão do todo, mas como marketing é muito amplo, não dá pra ser bom em tudo – é preciso descobrir o que faz seu olho brilhar e se dedicar aquilo.


“Ficar parada fazendo as mesmas coisas todos os dias não vai mudar cenários.”

 


10. O que mudou na sua rotina de trabalho nos últimos 5 anos?

Sempre trabalhei com funções que envolviam computador. Meu primeiro emprego foi em uma loja de CDs e eu ficava catalogando o estoque. Depois trabalhei em uma corretora de seguros e fazia cotações online. Em seguida, em uma gráfica, como assistente administrativo e registrava os pedidos. Eu estudava Letras, mas sabia que não queria ser professora de português, queria estar mais próxima da tecnologia. Entrei para uma empresa de tecnologia educacional primeiro como professora, depois como analista de produtos, gerente de produtos e finalmente veio o convite para ser gerente de marketing. Ou seja, em todas essas funções a rotina envolvia ao menos 40 horas semanais dedicada à uma só empresa. Meu trabalho ainda envolve computador o tempo todo, mas agora existem diversas viagens e locais diferentes de trabalho, posso trabalhar com muitas marcas e pessoas diferentes.

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11. Como você disse, o Marketing é dinâmico. Como acompanhar tantas transformações?

O Marketing está em constante movimento. Eu costumo brincar que um profissional de digital que tire férias de um mês, provavelmente quando voltar verá ferramentas que usava com um novo visual e muitas novidades. O impacto foi no sentido de não adianta mais acordar e ir trabalhar, como fiz por muito tempo. Eu estudo muito o tempo todo, e adoro isso.

12. Há 10 anos você já estava no mercado. O que mudou nesse período pra você?

Nesta época, eu era professora de língua espanhola, então eu ia até a empresa ou casa do cliente com o livro embaixo do braço. Hoje em muitos casos a aula poderia ser pelo computador, a distância. Aos 17 anos lancei um portal para ensino de língua espanhola que chegou a ter 100 mil alunos e ganhou o prêmio Ibest em 2005, como TOP 3 educação. Naquela época (em 2001), não existiam apps como hoje, por isso a plataforma dava certo. Eu me conectava com conexão discada. Hoje as pessoas estão o tempo todo na internet, no celular. Se o negócio tivesse continuado ele precisaria ter sido extremamente modificado para não morrer, ainda mais que a concorrência que na época não existia, agora é imensa. A gente enviava newsletter e as pessoas abriam, liam. Hoje a abundância de conteúdo ficou tão grande, que a dinâmica também seria outra, usando marketing de conteúdo, por exemplo.

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13. Como você se vê profissionalmente em 5 anos?

Terei concluído o doutorado e provavelmente estarei morando fora um tempo para estudar algum idioma ou a passeio, o pós-doutorado também é um desejo e certamente será fora do Brasil. Quero continuar atuando como professora universitária, porque amo esse universo. Provavelmente, me dedicarei um pouco menos que hoje.

Hoje em dia prever cinco anos é muito complicado, as coisas terão mudado bastante. Estarei estudando outros temas, minha empresa (espero!) terá crescido, mas certamente já terá se reinventado algumas vezes e pode ser que eu já tenha criado outro negócio também, porque não sou de ficar parada. Como já tenho 32 anos, espero também já ter um filho até lá, porque o relógio biológico não para, mas para isso preciso sossegar alguns meses, pelo menos.

14. O que você considera fundamental para equilibrar sua vida profissional e pessoal?

Conseguir fugir do celular um pouco, senão um vício e você se torna muito disponível. Manter a prática de atividade física, momentos com a família, criar uns “bolsões” na agenda de momentos sem nada para fazer…

15. Que conselhos você daria ao seu ‘eu’ de 10 anos atrás?

Fique tranquila, você tomará alguns tombos antes de achar seu caminho e isso é normal, vai aprender muito. Não tenha ânsia de querer crescer rápido, porque há um processo natural de maturidade que exige erros e acertos até você chegar a uma versão melhor de você. E quando finalmente as peças se encaixarem e você entender o que gosta de fazer, que caminho quer trilhar, as portas vão se abrir. Basta parar de apenas acordar e ir trabalhar todos os dias, porque ficar parado fazendo as mesmas coisas todos os dias não vai mudar cenários e, neste caso, ter sido demitida em 2014 foi essencial para que eu me movesse e apostado no meu sonho de empreender.


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