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Motivação profissional: Por que bons profissionais se demitem?

Quando um profissional pede demissão, não faltam burburinhos. Entre os colegas existe quem suspeita do motivo (mas quase sempre há mais que um) e existem os convictos (que ouviram dizer por aí, e agora repassam a sigilosa informação). Se a pessoa era querida, sua ausência deixa o clima pesado por alguns dias. Se era competente, a equipe precisa se virar nos trinta. Mas agora é tarde. Resta apenas entender que fatores levam uma pessoa a mudar de emprego, ou simplesmente deixar a empresa onde trabalha. Falta de motivação profissional? Este parece ser um conceito genérico para explicar uma série de sentimentos limitantes. A seguir, veremos melhor o que de fato o compõe.

Quem se demite deixa a empresa ou seu líder?

Bons profissionais não costumam ser bons apenas para a sua empresa. São para muitas outras também. Por isso, deixar de pensar na motivação profissional da sua equipe, é correr o risco de perder talentos para um concorrente. E o motivo pode ser justamente a sua postura de líder inadequada.

Uma pesquisa liderada por Michael E. Kibler descobriu que um terço dos melhores profissionais (star workers) se sentem desmotivados e desengajados em relação a suas empresas, tanto que já estão procurando outro emprego. Com receio, você poderia pensar: posso me antecipar à saída de alguém do meu time?

Para os estudiosos Timothy M. Gardner e Peter W. Hom, essa dúvida ganhou resposta. Em outubro de 2016, publicaram na Harvard Business Review o resultado de um estudo que identificou 13 indícios de que uma pessoa está prestes a se demitir.

Comportamentos que antecedem pedidos de demissão

1. A produtividade da pessoa caiu mais do que o normal.
2. Ela tem agido menos como membro de uma equipe.
3. Ela tem feito o mínimo de trabalho com mais frequência.
4. Tem se empenhado menos em agradar quem a lidera.
5. Tem estado menos disposta a trabalhar por objetivos de longo prazo.
6. Tem mostrado uma atitude negativa.
7. Tem mostrado menos esforço e motivação para trabalhar.
8. Tem se focado pouco no trabalho.
9. Tem expressado insatisfação com seu trabalho atual.
10. Tem expressado insatisfação com seu supervisor ou sua supervisora.
11. Tem saído cedo do escritório com mais frequência que o normal.
12. Tem perdido entusiasmo pela missão da empresa.
13. Tem apresentado menos interesse em trabalhar com os clientes.

Diante disso, fomos investigar o que provoca a saída de bons profissionais. Travis Bradberry, especialista em inteligência emocional e motivação profissional, escreveu dois artigos a respeito. A seguir, você lê o principal de cada um.

Bons profissionais se demitem porque…

1. Não se divertem no ambiente de trabalho

“As pessoas não dão seu máximo se não estão se divertindo. As melhores empresas para se trabalhar sabem a importância de deixar a equipe ‘afrouxar a gola do paletó’ [e ‘descansar os pés do salto’]”, diz Bradberry. O Google, ele exemplifica, faz praticamente tudo que pode para tornar o ambiente de trabalho mais divertido, seja oferecendo refeições gratuitas ou promovendo partidas de boliche, aulas de fitness, para citar algumas das iniciativas. Se o ambiente é divertido, você não só vai ter um melhor desempenho, como também vai dedicar mais horas a ele, e vai fazer o máximo para construir uma carreira naquele lugar.

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2. Não são intelectualmente desafiados

As pessoas não querem pensar que estão presas em um vórtice e que precisam voltar para o mesmo lugar e fazer a mesma coisa todos os dias pelos próximos 20 ou 40 anos. As pessoas querem sentir que estão avançando na sua vida profissional, que estão lidando com novos projetos, e se envolvendo com pessoas cada vez mais interessantes. Se não há nenhuma estrutura para esse crescimento de carreira na empresa onde estão, bons profissionais desistem. Bradberry relembra que nesse meio tempo eles estão mais propensos a se sentirem entediados, infelizes e ressentidos – fatores que afetam a motivação de todos.

3. Não podem trabalhar com o que gostam

Profissionais talentosos são apaixonados. Parte fundamental do seu talento está justamente no fato de que investigaram e estudaram a fundo maneiras de fazer de forma cada vez mais sofisticada e produtiva o seu trabalho. No entanto, não faltam gestores querendo que as pessoas trabalhem dentro de uma caixinha, por temerem que a produtividade diminua com elas ampliando seu foco e trabalhando com suas paixões. “Um medo infundado”, define o pesquisador, citando estudos que demonstram o seguinte: pessoas que tem oportunidade de fazer o que mais gostam no trabalho, entram num “fluxo de experiência” (“experience flow) – um estado de espírito de euforia, 5x mais produtivo do que o normal.

4. Não veem um propósito maior no que fazem

Pode parecer produtivo simplesmente delegar trabalho e seguir em frente com suas próprias tarefas. Acontece que sem a compreensão da visão geral, da perspectiva mais ampla do sentido de um projeto, bons profissionais não vão se convencer se que precisam ser bons naquilo. Dito de outro modo, “Star performers deveriam levar cargas mais pesadas porque realmente se preocupam com aquilo”. Se não há propósito aqui, há outro lugar com um muito bem definido. A lógica é essa, e deve mesmo ser. Afinal, ninguém competente ou ambicioso se deixa alienar ou levar como gado.

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Por outro lado, há empresas em que a diretoria discursa sobre as visões audaciosas e sonhos, mas não traduz essas aspirações em objetivos estratégicos, e não demonstra como aquilo impacta . “Sem essa conexão, é só conversa fiada. Por que uma pessoa talentosa gastaria seu tempo e energia com algo indefinido? As pessoas gostam de saber que estão trabalhando para criar algo, não para girar a roda”, reitera Bradberry.

5. Não entendem certas regras

Empresas precisam ter regras – é fato – mas elas devem ser transparentes e claras. Uma política mal explicada que exige deveres de certos funcionários, mas privilegia outros por questão de hierarquia excessiva, é ruim. “Bastam duas ou três regras desnecessárias ou abusivas para enlouquecer bons profissionais e minar sua motivação profissional”. Ninguém quer se sentir num Big Brother.

6. Estão sobrecarregados

Quando você perde bons profissionais, eles não se desengajam de uma vez. Michael Kibler, que passou boa parte de sua carreira estudando este fenômeno, refere-se a ele como “Brownout”. Kibler explica: “Brownout é diferente de burnout (esgotamento), porque os profissionais atingidos não estão numa crise evidente. Parecem estar indo muito bem: trabalhando por horas a fio, contribuindo com a equipe, e sendo sensatos em reuniões. No entanto, estão operando em um estado silencioso de opressão contínua, e a consequência previsível é desligamento.”

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Alguns períodos de estresse e sobrecarga são naturais na maioria dos empregos, mas nada consome a motivação profissional de pessoas talentosas mais rápido do que o excesso de trabalho irreconhecido. E muitas vezes são os melhores funcionários – os mais comprometidos, os mais confiáveis, que se sobrecarregam mais, sem receber por isso promoções, aumentos.

7. Não recebem o reconhecimento adequado

“Mais de metade das pessoas que deixam seus empregos tomam essa decisão por causa de seu relacionamento com o/a chefe”, afirma Bradberry. Empresas inteligentes asseguram, por meio de pesquisas de clima regulares, e de uma política de feedback 360º, que seus gestores sabem como equilibrar a postura profissional com a sensibilidade para lidar com outro ser humano.

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Gestores que celebram os sucessos profissionais e pessoais de sua equipe demonstram empatia com quem atravessa tempos difíceis e procuram oferecer desafios que seus colaboradores estão dispostos a aceitar. Caso contrário, tão alta quanto a desmotivação será a taxa de rotatividade da equipe. É impossível trabalhar com alguém por mais de 8h diárias quando a pessoa não está pessoalmente interessada no seu bem-estar e não se preocupa com nada além de como sua saída a prejudica.

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8. Não conseguem admirar seu líder

Seus funcionários têm um ponto de vantagem: eles conseguem comparar de forma imparcial o seu comportamento e os seus compromissos. Se eles veem que você age de forma antiética, enganando clientes, criticando outros membros da equipe pelas costas, ou não cumprindo com sua palavra, não há quem, sendo íntegro, resista em sair. Os sentimentos de segurança e de conexão à equipe são os dois sentimentos mais fortes e influentes para o engajamento de uma equipe. Qualquer debilidade nesse aspecto é o começo de uma ruína generalizada na motivação profissional.

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