O Pokémon GO salvou minha equipe do Clash Royale

*Post escrito por Franklin Valadares, CTO e co-fundador do Runrun.it, originalmente publicado no Linkedin.

Em minha empresa anterior, desenvolvíamos aplicativos para smartphones. Eram sistemas para grandes empresas, disponibilizados nas lojas como peças de marketing ou ferramentas de relacionamento entre essas marcas e seus clientes. A uma certa altura daquela empreitada, fiquei curioso em relação ao mundo dos games para celular. Existiam exemplos de sucesso no mercado brasileiro como a “Best Cool and Fun Games” (genial o SEO no nome, não?). Então me propus um desafio: criar um game em 10 dias úteis, usando apenas frameworks como o GameSalad. Chamei um dos designers da empresa e criamos um game para o programa Pânico na TV, “Afogando o Ganso”. Um tremendo naufrágio.

Aquela curta experiência aguçou minha curiosidade sobre o que havia por trás dos games de sucesso. Mesmo aqueles mais efêmeros, como o “Ant Smasher”, o app de matar formigas que gerou uma boa grana em publicidade móvel na época. Tentei achar estudos que pudessem me indicar algum caminho. Mas, quanto mais lia, mais aleatório me parecia o mercado. Claro, existiam empresas que criavam plataformas white-label, para outras marcas, transferindo o risco do sucesso para os orçamentos de marketing de grandes empresas. Mas eu estava interessado no sucesso do game B2C, aquele que levava milhares de jogadores a dedicar horas e horas a matar formigas virtuais.

Acabamos vendendo nossa empresa de aplicativos para celular e decidi me dedicar ao que vinha fazendo desde o início da minha carreira: criar e gerenciar equipes de alto nível. Investi na Runrun.it de corpo, alma e bolso. Contratei pessoas inteligentes, capazes e focadas. A dedicação sempre foi vista a cada pingo de suor, a cada nova feature lançada, a cada grande cliente satisfeito. Até que, certo dia, notei uma parte desses colegas de empreitada mais interessados em seus celulares do que o normal. Investigando um pouco mais, pimba: Clash Royale storm! Um joguinho de “rouba-bandeira” entre monstros, dragões e feiticeiros. Confesso que até eu entrei na jogada, literalmente. Viciante! E, como todo vício, com consequências ruins no trabalho.

Estava sendo uma luta fazer com que a turma envolvida na onda do Clash Royale entendesse que o escritório não era o lugar mais adequado para aquelas batalhas. Pelo menos não enquanto todos os outros colegas se matavam para entregar o sprint. Porém, no último fim de semana, assistindo a alguma disputa olímpica, vi um comercial do Marcelo Adnet vendendo Clash Royale na TV. Senti um certo alívio. Geralmente, quando uma empresa está gastando fortunas em comerciais de TV é porque o produto teima em não bater as metas.

Na manhã seguinte, esbarrando com colegas com celular em punho, olhando para mapas verdes e jogando bolinhas virtuais em bichos de estimação de borracha, notei que havia uma nova onda. Ninguém mais comentava sobre o deck de cartas para derrubar torres do Clash Royale, mas em como treinar seu Pikachu. É, acho que minha equipe está salva da onda anterior, mesmo que seja por efeito da onda atual. Pelo menos nessa, é preciso sair do escritório para ampliar a pontuação. Acho que tenho um semestre de paz. Pelo menos até a próxima onda (aleatória) do game da moda.

 

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