Por Sílvio Celestino*
Quando você não vê as pessoas como elas são, mas como você é, o mundo ao seu redor torna-se incompreensível. Especialmente se você é um gestor ou gestora. Afinal, se estivesse no lugar do seu funcionário, agiria de outra forma diante dos mesmos problemas. Ver o mundo exclusivamente sob uma ótica particular não ajuda a compreendê-lo. Pelo contrário, torna incompreensível o comportamento das demais pessoas.
Sua compreensão das razões que levam as pessoas a atitudes que você não entende é proporcional à sua disposição para se pôr na pele delas. Por isso, quanto mais o gestor e a gestora refletirem e escutarem do mesmo modo que seu time faz, quando ele ou ela dizem algo, maior será sua capacidade de gerir e fazer seus colaboradores se sentirem motivados e, por isso, buscarem os resultados.
O que sua equipe escuta de você? Por vezes, o gestor fala alto, diz palavrões, pensando que motiva a fazer o que é preciso. No entanto, o que a equipe escuta são ameaças, medo e paralisia. Gerar adrenalina é bom quando você precisa fazer alguém correr ou lutar, mas é inútil em uma empresa, em que a força de trabalho é a força intelectual. O pessoal provavelmente passa a maior parte do tempo sentado, resolvendo problemas por meio do diálogo, interpretando textos e números, criando… Serenidade é do que eles precisam.
A visão de mundo de alguém está em suas palavras, não em seus olhos. Portanto, a mesma mensagem pode soar para um(a) gestor(a) diferentemente do que soa para um(a) analista, um(a) operário(a) ou um(a) estagiário(a). Comece a se interessar por essas sutilezas e use uma linguagem apropriada para cada indivíduo e cada momento. Essa é a minha dica para você.
Para sermos compreendidos, precisamos perceber como aqueles que nos rodeiam interpretam nossas palavras, isto é, como nos escutam. E, então, escolher as mensagens apropriadas para que compreendam, amadureçam e a contribuição seja mútua.
