Por Sílvio Celestino*
Alan Mulally, ex-CEO da Ford, ficou famoso por suas conquistas e pela produtividade de suas reuniões, conseguida a partir de uma rigorosa estrutura. Ele iniciava as reuniões dizendo: “Meu nome é Alan Mulally, e sou o CEO da Ford Motor Company”. Em seguida, revisava o plano da companhia, o status, a previsão e as áreas que precisavam de atenção, usando um sistema de sinalização nas cores verde, amarela e vermelha, para designar o que estava bom, o que demandava atenção, e o que ia mal. Assim foram as manhãs de terça-feira na Ford, nos últimos anos.
Ele exigia que seus 16 executivos usassem o mesmo esquema de cores e falassem na mesma sequência ao longo da reunião. Todos tinham a missão de contribuir com as ideias dos demais, sugerir, não julgar. Era proibido faltar, fazer piadas sobre os outros, e a reunião não podia ser interrompida. Também eram proibidos celulares, e nenhum subordinado poderia se apresentar no lugar do seu executivo. Naturalmente, alguns se rebelaram contra essa rigidez. Alan, então, pacientemente esclarecia que discordar daquela estrutura não fazia ninguém pior. Apenas não poderia mais fazer parte do time.
Você também pode criar seu modelo de trabalho, mais ou menos rígido, desde que o considere adequado para sua empresa ou departamento, e tenha autoridade para isso. O segredo está em fazer com que todos o sigam. Ninguém amadurece sem estrutura. E, afinal, bons líderes sabem como fazer as pessoas compreenderem seu propósito, porque comunicam com clareza os objetivos da empresa e seu método de trabalho. E quando as pessoas sabem que critérios norteiam um bom trabalho, maior a chance de não falharem.