Tutorial: Como torrar o dinheiro da empresa

*Post escrito por Franklin Valadares, CTO e co-fundador do Runrun.it, originalmente publicado no Linkedin.

 

Muito se fala em aumentar a produtividade, eficiência, ampliar as entregas. Porém, se mudarmos o ângulo, olhando para os maiores desperdícios de dinheiro nas empresas, podemos ter novas ideias de como ajudar o dia a dia dos negócios.

1.    Investir em marketing e não medir o que aconteceu depois.

Talvez o maior dreno de dinheiro em uma empresa sejam os investimentos diretos em propaganda e marketing. Claro, dependendo da empresa, do grau de maturação do negocio, publicidade é fundamental. Mas é preciso mensurar absolutamente tudo. Entender o impacto de cada Real gasto no custo de aquisição e manutenção do cliente. Mesmo aqueles que gostam de defender o investimento “institucional”, vale a pena discutir um pouco para entender o impacto disso na decisão de compra do consumidor. Claro, existem diretores ou donos de empresas vaidosos. Gostam de chegar aos eventos e todos saberem que ele é aquele da marca tal (ou da verba tal). Se estiver trazendo receita para a empresa a um custo razoável, mensurável, OK. Caso contrário, é puro desperdício. Imagine se a maioria do dinheiro gasto pelas operadoras de telefonia, TV e internet fosse direcionado para a engenharia, atendimento ao consumidor e experiência do usuário? E a publicidade do governo e suas estatais? Deveria ser proibido fazer publicidade de governos, exceto para campanhas de saúde pública ou educação da população. Cada centavo deveria ser orientado para a “experiência” do consumidor do governo, no caso, nós, contribuintes.

2.    Não controlar as entregas individuais.

A maioria das empresas possui um plano anual, semestral ou trimestral. Um roadmap, uma lista de projetos. As mais sofisticadas, um plano de Objetivos e Resultados Chave (os OKRs). Porém, o volume de dinheiro drenado pela folha de pagamento e seus impostos é grande o suficiente para ligar as luzes de alerta. Muitas vezes as grandes empresas simplesmente confiam em seu exército de gestores para executar o planejado e não controlam muito a produtividade do indivíduo. Se os números apareceram, quer dizer que está eficiente. No entanto, sabemos que há diferentes tipos de colaboradores. Os do time A, do time B, C e ladeira abaixo. O simples fato dos indivíduos do tipo A carregarem todos os outros com suas entregas já seria o bastante para uma grande economia na empresa transferindo os demais para áreas com maior necessidade ou mesmo diminuindo o tamanho da folha de pagamento. Os gestores atuais precisam lançar mão da tecnologia para ajudar nesse quesito. Não é uma tarefa simples, mas muda muito os números ao final de um período fiscal.

3.    Estimular a colaboração excessiva através de reuniões.

A palavra da vez no mundo dos negócios é colaboração. Colaborar não significa ir a todas as reuniões, palestras e apresentações de resultados. A chave para a colaboração produtiva é contexto. É preciso entender como os sistemas podem contextualizar as trocas de e-mails, arquivos, decisões, etc. Usar a tecnologia para organizar a comunicação diminui radicalmente a necessidade de reuniões e pode trazer dinheiro escondido pelas salas da empresa ou nas caixas de entrada dos “Outlooks” da vida.

4.    Usar o e-mail como gerenciador de tarefas e projetos.

Conheço gente que fica o dia inteiro com sua caixa de mensagens aberta. Chegou um e-mail, pimba, nova tarefa. Sai fazendo. Chegou um e-mail do chefe? Tarefas repriorizadas, afinal, são tarefas do chefe. Chamo essas empresas de EDCs, ou Email-Driven-Companies. O problema aqui é parecido com o da falta de contexto. Perde-se o controle facilmente das prioridades e dos custos envolvidos. Apesar de existirem mil maneiras de se organizar uma caixa de e-mails, raramente toda a empresa utiliza os mesmos métodos, rastreáveis e mensuráveis. No momento em que os gestores forem medir os custos dos projetos e dos clientes, será impossível juntar todas as peças em um só relatório.

Existe uma série imensa de outros pequenos desperdícios do dia a dia. Tentei elencar aqui os principais que, quando atacados com processos e tecnologias, mudaram de forma relevante os números nas empresas e equipes por onde passei. Inclusive aqui, na Runrun.it.

Desligue as “torradeiras” e bons negócios!

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