Por Sílvio Celestino*
Recentemente compareci a um evento em o palestrante chamou a atenção e causou furor. Seu domínio de palco e de público impressionava, sua apresentação era uma avalanche de slides e frases muito bem construídas. Foi muito aplaudido. Hoje, já não me lembro de suas ideias, nem sequer porque foram consideradas importantes. Terá acontecido o mesmo com os outros presentes?
Fiquei pensando o quanto vemos de executivos teatrais em reuniões, em apresentações aos líderes e clientes. Mas suas ideias não se aplicam na prática, e as frases de efeito convencem somente quem não é capaz de refletir e fazer uma análise mais profunda. Os resultados, ao longo do tempo, acabam por desmascará-los, embora, em alguns casos, sejam mestres em pular de empresa em empresa antes que a verdade venha à tona.
Em contrapartida, o (a) profissional maduro (a) reflete com certa frequência, por mais que não saiba o que o futuro lhe reserva, entende que seu papel no mundo não envolve enganar outras pessoas, ou ludibriar em nome de uma vaidade incontrolável. Sei que a maioria de nós desenvolve sua carreira por meio das oportunidades que encontra e que isso costuma ser mais comum até chegar aos 35 anos de idade. No entanto, depois desse primeiro ciclo, a pessoa já deve saber dizer qual é o seu propósito e como irá fazer da sua carreira seu motivo de orgulho.
Se você chegou a essa etapa e está difícil descobrir, sugiro uma pergunta para você responder: o que o mundo perde se você deixar de existir? Afinal, todos os dias você acorda para trabalhar e não é meramente para trazer lucros para a empresa e receber um salário no fim do mês. Você quer deixar sua marca e inspirar as pessoas que cruzam seu caminho – e não me refiro apenas aos clientes, mas também aos seus colegas de trabalho, sua família e seus amigos. Você não quer ser o palestrante que sai do palco e, em questão de semanas, é esquecido.