Minimum Vaklue Testing representado por um notebook com duas opções de conteúdo simulando um teste

O que é o Minimum Viable Testing (MVT) e como aplicá-lo em sua organização

Para que um produto ou serviço seja bem recebido pelo mercado é necessária a realização de experimentações que vão validar a efetividade da solução proposta ao olhar dos usuários. É por isso que o Minimum Viable Testing, ou MVT, se tornou um recurso indispensável, principalmente na área da tecnologia. 

Assim como o Minimum Value Product, ou Produto Mínimo Viável, o MVT faz parte do movimento Lean Startup, que prevê a redução de custos nos processos de criação e desenvolvimento de novas tecnologias. 

O propósito da realização desses testes é a prevenção de riscos, pois a partir das hipóteses e experiências elaboradas é possível entender a real funcionalidade de um novo produto antes e aprimorar tais soluções, evitando desperdícios de recursos. 

Mais que a economia de custos, o MVT também prepara o terreno para a recepção do mercado e incentiva a aplicação da gestão ágil no ciclo produtivo. Neste artigo, vamos mostrar como o Minimum Viable Testing pode ser aplicado na sua empresa e os benefícios gerados por essa prática. 

 

O que é Minimum Viable Testing (MVT)? 

Antes de apresentar o conceito por trás do Minimum Viable Testing, vamos imaginar juntos o seguinte cenário: uma empresa, que oferece um software de produção de conteúdos audiovisuais para equipes de marketing, resolve investir em uma nova funcionalidade que promete poupar o tempo dos usuários durante a etapa criativa. 

A ideia é vista com bons olhos pelos gestores e por todos os envolvidos no projeto. Após algumas semanas de total foco em torno da novidade, o recurso fica pronto e é lançado no aplicativo, tendo uma campanha de divulgação que inclusive deixa a novidade em destaque na tela inicial do programa. 

No entanto, logo nos primeiros quinze dias após o lançamento, indicadores mostram que a função é pouco explorada pelos clientes, além de ter sido tópico de reclamação deles nos canais de atendimento. O que pode ter dado errado? Bem, a resposta é simples: não houve a realização de um MVT, ou traduzindo, de um mínimo teste viável. 

Esse procedimento se refere às experimentações básicas que devem ser feitas internamente ou mesmo com grupos de usuários que estão abertos a testar funcionalidades primeiro, os early adopters. 

Seguindo por esse caminho, o Minimum Viable Testing prevê os pontos de ajustes necessários, avalia planos alternativos e principalmente, considera a opinião do cliente acima do desejo da empresa, valorizando o customer experience

Assim como MVP (Minimum Viable Product) é um método de entregar ao consumidor a versão mais básica para entender os sentimentos dele ao utilizar uma versão de avaliação, o minimum value testing realiza experimentos com o mínimo investimento possível para aprovar suas hipóteses formuladas. 

Em resumo, o MVT não é apenas um processo que pretende obter a validação das ideias propostas durante o desenvolvimento de novas práticas, mas também entender o cenário na qual a corporação está inserida, para realizar entregas de valor mais alinhadas com a expectativa e com a maior economia possível. 

A importância do MVT (Minimum Viable Testing) 

Dentro do mundo dos negócios, é preciso compreender que a forma como uma empresa e seus desenvolvedores enxergam o MVP é totalmente diferente da usabilidade que o público deseja alcançar ao conhecer o produto. 

Não se atentar para o consumidor é um erro ainda maior quando falamos de tecnologias digitais. Publicado em 2021, pela plataforma de análise de negócios CB Insights, o relatório The Top 12 Reasons Startups Fail (Os 12 principais motivos pelos quais as startups falham) mostrou que a segunda maior razão de quebra das empresas de soluções digitais é a criação de produtos sem combinação com o mercado. 

Tais percalços poderiam ser evitados se o MVT fosse uma prática comum adotada pelas instituições. Isso porque a realização de testes mínimos viáveis resultaria numa avaliação mais profunda dos elementos envolvidos no projeto, no feedback de grupos de usuários convidados e na otimização dos custos envolvidos no lançamento da funcionalidade ou serviço. 

Um exemplo que indica como o MVT faz falta é a da plataforma Quibi. Idealizada por grandes nomes das indústrias de entretenimento, a proposta da empresa era de ser um streaming voltado para dispositivos móveis. Para isso, seu conteúdo era focado em pílulas de séries e filmes com até 10 minutos de duração, concorrendo com empresas como YouTube, Netflix e Disney. 

Mesmo com grandes investimentos, a ideia não vingou. Os motivos foram vários: a pandemia levou ao isolamento social e assistir conteúdos em telas maiores ficou mais confortável que conferir os vídeos no visor do celular. O TikTok viralizou com seu formato mais dinâmico e atrativo ao público jovem. E as produções do Quibi simplesmente não convenceram. 

Resultado, em menos de seis meses após sua estreia, a empresa declarou o encerramento das atividades. Algo que poderia ser evitado se o Minimum Viable Testing fosse um método aplicado pela companhia, pois a partir dessas experiências já se notariam as vulnerabilidades da plataforma. 

Inserido em um modelo de gestão que aproveita as metodologias ágeis, o MVT é importante pois se dedica a olhar todas as fases posteriores ao lançamento dos produtos, considerando percepções de pessoas que integram diferentes grupos dentro da própria empresa ou mesmo de potenciais compradores. 

Com o foco na melhoria contínua, os testes mínimos viáveis analisam as informações obtidas nas experiências através de análise de dados, mas também se atenta ao relato humano, agrupando os insights obtidos por meio de pesquisas realizadas junto aos clientes, trazendo em sua essência a melhoria das atividades para promover a entrega contínua dos resultados. 

O que é preciso para realizar o MVT? 

Antes de citar os requisitos básicos para colocar o MVT em ação, é válido esclarecer que apesar da semelhança na nomenclatura, o Minimum Viable Testing é uma prática diferente do já citado Minimum Viable Product, o MVP. 

Ambos são processos que partem da estratégia de Growth Hacking, que coloca em atuação colaborativa as áreas de produto, atendimento e marketing para a coleta de dados, a fim de que tais informações sejam aproveitadas para gerar insights de campanhas e lançamentos. 

A distinção entre as duas práticas é que enquanto no MVP o foco está na construção de um produto e na adequação posterior dele para que ele conquiste o mercado, o MVT já nasce com uma visão adequada aos propósitos dos clientes e só depois começa a ser construído. 

Para sua melhor compreensão, vamos mostrar a seguir os elementos essenciais para a realização do MVT. 

Hipóteses 

A raiz do Minimum Value Testing são as suposições, ou melhor dizendo, hipóteses que são levantadas com base nos conhecimentos adquiridos no desempenhar do trabalho, nos retornos dos clientes, ou em experiências obtidas em processos anteriores. 

Pensando no campo do marketing e na construção de landing pages para a atração de clientes, podemos elaborar algumas hipóteses que facilitariam o alcance dos objetivos: um formulário mais enxuto, um botão flutuante ou mesmo um teaser capaz de chamar a atenção do usuário, todas se configuram como suposições a serem validadas através de Minimum Viable Testing. 

A partir da observação das mudanças, o projeto pode ser levado adiante ou refeito para obter um resultado mais eficiente de acordo com as necessidades idealizadas.

Para melhor refinamento da hipótese construída, pode-se fazer o uso de ferramentas de gestão, como a 5W2H, que levanta as perguntas fundamentais para a defesa do MVT proposto. 

Imagem da tabela 5w2h que auxilia na identificação de hipóteses para o Minimum Value Testing

Métricas 

A repetição dos mínimos testes viáveis sem indicadores que trazem dados sobre os experimentos é ineficaz e ao invés de economizar recursos, os desperdiça. Por essa razão, as métricas são pontos definidores para a continuidade do MVT. 

Para isso, é preciso que os parâmetros de mensuração utilizados estejam de acordo com a North Star Metric da organização, ou seja, a métrica que captura o valor principal oferecido pela empresa e abrange os demais indicadores. 

Sendo dessa maneira, o ideal é que o modelo de gestão da organização seja colaborativo e alinhe todos os departamentos como propõe a metodologia OKR. Nessa estrutura, podem ser definidos objetivos e resultados-chave equiparados à métrica principal, o que facilita a seleção de KPIs (indicadores-chave de desempenho) relacionados com as hipóteses que baseiam o mínimo teste viável. 

Seguindo o modelo de landing page já apresentado, os indicadores avaliados no MVT seriam: 

  • O número de impressões e alcance da página teste; 
  • A taxa de clique nos botões implementados (CTR, na sigla em inglês); 
  • A quantidade de clientes que preencheu o formulário;
  • O número de usuários que efetivamente consumiram/utilizado o que a landing page oferecia;
  • O tempo de permanência dos clientes na página promocional.
 

A priorização dos testes 

A partir dos registros coletados por meio das métricas estabelecidas, surge a dúvida de quais modelos de MVT devem ser considerados para a continuidade do projeto e quais não compensam em termos de tempo e recursos aplicados. 

A priorização de Minimum Viable Testing é geralmente feita por um método de ranqueamento, o ICE Score. A proposta por Sean Ellis, é bastante aplicada no Growth Hacking e consiste em atribuir pesos, de zero a dez, para as melhores hipóteses levantadas. 

A partir da média desses indicadores é possível escolher qual é o MVT mais indicado a ser aplicado para o seu negócio. Os itens que compõe o ICE Score são: 

Impacto: O quanto a hipótese é relevante para que o projeto seja um sucesso.

Confiança: O quanto a equipe está confiante na execução da hipótese. 

Facilidade (Easy): Qual a facilidade de executar a ideia ou hipótese/proposta. 

Após compiladas as notas, é feita a média das pontuações entre as três categorias, resultando no ranking que irá apontar qual é o melhor MVT a ser aplicado. Na tabela abaixo, você pode visualizar essa demonstração na prática. 

Imagem da tabela ICE Score, que é utilizada para priorizar os pontos levantados no Minimum Viable Testing

A partir desse momento, a equipe envolvida no desenvolvimento do produto ou funcionalidade tem um respaldo garantido de qual é o MVT mais adequado para ser levado adiante e possivelmente testado junto aos clientes, etapa que vamos mostrar no próximo tópico. 

Os diferentes tipos de Minimum Viable Testing 

Realizados tanto para responder questões técnicas, de usabilidade quanto para avaliar a implementação das ferramentas em determinados mercados, os modelos de Minimum Viable Testing se adaptam ao segmento de atuação e ao propósito estabelecido desde a fase de planejamento. 

Por essa característica, eles não são padronizados entre si e podem ser aplicados de diversas formas. Pensando nisso, selecionamos as maneiras mais comuns de se realizar o MVT. Acompanhe: 

Testes A/B 

Bem frequentes na área de marketing, os testes A/B são exemplos de MVT normalmente ligados a mudanças de design e usabilidade, na qual é avaliada a reação do público diante de duas alternativas de um mesmo produto ou funcionalidade. 

Usando como exemplo a área de comunicação: para o lançamento de seu novo aplicativo, uma empresa elabora duas campanhas com identidades distintas, tanto nos elementos visuais quanto no discurso utilizado. 

>> Leitura recomendada: Conheça as melhores estratégias de marketing para atrair e reter clientes 

Para saber qual das duas opções irá performar melhor, a equipe de marketing preparará um Minimum Viable Testing em formato de teste A/B (quando e-mails e postagens são publicados para a mesma base com conteúdos diferentes). A partir do maior número de engajamento, taxa de conversão ou outra métrica proposta, há a certeza do melhor formato. 

O mesmo é válido para produtos físicos ou digitais, nas quais mudanças no item provocam a aceitação ou não daquela novidade. Logo, com essa proposta de MVT, a organização terá mais fatores que comprovam e baseiam a sua tomada de decisão. 

Protótipos Digitais ou Mockups 

Pensando no cenário da transformação digital, na qual a gestão de projetos é muito mais voltada para o desenvolvimento de recursos e softwares, a criação de mockups (modelo em escala ou de tamanho real de um projeto ou dispositivo) e wireframes (esboço inicial da página de um site ou aplicativo) são opções de mínimo teste viável. 

Também conhecidos como protótipos digitais, esse modelo de MVT simula as funcionalidades das ferramentas em conformidade com a plataforma real. Dessa forma, os usuários convidados podem testar previamente os próximos recursos que serão oferecidos de maneira mais funcional, apontando os pontos de melhoria ao final dos testes. 

Landing Pages 

Ao longo do conteúdo, citamos por algumas vezes as landing pages como um dos exemplos para a aplicação do Minimum Viable Testing. Isso porque essas páginas de captura e navegação possibilitam mudanças rápidas, o que facilita a implementação dos testes. 

Seja por meio das alterações textuais, inserção de vídeos, troca de botões e criação de formulários otimizados, as landing pages permitem uma experiência de contato que ainda resulta na coleta de dados úteis para a sequência do MVT, como tempo de permanência, taxa de rejeição e conversão, entre outros indicadores. 

Entrevistas com os clientes 

Uma vez que o MVT busca entregar oportunidades em consonância com o mercado, as entrevistas e pesquisas com os clientes são essenciais para a coleta de informações, opiniões e expectativas do público em relação à marca. 

A realização desse tipo de Minimum Viable Testing tem o objetivo de entender as reações das personas no contato com as soluções oferecidas. Nesses questionários, a intenção não é a venda, mas a mensuração da satisfação do cliente, se as dores estão sendo sanadas e quais são os problemas identificados durante essa experiência. 

Tendo esses registros em mãos, as equipes de alta performance envolvidas no desenvolvimento de lançamentos têm conteúdos valiosos para estudar as possibilidades, construir hipóteses e realizar novos modelos de MVT com a intenção de aprimorar os benefícios gerados pela empresa. 

MVP com recurso único 

Como essência, o Minimum Viable Product (MVP) é uma versão básica disponibilizada para uso de consumidores selecionados. A partir dele são adquiridas impressões importantes para o aprimoramento da ferramenta ou produto, o que vai sendo disponibilizado aos poucos para os clientes. 

Partindo da ideia que a primeira impressão é a que fica, essa tática pode ser arriscada mesmo que o objetivo seja economizar recursos. Isso porque o contato não positivo pode afastar um potencial público de novas MVT lançadas pela marca futuramente. 

No entanto, o MVP pode ser utilizado como um mínimo teste viável se for oferecido com um único recurso. Dessa maneira, todos os esforços são dedicados a avaliar apenas uma funcionalidade que receberá upgrades posteriores, em um lançamento completo. 

Assim, as expectativas ficam em um patamar moderado, que não afeta a imagem da marca no geral, apenas simboliza um teste que está em andamento para quando chegar ao mercado, o usuário tenha acesso a todas as funções oferecidas pela empresa. 

Planeje e organize seus testes com uma ferramenta de gestão 

A construção dos MVT é um processo que demanda estudos, experimentações e uma gestão organizada que divide cada etapa de acordo com o ciclo previsto no cronograma do projeto. 

Para que essas divisões funcionem de maneira fluida e eficiente, você pode contar com ferramentas de gestão como o Runrun.it. Na plataforma, os projetos são organizados em quadros que facilitam a visualização dos envolvidos e a distribuição das tarefas entre as equipes. 

O software permite o acompanhamento das ações de ponta a ponta e promove a integração de dados, informações, usuários, clientes e parceiros em torno de uma mesma atividade. Além dessa centralização, a ferramenta entrega indicadores e relatórios sobre a capacidade produtiva dos profissionais, facilitando a gestão de trabalho de toda a sua organização. 

Crie sua conta e teste gratuitamente todos os benefícios oferecidos pelo Runrun.it: https://runrun.it/

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Links mencionados

https://www.cbinsights.com/reports/CB-Insights_Top-Reasons-Startups-Fail.pdf

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