impacto do design

Aumentando o impacto do design na sua empresa

*Guest post produzido por Calebe Bezerra

A partir dos anos 2000, quando ganhou força ao ser explorado comercialmente, o termo “design” começou a ser entendido como uma característica positiva da parte estética de um produto. Esse modismo gerou termos curiosos como o “carro-design”, o designer de cabelos, sobrancelhas, bolos e por aí vai. O resultado? Fica cada vez mais difícil para o público geral entender o que é, efetivamente, o design e como ele pode ajudar a escalar os negócios da sua empresa.

Pegando carona nessa multiplicidade de definições, meu querido amigo Marcelo Lopes publicou recentemente o livro Design é (Merchandesign, 2016), colecionando pareceres de profissionais da área. São definições poéticas muito felizes que nos levam à seguinte conclusão: defina como quiser, mas aprenda a usar a seu favor.

A Design Ladder Dinamarquesa

Por ser uma disciplina relativamente nova, e de natureza multidisciplinar, o design é aplicável sob múltiplas formas em diferentes estágios de um negócio. E esse conhecimento ainda é algo reservado a uma minoria dos gestores de marca e de negócios.

A consagrada metodologia Design Ladder (escada do Design), desenvolvida pelo Danish Design Centre, identifica o nível de influência do design sobre uma organização, em quatro níveis:

Nível 1: Não-design

Aqui, as empresas não aplicam o design de forma sistemática, ou seja, organizada. Estão, no máximo, no “oba-oba”, apagando incêndios de forma desorientada.

Nível 2: Design como estilo

O design é utilizado como finalizador, capaz de dar forma ou estilo a novos produtos e serviços. Limita-se basicamente às aplicações visuais e materiais do design. Podemos dizer que é o estágio em que a maioria das empresas brasileiras se enquadra: usando o design apenas como “embelezador”.

Nível 3: Design como processo

Design aqui é um elemento integrado ao desenvolvimento de produtos e serviços. Ou seja, ele faz parte do início da concepção, e não só recebe um briefing na fase final de execução. Isso promove um alinhamento maior das expectativas, resultados e gestão de marca com o projeto executado.

Nível 4: Design como estratégia

São empresas que já entenderam o design como elemento-chave no modelo de negócio – um fator fundamental de diferenciação, necessário para a tomada de decisão do desenvolvimento de seus produtos. Por isso, investem constantemente em pesquisa e desenvolvimento para definir os próximos passos do negócio.

O Design Value Scorecard

Com base nessa “escada do design”, o Design Management Institute, uma das principais organizações de design no mundo, conduziu um estudo para mensurar o impacto do investimento em design nos resultados das empresas, utilizando como base o seu valor na bolsa. O Design Value Scorecard considerou o nível de influência do design na criação de produtos e serviços, o quão alto ele está nos escalões da gestão. Embora datado de 2013, este estudo se tornou um marco na percepção de valor gerada pelo Design. Por quê? Ele apontou um dado altamente relevante para os gestores de hoje:

As empresas cuja estratégia está orientada pelo design
tiveram uma valorização 228% superior ao índice da Standard&Poor’s.

Veja o estudo do Design Management Institute na íntegra

Isto é, o investimento em design deixou de ser um aperfeiçoamento visual para se tornar parte fundamental da estratégia de sobrevivência das empresas.

Como avançar sua empresa na escada do design

Aqui, alguns aspectos a se considerar para aumentar a importância do design na organização:

Suporte da liderança

É necessário que a alta gestão da empresa esteja comprometida com a estratégia de design e corrobore para que ela permeie todas as instâncias da organização, não somente a ponta de execução.

Investimento

Será necessário investir em um escritório de design com as expertises necessárias para aprofundar as discussões e moldar o conhecimento adquirido pela organização, traduzindo-o em estratégia. Ainda que haja uma equipe interna de design, o apoio de consultorias externas pode trazer uma visão fresca, menos viciada sobre o mercado e os produtos existentes ou novos.

Inovação centrada no usuário

O termo “User Experience”, carinhosamente reduzido para UX, se tornou uma disciplina mandatória para o sucesso de projetos da área digital – sites, portais e aplicativos. Mas a combinação entre usabilidade e emoção (ou forma e função, na escola Bauhausiana) existe em qualquer tipo de objeto com que nos relacionamos. Uma boa coleta de dados é o ponto de partida para qualquer decisão relacionada à experiência do usuário.

Pesquisas de diversas naturezas, com foco em entender as reais necessidades dos usuários, ajudam a fazer esse fit entre produto e mercado. O que as pessoas falam? O que elas fazem? Há ferramentas para todos os portes de empresas, O que varia é a profundidade e, consequentemente a complexidade da execução. Conheça algumas ferramentas de Design de Serviços.

E aí? Você está pronto para começar essa escalada?

*Artigo escrito por Calebe Bezerra é diretor nacional de conteúdo da ABEDESIGN – Associação Brasileira de Empresas de Design, e fundador da Calebe Design, um escritório de criatividade e estratégia.

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