retenção de talentos

Domine a arte da retenção de talentos (sem games e piscinas de bolinha)

O que você vai encontrar neste artigo sobre retenção de talentos:

 

Imagine que hoje seja seu primeiro dia de trabalho em uma nova empresa. Você anda pelos corredores e vê que no lugar dos tradicionais lugares individuais, seus colegas de trabalho estão compartilhando uma longa mesa no centro, os gestores não possuem sala definida, todos se sentam juntos. Todos estão conversando. Mais adiante, há uma sala com videogame e mesas de pebolim, que chamam a sua atenção.

Em uma sala ao fundo há um lugar para descansar no meio do expediente. Por fim, os lugares destinados às reuniões possuem paredes de vidro, para garantir a transparência. Hoje em dia não é difícil pensar em uma empresa assim, não é mesmo? Ainda mais quando estamos falando em startups, já que qualquer semelhança com escritórios como o Google, Facebook e Twitter não é mera coincidência!

Essa cultura de escritórios despojados e que oferecem como benefício piscinas de bolinha, salas de música, descanso, jogos ou brincadeiras se tornou muito popular nos últimos anos. Especialmente se a empresa deseja atrair jovens talentos que – em tese – podem ser seduzidos por um escorregador, uma máquina de refrigerante ou uma sala de meditação. Esses atrativos passam a imagem de modernidade e de lugar ideal para se trabalhar.

Porém, quando falamos em retenção de talentos ou o que atrai a atenção do candidato e o leva a querer trabalhar em sua empresa, esses fatores são realmente determinantes, ou apenas detalhes que no final do dia não têm muita relevância? Neste artigo vamos falar sobre o que os jovens profissionais valorizam de verdade e como você pode transformar a sua empresa em um local em que todos desejam trabalhar.

Mitos da retenção de talentos

Um recente artigo publicado pelo MIT Sloan School of Management trouxe análises interessantes de dados coletados pela Robert Half International, e que podem ajudar a esclarecer sobre a relevância dessas formas de entretenimento no trabalho. De acordo com a pesquisa, essas “vantagens peculiares” se tornaram um marco da cultura startup, porém são caras e não ajudam no recrutamento e na retenção de talentos, já que compensação financeira e planos de saúde robustos têm muito mais impacto na escolha.

A pesquisa mostrou, ainda, os benefícios que mais influenciam na hora de escolher um emprego:

  • Horários flexíveis (88%);
  • Bônus (77%);
  • Plano de saúde (69%);
  • Academia ou creche (38%),
  • Trabalho voluntário durante o expediente (31%).
 

O presidente da Robert Half International, Ryan Sutton, afirma que a diferença número 1 entre as ofertas aceitas e recusadas ainda é o salário e que as vantagens e benefícios oferecidos além disso são mais um fator de desempate do que de decisão. Ele ainda completa que, ao contrário do que estabelece o estereótipo, os millennials e a geração Z – que estão ingressando no mercado de trabalho – não são mais propensos a serem motivados por vantagens chamativas do que as outras gerações. Desde que eles recebam um salário justo, a preferência é por uma boa cultura e ambiente de trabalho em que eles se sintam parte do lugar.

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Como reter Millennials e Geração Z

Primeiramente, vamos falar sobre as definições desses grupos:

  • Millennials: nascidos após o início da década de 1980 até o final de 1990.
  • Geração Z: nascidos após o início da década de 1990 até início dos anos 2010.
 

A principal diferença entre esses grupos e a Geração X (nascidos entre 1961 e 1981) está ligada às visões de mundo, já que eles tiveram contato com a internet desde sempre e não passaram por preocupações econômicas ou políticas, como guerras e ditaduras. Essa diferença de pensamento, especialmente no ambiente de trabalho, pode representar um grande choque de realidade.

A geração Z já compõe mais de 70 milhões de pessoas apenas nos Estados Unidos, ou seja, 22% da população e controlam o equivalente a US$ 44 bilhões em poder de compras, segundo estudo do banco Goldman Sachs. Em 2019, essa geração representará 32% da população mundial, superando os millennials (que serão 31,5%). Os dados são baseados em pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU), como afirma uma reportagem publicada no portal O Globo.

Falando sobre o que os atrai no mercado de trabalho, segundo estudo realizado pela Page Talent e Inova Business School, 68% dos entrevistados acreditam que as empresas mais atrativas são aquelas que se preocupam não só com a carreira, mas também com a preservação da vida pessoal do funcionário. Outros fatores que chamam a atenção são: responsabilidade social (48%), cuidados com o meio ambiente (29%) e inovação tecnológica (28). Além disso, o respeito à diversidade, propagação de valores de igualdade e contra discriminações sociais são atrativos para a geração Z.

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Os millennials no mercado de trabalho costumam ser empreendedores. Segundo artigo publicado pela Forbes, os cerca de 6,2 milhões de millennials ao redor do mundo recebem, em média, US$ 100.000 anualmente, mais de 77% do que seus pais receberam na mesma idade. Uma justificativa para essa diferença seria justamente a criação que essa geração recebeu, mais voltada para ser líder ou dono do próprio negócio.

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Diferenças entre Millennials e a Geração Z

Segundo artigo publicado no Money times, apesar da pouca diferença de tempo – apenas uma década, entre os grupos – enquanto os Millennials cresceram em meio a um boom econômico, a geração Z presenciou uma certa recessão.

  • Os Millennials tendem a ser mais sonhadores, estão em busca de experiências e buscam por marcas que compartilhem os mesmo valores que eles, no profissional esperam crescimento e progressão de carreira.
  • Já a geração Z tende a ser mais pragmática, procurando economizar dinheiro, buscam marcas autênticas e no profissional estão em busca de estabilidade (de carreira e econômica).
 
 

Como podemos observar, os interesses das duas gerações vão ao encontro do que foi revelado pela pesquisa do MIT e fatores como benefícios ou escritórios com estruturas alternativas, como é o caso dos escritórios abertos (ou Open Plan Office, em inglês), como falaremos abaixo, não serão capazes de te ajudar na retenção de talentos da sua empresa.

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Escritórios abertos: não caia nessa cilada!

Em escritórios abertos as paredes são, literalmente, eliminadas. Isso significa que as mesas individuais e os cubículos são substituídos por mesas compartilhadas pelos funcionários, que podem se organizar de forma mais livre, dependendo dos projetos que estão sendo desenvolvidos.

Ao adotar esse modelo, gestores acreditam que aumente a produtividade e a colaboração entre os funcionários, além de “quebrar” um pouco a estrutura hierárquica, uma vez que líderes e equipes dividem o espaço, melhorando também a comunicação.

Na teoria, esse tipo de configuração traz vários benefícios, porém a realidade é outra. A Harvard Business School descobriu que até em escritórios abertos a interação face a face diminuiu 70%, ao mesmo tempo em que as mensagens e e-mails privados aumentaram em até 50%. Podemos concluir então que, ao invés de estimular a comunicação presencial, os escritórios abertos tiram a privacidade dos colaboradores que voltaram a usar meios eletrônicos para conversar.

Esses resultados foram publicados no estudo“The Impact of the ‘Open’ Workspace on Human Collaboration” e comprovaram isso. Os pesquisadores reuniram um grupo de pessoas e tudo que elas deveriam fazer era anotar as interações que tinham ao longo do dia.

Essas informações foram coletadas durante 15 dias em um escritório tradicional e depois mais 15 em um escritório aberto, sem nenhuma fronteira física entre os colaboradores. Os resultados mostraram que os 52 participantes do estudo passaram menos tempo interagindo presencialmente (72% a menos) e mais tempo enviado e-mails para outros participantes (56% a mais). Alguns outros resultados deste estudo incluem:

  • Os funcionários receberam 20% mais e-mails de outros participantes;
  • Os participantes do estudo foram colocados em cópia em 41% a mais e-mails;
  • O envio de mensagens instantâneas cresceu 67%;
  • O número de palavras enviadas por mensagens instantâneas aumentou 75%.
 

Fica claro que o local de trabalho interfere diretamente na produtividade e nas interações com os colaboradores. Quando falamos em retenção de talentos, este pode ser um fator de decisão entre a permanência ou saída de um funcionário que não está contente com a cultura da empresa, ainda mais quando estes a valorizam e a levam em consideração na vida profissional, como os Millennials e a Geração Z.

A formulação de um escritório ideal vai depender muito dos seus colaboradores e do tipo de trabalho desenvolvido, já que um tipo de equipe pode demandar um tipo de configuração diferente de outra. Cabe a você, como gestor(a), mapear as necessidades identificadas. Ter uma mesa de pebolim ou um videogame moderno à disposição de todos pode até ser uma ideia empolgante, porém não necessariamente vai atrair e manter os talentos de que você precisa para sua empresa se desenvolver.

Mas afinal, como eu posso aumentar a retenção na minha empresa?

Se o seu objetivo é fazer a retenção de talentos na sua empresa, você pode seguir as 6 dicas abaixo, que comprovadamente podem fazer a diferença!

1. Crescimento e aprendizado

Oferecer oportunidade de crescimento profissional e aprendizado pode atrair muitos talentos, ainda mais da Geração Z e Millenial, que estão interessadas em crescer nas carreiras. Comece criando equipes mistas para os projetos, para que os mais jovens possam aprender com os mais experientes. Também desenvolva planos de carreiras justos, pensando no acompanhamento da evolução de cada colaborador.

2. Sentimento de pertencimento

Envolva os colaboradores de forma que eles se sintam parte da empresa e não apenas mais um número. Quanto maior for a empresa, mais difícil pode ser essa tarefa, então trabalhe com equipes menores e aproveite para acolher os colaboradores – será mais fácil envolvê-los nas decisões e, principalmente, escutá-los. A partir do momento que você começa a valorizar e reconhecer a relevância dos profissionais no ambiente de trabalho, eles se sentirão mais próximos da empresa e poderão ter a chamada atitude de dono, que é quando o colaborador deseja ver o lugar onde ele trabalha prosperando, crescendo e lucrando.

3. Saúde e bem-estar

Esqueça os benefícios voltados para o entretenimento e foque na saúde e bem-estar dos seus colaboradores. Claro que a legislação de cada país é diferente, ainda mais quando falamos nesses direitos. Porém, respeite facilite as licenças remuneradas e ofereça planos de saúde satisfatórios.

4. Compartilhar valores de verdade

A sua empresa tem um propósito? Adota valores de proteção ao meio ambiente? Tecnologia sustável? Saúde mental? Não deixe que isso seja apenas um slogan de marketing, faça ser aplicado no dia a dia. Pequenas ações podem fazer a diferença para os funcionários quando eles enxergam os valores sendo transmitidos em todas as esferas da empresa.

5. Flexibilidade

Flexibilidade não significa falta de controle. Até porque o controle do tempo trabalhado, seja através de uma planilha de horas trabalhadas ou por um timesheet automatizado, é muito importante. Se for possível, procure ter alguma flexibilidade de horários, ou até mesmo oferecer alguns dias por mês de home office.

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6. Salários compatíveis com o mercado

Falar de dinheiro pode ser delicado em alguns momentos. Porém, não tente iludir seus colaboradores com benefícios supérfluos e se esquecendo de remunerá-los de acordo com o mercado. Como já falamos acima, este fator ainda é o primeiro a ser levado em conta na hora de aceitar um emprego novo ou permanecer no atual.

Uma ferramenta de gestão pode ajudar

Um bom gestor precisa prestar atenção à equipe e saber avaliar tanto os resultados quanto o esforço dos profissionais, algo que é fundamental na retenção de talentos. Uma ferramenta de gestão do trabalho, como o Runrun.it, é fundamental nesses momentos, já que você será capaz de acompanhar em tempo real tudo que está acontecendo através de um Dashboard, praticando os preceitos da gestão à vista, tornando o trabalho mais transparente e motivando os seus colaboradores. Isso vai te ajudar a reter talentos, independente da geração dos funcionários. Teste já: http://runrun.it

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