Por Julio Cesar de Freitas*
O que é design thinking?
O Instituto de Design de Illinois, representado por Donald Norman, trouxe para o mundo corporativo nos anos 80 essa estranha maneira de pensar e realizar as ações de projeto e planejamento do fazer corporativo. Ao lado de Illinois, também tivemos a imensa contribuição do Institute of Design at Stanford, e deles vieram a metodologia mais bem aceita e aplicada entre nós.
Sempre que avistamos um quadradinho colorido grudado na parede é sinal de gente pensando… e fazendo diferente. Esta tem sido a imagem recorrente toda vez que mencionamos o design thinking como, não apenas um modo diferente de pensar ou de fazer, mas também de transformar. Trata-se de um poderoso modelo de gestão do conhecimento e de pessoas. Sua popularização é notória e amplamente discutida no meio corporativo dos nossos tempos.
Trata-se de um conjunto de ferramentas e processos usados para atender problemas, necessidades, demandas ou oportunidades no cotidiano corporativo. Essas ferramentas estão relacionadas ao levantamento de informações, gestão criativa do conhecimento e propostas factíveis de encaminhamentos processuais ou soluções definitivas. Aproxima o conceito e prática da empatia em um ambiente qualificado (como dito acima: problemas, necessidades, demandas ou oportunidades), e tem o ser humano como determinante de todo o esforço de projeto.
Muito usado por profissionais de diversas áreas em corporações com pensamento e cultura de inovação, o design thinking tem visto sua influência crescer como uma forma clara e eficiente de levar aos meios mais tradicionais uma nova e promissora forma de pensar e agir.
Para os profissionais que trabalham com o design thinking, seu ponto de partida é entender a mecânica de pensamento usada pelos designers na solução de seus desafios diários e aplicá-la como procedimento metodológico para solucionar criativamente os problemas de suas áreas.
Empatia > Definição > Ideação > Prototipagem > Testes
Gestão de Processos
Um quadradinho sem cor ligado por uma linha a outro quadradinho também sem cor e ambos com um texto em seu interior é um sinal de que alguém esteve ocupado em documentar um conjunto de atitudes laboriosas, sejam essas de negócios ou de produção. E esse tem sido o modo como a tecnologia e a engenharia de processos têm mapeado e documentado sequencialmente as ações e operações de um determinado sistema denominado por eles mesmos de “Processos”.
Tecnicamente bem definida, a gestão de processos tem em sua estrutura a essência operacional da organização em que tais processos são praticados. Nela se pode encontrar o passo a passo da produção de um determinado componente de produto ou até mesmo toda a “cartilha” de produção como um todo.
Mas se temos duas distintas áreas do conhecimento bem definidas em suas bases e práticas, porque aproximar uma da outra?
Percebemos que uma aproximação compositiva – e não excludente – traria importantes benefícios nos processos nas empresas. Partimos da premissa de que processos são normas escritas e que na prática de tais normas se sobrepõem os procedimentos realizados ainda em boa parte por seres humanos. E quando o tema envolve o ser humano, temos um “prato cheio” para o design. Sempre haverá aquele que, por mais profissional que seja, tentará fazer o melhor pela empresa e num gesto bem humano, subverterá o processo escrito em um procedimento deformado, ainda que bem intencionado.
O pensamento de design trouxe para a mesa a possibilidade de aplicação dos princípios e fundamento do design para lidar com os processos. Com isso, desfrutamos agora de uma riqueza cromática para a identificação de áreas, setores e células de produção. Ao mesmo tempo, passou-se a rever o significado de cada área nessa cadeia e atribuir nomes ou redefinir nomenclaturas mais ajustadas ao que representam.
Por exemplo, um setor anteriormente denominado “PONTO”, após ser submetido ao filtro crítico do design thinking, passou a ser chamado de “GESTÃO DE FREQUÊNCIA”, explicitando com mais legibilidade a imensa abrangência de conteúdo que abrigava. Além disso, o design trouxe identidade visual e semântica para o setor, permitindo que os profissionais vinculados a ele fossem enxergados e se enxergassem com o devido destaque na complexa estrutura administrativa da empresa.
O design thinking atua como um agente de propagação de cultura do pensamento na corporação, com o objetivo claro e inequívoco de somar competências com a engenharia de processos, a fim de tornar esse tema mais humanamente bem aceito, bem como mais humanamente bem praticado.
Acreditamos no design thinking associado à gestão de processos para que os processos tornem-se eficientes, compreensíveis e coerentes em seus diversos meios e formatos, agregando maior produtividade e confiabilidade ao seu negócio.