A sobrecarga de trabalho é o excesso de serviço delegado aos colaboradores, como horas extras frequentes e prazos de entrega curtos, que sobrecarregam a rotina dos funcionários e diminuem a sensação de trabalho em equipe e a realização profissional. E se engana quem pensa que delegar um volume alto de tarefas é positivo para as empresas de alguma maneira.
Em uma pesquisa, realizada por nós do Runrun.it, com 1.500 pessoas sobre Estresse e Síndrome de Burnout identificamos que: 54% considera que a qualidade do trabalho caiu e 38% compreende que a eficiência também não se mantém a mesma.
O alarmante é que se essa condição não for tratada, a partir da sobrecarga as pessoas podem desenvolver Síndrome de Burnout – caracterizada como uma doença crônica e ligada ao trabalho desde 2022, de acordo com a delimitação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para cuidar da saúde da sua equipe e evitar a sobrecarga de trabalho, preparamos este artigo com dicas essenciais para melhorar o bem-estar no trabalho!
- O que define sobrecarga de trabalho?
- Como identificar colaboradores sobrecarregados?
- Trabalho remoto e sobrecarga de trabalho
- Como a atualização da NR-01 impacta na redução da sobrecarga de trabalho?
- Dicas para evitar a sobrecarga de trabalho
- Como utilizar um gerenciador de trabalho para evitar a sobrecarga?
O que define sobrecarga de trabalho?
A maioria das pessoas já se deparou com alguma situação de sobrecarga, seja relacionada com o trabalho ou não. Episódios isolados não necessariamente se caracterizam como exaustão, sendo que a principal diferença entre um e outro é como você se recupera desse cansaço.
Isso porque um dia agitado pode ser facilmente superado com uma boa noite de sono, mas a condição de sobrecarga de trabalho diminui a capacidade de descansar, justamente porque eleva as taxas de estresse e muitas vezes impede que as pessoas se dediquem ao próprio lazer.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Runrun.it, 43% das pessoas ouvidas têm dificuldade em se desconectar após o expediente de trabalho. Isso significa que, além das horas previstas, o colaborador checa e responde e-mail, realiza pequenas tarefas e outras atividades que vão ocupando o tempo de descanso.
Esse comportamento, no entanto, pode ser um reflexo de como a equipe ou empresa lida com a produtividade dos funcionários, uma vez que prazos apertados forçam as pessoas a trabalhar mais. Se esse hábito vira rotina, colaboradores e gestores acreditam que fazer horas extras não é nada de mais.
Por isso, é preciso ficar de olho para evitar os seguintes aspectos constantes que geram sobrecarga de trabalho:
- Volume de trabalho elevado;
- Prazos curtos;
- Metas inatingíveis;
- Microgestão.
Leitura recomendada: Saúde mental no home office: como cuidar do bem-estar
Como identificar colaboradores sobrecarregados?
A sobrecarga de trabalho nem sempre é percebida logo no início. Por isso, é essencial identificar os primeiros sinais para evitar que o problema se agrave e comprometa a saúde do colaborador e os resultados da equipe.
Veja os sinais mais comuns da sobrecarga de trabalho:
Queda na produtividade
Quando um colaborador apresenta dificuldades em cumprir prazos, entregar tarefas com qualidade ou manter o ritmo normal de trabalho, pode ser um indicativo de que a carga está acima do suportável.
Problemas de saúde física
Dores de cabeça frequentes, tensão muscular, insônia, problemas gastrointestinais e queda de imunidade são sintomas físicos comuns em pessoas que estão sob forte estresse relacionado ao excesso de trabalho.
Mudanças de comportamento
Alterações de humor, irritabilidade, apatia, desmotivação, procrastinação e até conflitos com colegas podem surgir como reflexo do desgaste emocional.
Fadiga emocional e mental
Sensação de esgotamento constante, dificuldade de concentração, perda de interesse pelas atividades e sentimento de incapacidade são claros indícios de sobrecarga psicológica.
Afastamentos e absenteísmo
O aumento no número de faltas, licenças médicas ou atrasos frequentes indica que o colaborador pode estar lutando contra os impactos físicos e mentais do excesso de demandas.
Trabalho contínuo sem pausas adequadas
Funcionários que não conseguem fazer intervalos, levam trabalho para casa frequentemente ou se sentem culpados por descansar estão em situação de alerta máximo para esgotamento.
Reconhecer esses sinais precocemente é essencial para agir de maneira preventiva, promovendo o bem-estar e a produtividade sustentável.
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Trabalho remoto e sobrecarga de trabalho
O aumento da produtividade realmente é um dos benefícios do home office, afinal as pessoas estão menos expostas a interrupções e a rotina pode ser mais dinâmica. No entanto, a microgestão pode colocar essa vantagem por água abaixo quando o gestor não tem uma métrica confiável para medir a dedicação das equipes.
Como não é possível ver o trabalho acontecendo, passa-se a delegar tarefas com mais intensidade para inibir a sensação de que os colaboradores não estão trabalhando da forma como deveriam.
Pesquisas apontam para uma necessidade crescente de examinar criticamente os fatores que contribuem para o excesso de estresse e sobrecarga de trabalho nas empresas.
Eric Garton, articulista da Harvard Business Review, argumenta no artigo “Employee Burnout Is a Problem with the Company, Not the Person” que, apesar da sobrecarga ser um fenômeno comum, é errado que a empresa jogue a responsabilidade pelo estresse no próprio colaborador.
Em vez disso, é essencial que gestores e empresas tomem à frente nesse assunto para identificar como a organização poderia evitar o esgotamento físico e mental de seus colaboradores.
Uma das formas de fazer isso é abrir espaços de escuta entre gestor e colaborador que levem em conta os pilares da comunicação não-violenta:
1. Evitar julgamentos
2. Reconhecer emoções desconfortáveis
3. Identificar necessidades não atendidas
4. Viabilizar a convivência
São nesses espaços de escuta sem julgamentos que os colaboradores podem descrever situações que apresentam sinais de exaustão mental, mesmo que eles não enxerguem desta forma.
No entanto, para esse tipo de conversa ser efetiva, é preciso que as empresas forneçam treinamentos e orientações aos líderes para que eles saibam interpretar e lidar com tais situações da melhor forma possível.
Essas conversas podem acontecer em momentos informais, como em reuniões corriqueiras, ou específicas sobre a percepção do trabalho como ocorre com a avaliação 360º, um modelo de feedback no qual os colaboradores avaliam a si mesmo, a empresa, a equipe e o gestor.
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Como a atualização da NR-01 impacta na redução da sobrecarga de trabalho?
A recente atualização da NR-01 (Norma Regulamentadora nº 01), que estabelece novos requisitos para a identificação, avaliação e controle de riscos no ambiente de trabalho, traz mudanças significativas no gerenciamento de riscos ocupacionais e tem um impacto direto na saúde e segurança dos trabalhadores.
A nova redação, que entrou em vigor com a Portaria MTE nº 1.419 em agosto de 2024, exige que as empresas garantam que os colaboradores não adoeçam mentalmente devido à sobrecarga de trabalho ou a ambientes tóxicos.
Para os colaboradores, isso significa não apenas mais segurança, mas também maior envolvimento e responsabilidade no processo de gestão dos riscos. Vamos entender como essas alterações impactam a rotina dos trabalhadores.
1. Maior atenção à saúde mental
Uma das mudanças mais importantes foi a inclusão dos riscos psicossociais no gerenciamento de riscos ocupacionais. A NR-01 agora exige que as empresas identifiquem e gerenciem fatores como estresse excessivo, assédio moral e violência no ambiente de trabalho. Para os colaboradores, isso resulta em uma abordagem mais completa e integrada à saúde mental, promovendo ambientes de trabalho mais equilibrados e prevenindo situações que possam afetar o bem-estar emocional e psicológico.
2. Participação ativa no gerenciamento de riscos
Com a nova NR-01, os trabalhadores precisam estar mais envolvidos no processo de identificação de perigos e no desenvolvimento de planos de ação para mitigar riscos.
Isso proporciona um ambiente mais colaborativo, onde a comunicação entre empregador e empregado é essencial para garantir que as medidas de segurança sejam eficazes.
3. Direito de recusa reforçado
Com a atualização da NR-01, o direito de recusa em situações de risco grave e iminente foi reforçado. Agora, os colaboradores têm o direito de se recusar a executar atividades que representem perigo imediato à sua saúde e segurança, sem sofrer consequências.
4. Treinamento e capacitação mais rigorosos
A NR-01 também atualizou as exigências para treinamento e capacitação. Agora, as empresas devem fornecer formação adequada para seus funcionários sobre os novos processos de gerenciamento de riscos e de como identificar perigos no ambiente de trabalho.
Isso significa que os colaboradores terão mais oportunidades para aprender sobre a importância da segurança e as melhores práticas para garantir sua própria proteção.
5. Planos de ação e resposta a emergências
Outro impacto direto na vida dos colaboradores é a necessidade de as empresas desenvolverem planos de ação detalhados para a gestão de emergências, incluindo as de grande magnitude. Esses planos garantem que os trabalhadores saibam como agir em situações de risco, desde incêndios até acidentes graves.
Além disso, exercícios simulados também são exigidos, o que assegura que todos estejam preparados para responder de forma eficiente e segura a qualquer emergência.
6. Período de adaptação para implementação
Embora as mudanças tenham sido publicadas em 2024, as empresas têm até maio de 2025 para implementar as novas exigências. Isso dá tempo para que os colaboradores se beneficiem de uma transição mais tranquila, com a garantia de que a empresa está adequadamente preparando o ambiente para cumprir as novas normas.
A atualização da NR-01 é um avanço significativo para a segurança e a saúde ocupacional. A responsabilidade agora é compartilhada, e todos os envolvidos têm um papel fundamental na criação de um local de trabalho seguro e harmonioso.
Dicas para evitar a sobrecarga de trabalho
A sobrecarga não é inevitável — ela pode ser evitada com boas práticas de gestão e cultura organizacional voltada ao equilíbrio. E para isso, é importante investir em ações preventivas torna o ambiente de trabalho mais saudável, engajado e produtivo a longo prazo.
A seguir, veja estratégias eficazes para prevenir esse problema:
Organize a distribuição de tarefas
Avalie a capacidade de cada membro da equipe e evite concentrar grandes volumes de trabalho em poucos profissionais. Delegar de forma equilibrada, considerando habilidades e limitações, é fundamental.
Estabeleça prioridades claras
Crie fluxos de trabalho que definam o que é urgente e importante. Isso ajuda a equipe a direcionar esforços para o que realmente traz resultados e evita o acúmulo de tarefas desnecessárias.
Defina prazos realistas e flexíveis
Pressionar a equipe com metas inalcançáveis gera ansiedade e desgaste. Sempre que possível, envolva o time na definição dos prazos para aumentar o comprometimento e a sensação de controle.
Estimule pausas e descanso
Implemente uma cultura que valorize o equilíbrio entre produtividade e descanso. Pausas estratégicas durante o expediente aumentam a criatividade e diminuem o risco de burnout.
Mantenha a comunicação constante
Promova reuniões regulares para alinhar expectativas, ouvir dificuldades e redistribuir tarefas quando necessário. Um ambiente de diálogo aberto ajuda a detectar problemas antes que eles se tornem críticos.
Lidere pelo exemplo
Gestores que respeitam seu próprio horário de trabalho, incentivam férias e mostram que descansar é parte do sucesso inspiram a equipe a fazer o mesmo, construindo uma cultura de respeito aos limites humanos.
Utilize ferramentas de gestão de tarefas
Plataformas como Runrun.it para otimizar o fluxo de trabalho, visualizar melhor as demandas, planejar prazos e acompanhar o andamento das atividades, promovendo uma divisão de tarefas mais justa e organizada.
Como utilizar um gerenciador de trabalho para evitar a sobrecarga?
Conforme falamos neste artigo, é responsabilidade das empresas encontrar maneiras de não sobrecarregar a rotina dos colaboradores. Para isso, além de contar com momentos de escuta, que servem como um termômetro para avaliar a relação das equipes com o fluxo de trabalho, você também pode adotar uma ferramenta de gestão do trabalho como o Runrun.it, que fornece dados sobre a distribuição de atividades e entregas realizadas por cada colaborador.
O Runrun.it oferece funcionalidades essenciais para evitar a sobrecarga de trabalho, como o cronograma, que permite visualizar o andamento das tarefas e ajustar prazos conforme a necessidade.
Por exemplo, ao mover uma tarefa no cronograma, o software ajusta automaticamente a disponibilidade do colaborador, garantindo que o prazo de entrega seja realinhado de acordo com a carga de trabalho dele. Isso permite uma distribuição mais equilibrada das tarefas.

Com o uso do Runrun.it, o planejamento das rotinas de trabalho traz diversas vantagens:
- Visão clara do que precisa ser feito, evitando surpresas no meio do processo.
- Alinhamento de expectativas com todos os membros da equipe, garantindo transparência.
- Redução do retrabalho, ao facilitar o acompanhamento das entregas e ajustes necessários.
- Distribuição justa das tarefas, sem sobrecarregar nenhum colaborador.
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