Colaborador analisando o aumento da sua rentabilidade com o desenvolvimento de suas competências essenciais

Competências organizacionais essenciais: um diferencial competitivo para se destacar no mercado

Você já se perguntou o que a sua empresa faz muito bem, acima da média dos concorrentes? Na década de 1990, dois acadêmicos, C.K. Prahalad e Gary Hamel, indagaram sobre isso e começaram a pensar na organização como uma árvore. Na analogia, o tronco e os galhos mais grossos representam o produto principal da empresa, as ramificações menores são as unidades de negócios, as folhas, flores e frutos seriam os demais produtos ou serviços. Porém, nenhuma árvore se sustenta se não possuir raízes profundas e fortes. Essas raízes representam as competências organizacionais essenciais, que sustentam a empresa e a mantém viva e saudável, ou seja, competitiva.

Também conhecidas como competências centrais, competências-chave ou ainda core competences, as competências essenciais de uma organização reúnem os diferenciais e vantagens competitivas que um negócio possui. Este conceito se tornou fundamental para a estratégia de qualquer empresa. Todas essas habilidades devem estar reunidas também no time que, trabalhando em equipe, busca chegar ao melhor resultado, promovendo um diferencial competitivo efetivo, fazendo com que a organização se destaque no mercado.

Neste artigo vamos apresentar o conceito de competências organizacionais essenciais, orientar como identificá-las no seu negócio e nos colaboradores e dar dicas de como realizar uma gestão estratégica por competências.

 

O que são competências organizacionais essenciais?

Em 1990, os estudiosos Prahalad e Hamel lançaram o artigo “The core competence of organization”. Em seus estudos, eles concluíram que era necessário descobrir o que uma empresa faz de melhor, pois seria isso que a manteria viva no mercado. Identificando essa característica, seria possível repensar a estrutura da organização, buscando melhorá-la sempre, gerando, assim, uma vantagem competitiva sobre os concorrentes.

Os autores definem competência como a capacidade de combinar, misturar e integrar recursos a produtos e serviços, necessária para o pleno funcionamento do negócio. Desse modo, as competências organizacionais essenciais são aquelas que reúnem habilidades e tecnologias que permitem que o produto ou o serviço seja bem visto pelos clientes e difícil de ser copiado pelos concorrentes. 

Além disso, a noção de competência também pode ser associada ao conceito de fazer algo bem feito. Dessa forma, as competências organizacionais essenciais devem ser colocadas em prática através do trabalho que cada colaborador desempenha. Por isso, elas devem ser desdobradas para cada profissional em competências individuais.

Identificando as competências organizacionais essenciais

Primeiramente, é importante mencionar que toda empresa tem competências básicas que podem ser semelhantes. Isto é, empresas do mesmo ramo, que oferecem produtos ou serviços parecidos têm competências básicas que coincidem. Porém, cada empresa tem as suas competências organizacionais essenciais específicas, que representam o que ela faz melhor que as outras. É preciso se debruçar sobre o negócio para encontrar e saber quais competências essenciais destacar, pois, num primeiro impulso, a tendência é listar uma série de qualidades, como: bom atendimento, lead time curto, qualidade na prestação do serviço etc.

>> Leitura recomendada: A importância do core business para sua estratégia de negócios

Nesta lista, é importante descobrir os únicos pontos que figuram como vantagens competitivas exclusivas da empresa e selecionar até quatro, levando em consideração o que agrega mais valor para o cliente e os melhores resultados para a organização. Para isso, foram estabelecidos alguns critérios que ajudam nessa identificação. Vamos a eles.

Os três critérios para identificar competências organizacionais essenciais

Sabendo o que a empresa faz de forma mais competente, o gestor precisa diagnosticar quais pontos da lista de respostas mais se encaixam em três critérios determinados sob a perspectiva dos concorrentes, do cliente e do mercado.

1. Concorrentes

Escolha algo que a empresa faz melhor que a concorrência e que é difícil ser imitado e reproduzido por ela.

2. Clientes

Selecione os pontos que oferecem mais benefícios ao seu consumidor.

3. Mercado

Esse critério, também conhecido como “evolução”, envolve os pontos que indicam inovação e o potencial de ser amplamente aproveitado, dando acesso a diferentes mercados.

A crescente globalização fez com que as empresas se reinventassem, pensando em elevar sua eficiência e como conquistar novos mercados. Alguns setores econômicos precisam entrar em uma disputa mais acirrada de novos clientes, gerando a chamada hipercompetição. Para manter-se competitiva, as empresas precisam melhorar continuamente as suas competências organizacionais essenciais, monitorar o mercado e traçar um planejamento estratégico visando aumentar a sua força no mercado.

Nessa realidade, os gestores precisam rever constantemente suas ações e estratégias, estabelecendo uma cultura organizacional ágil e que se adapte rapidamente às mudanças. Para orientar sobre como trabalhar com essas competências organizacionais essenciais, Prahalad e Hamel desenvolveram o Modelo de Competências Essenciais, uma matriz, a qual representamos abaixo.

Modelo de Competências Essenciais com as opções de “Excelência em dez”, “Mega oportunidade”, “Preencher as lacunas” e “Espaços vazios”

No quadrante “Preencher as lacunas”, o gestor pinça as competências essenciais da organização que podem ser utilizadas nos mercados que já existem e em novos cenários que podem absorvê-las ou que fortaleçam a posição da organização.

Ao adentrar em novos mercados, a empresa pode acabar diversificando muito seus produtos ou serviços. Os “Espaços vazios” servem para elencar as competências essenciais que serão necessárias neste futuro, bem como as formas de desenvolvê-las.

Chegar a novos mercados pode soar como algo arriscado, mas correr riscos não significa apenas correr perigos, significa abraçar grandes chances de crescimento. No quadrante das “Mega oportunidades”, o gestor mapeia essas novas oportunidades e estipula como aprimorar as suas competências organizacionais essenciais nessa expansão.

Por fim, a “Excelência em dez” solicita a implantação, em até 10 anos, de uma nova competência essencial de alto nível para o mercado em que a empresa se encontra.

Como as competências essenciais influenciam na gestão de pessoas?

A revolução tecnológica, sobretudo após a ampliação no acesso a internet e a globalização, veio mudar o cenário competitivo. A busca por inovação constante e a velocidade com que novos produtos e serviços chegam até as pessoas pressiona as empresas a estar em constante evolução. As antigas formas de trabalho baseadas em processos produtivos utilizam ao máximo os recursos disponíveis, procurando como resultado baixos custos de produção, não funcionam mais.

O cenário atual exige dos gestores uma nova mentalidade, que aprecie a  flexibilidade, a agilidade, a inovação, o trabalho em equipe e a facilidade de responder a mudanças. Também requer capacidades, como a habilidade de lidar com baixos orçamentos, antecipar-se constantemente às frequentes mudanças nas preferências do cliente; conhecer e utilizar novas tecnologias; estudar as práticas dos concorrentes buscando superá-los, estruturar de forma contínua o fluxo de trabalho para que os objetivos possam ser alcançados com maior eficiência; gerir bem uma equipe culturalmente diversa.

Enquanto as metodologias antigas pregavam que cada um fazia uma única função na sua área, o caminho atual consiste em trabalhar as habilidades individuais de cada colaborador, aliadas a múltiplas tecnologias, alcançando resultados mais satisfatórios.

Um exemplo prático: na elaboração de um projeto, ao invés de o gestor selecionar uma pessoa para desenvolver cada etapa específica, ele reúne toda a equipe e apura o que cada colaborador pode oferecer de melhor, levando em consideração as habilidades de cada um. A estruturação do trabalho é feita de forma que todos trabalhem em equipe, juntos, como um time e não cada um em sua área. Não há grupos separados de especialistas, todos os membros trabalham na mesma página, mantendo o foco único e comum a todos. Conectados, eles se preocupam com o todo e com o resultado final em conjunto e não de forma individual. O trabalho em equipe com foco no resultado é uma competência essencial organizacional. 

>> Leitura recomendada: Equipe de alta performance: os segredos para turbinar os resultados

Nesse aspecto, um gerenciador de tarefas inteligente, como o Runrun.it, pode ajudar, por meio de recursos que auxiliam na organização das atividades. Com ele, é possível distribuir as tarefas de acordo com a capacidade de cada colaborador. Em relação à comunicação, centralizá-la em uma só plataforma reduz custos e todo o histórico de solicitações fica devidamente arquivado. Com a função do “usuário convidado” também é possível compartilhar etapas do projeto com pessoas externas à sua organização, melhorando a comunicação e dando agilidade à gestão dos processos. Com tudo automatizado e usufruindo de inteligência artificial, fica mais fácil acompanhar o tempo investido em tarefas, engajar todos os funcionários, estabelecer prazos mais realistas, gerar orçamentos mais adequados à realidade da sua empresa e tomar decisões.

Desenvolvendo competências essenciais nos colaboradores

Segundo Thomas Durand, uma competência é formada pelo conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA), sendo:

Conhecimento = saber o que fazer e porquê fazer.

Habilidade = saber como fazer. 

Atitude = querer fazer.

As competências individuais de cada colaborador devem estar alinhadas tanto às competências organizacionais essenciais quanto às competências técnicas necessárias para desempenhar o seu trabalho. Caso não sejam encontradas ou se estiverem abaixo do esperado, é possível elaborar um plano de desenvolvimento para supri-las. Os estudos mais recentes mostram que, em contextos de alta competitividade, uma efetiva liderança estratégica por meio de competências organizacionais essenciais torna as empresas mais ágeis e aptas a um desempenho superior.

Um grande desafio para os gestores, então, é criar um ambiente que permita que diferentes indivíduos encaixem as diferentes peças de seus conhecimentos, para que todos dominem a maior quantidade de conhecimento possível. Essa sinergia é essencial para os diferenciais competitivos.

Portanto, no ambiente profissional, também se faz necessário identificar e desenvolver competências essenciais nos colaboradores para que eles exerçam a função com êxito e atendam às exigências do mercado de trabalho atual.

Para realizar uma gestão por competências organizacionais essenciais, procure por pessoas com:

1. Boa comunicação

Isso envolve saber se comunicar e como falar, exercendo uma comunicação não violenta, bem como ouvir.

2. Visão

Esse diferencial permite enxergar tendências e criar oportunidades, identificar falhas e apontar soluções.

3. Habilidade para trabalhar em equipe

O respeito ao próximo e o reconhecimento dos talentos individuais, valorizando a interdependência e confiando na equipe são aspectos importantes neste ponto.

4. Postura de liderança

Motivar, ajudar e inspirar, independentemente do cargo que ocupa, é a verdadeira definição de líder.

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Obtendo vantagem competitiva através das competências essenciais

Hitt, Ireland e Hoskinsson, teóricos mais recentes no campo das competências, afirmam que a raiz de todas as vantagens competitivas é o conhecimento em poder do capital humano da empresa. Dessa forma, as vantagens competitivas de uma empresa também estão ligadas diretamente aos recursos humanos. 

Segundo esses estudiosos, o ambiente interno é composto pelas competências organizacionais essenciais e por recursos e capacidades. Os recursos são tangíveis (equipamentos, instalações, capital da empresa etc) e intangíveis (gestores talentosos, cultura organizacional, capital intelectual, entre outros). As capacidades são representadas pela habilidade que a empresa tem de organizar e integrar os recursos para alcançar um resultado. Elas são fatores determinantes na busca da competitividade estratégica e baseiam-se em ações inerentes ao capital humano da empresa. As capacidades podem ser desenvolvidas em setores funcionais, como RH e Marketing, por exemplo, e em partes dessas áreas, como Motivação e Retenção de Funcionários e Propaganda. 

Assim como as competências organizacionais essenciais, as capacidades também vão sendo fortalecidas por meio de seu uso continuado, tornando-se mais difíceis de serem imitadas pela concorrência. Seu uso adequado envolve um complexo modelo de coordenação entre pessoas e entre pessoas e outros recursos. Para Hamel e Prahalad, os recursos e as capacidades, quando bem explorados e aliados às oportunidades do mercado, tornam-se competências organizacionais essenciais que proporcionarão o diferencial competitivo. 

Como transformar recursos e capacidades em competências organizacionais essenciais

Pode-se dizer que toda competência essencial é uma capacidade, mas nem toda capacidade é uma competência essencial. Para que um recurso ou capacidade se torne uma competência essencial de uma organização, deve-se ter quatro atributos: 

  1. 1. Ser valioso, para que possa explorar oportunidades e neutralizar ameaças;
  2. 2. Ser raro, não existindo em um grande número de empresas, no sentido de representar um diferencial entre a empresa e seus concorrentes;
  3. 3. Ser imperfeitamente imitável, como a história da empresa, uma cultura organizacional ou marca singular e valiosa; as relações interpessoais, confiança e o relacionamento amigável entre os clientes, gestores e fornecedores.
  4. 4. Ser insubstituível, ou seja, não ter equivalentes estratégicos.
 

Segundo os autores John e Harrison, do ponto de vista operacional, para ser considerada como competência organizacional essencial, uma capacidade deverá ser valiosa e insubstituível aos olhos do consumidor e única e inimitável na opinião da concorrência.

Uma tecnologia para desenvolver competências essenciais e ter vantagem competitiva

As competências organizacionais essenciais são diretamente responsáveis pelo diferencial competitivo de uma empresa. É importante estabelecê-las e sempre investir nestes pontos ou melhorá-los com o tempo, para gerar um diferencial ainda maior e aumentar essa vantagem competitiva em relação aos concorrentes, atraindo mais clientes e aumentando a participação no mercado.

Também vimos aqui que o sucesso nos negócios acontece quando se combinam habilidades tecnológicas a habilidades organizacionais e recursos humanos. Para isso, você pode contar com o Runrun.it, um gerenciador de tarefas e projetos com dashboard flexível e fácil de usar, que integra a sua equipe e possibilita a visão do todo para o time e os stakeholders. Além disso, o Runrun.it possui funcionalidades inspiradas em frameworks ágeis, que irão ajudar a aumentar a sua produtividade. E através de relatórios gerenciais, você terá em mãos dados importantes que facilitarão a gestão das tarefas e auxiliarão na elaboração de orçamentos mais adequados à sua realidade. Acesse, cadastre-se e teste gratuitamente: runrun.it/pt-BR

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