Tendências do futuro do trabalho

Tendências do futuro do trabalho: AC Soares e Vítor Andrade debatem os desafios

AC Soares, CEO do Runrun.it, e Vítor Andrade, Head of Startup Relations da Oracle, participaram da segunda edição do Runrun.it Master Class com o tema “O Futuro do Trabalho”. A conversa ajuda a entender os impactos da automação e da inteligência artificial no mercado de trabalho, além de abordar as tendências do futuro do trabalho.

A aula teve quatro tópicos principais: os empregos que não existirão em alguns anos; as áreas em que a automação funciona melhor; os setores em que o homem será insubstituível e os empregos que vão existir e nem conhecemos ainda. Vamos mostrar, neste artigo, os destaques do debate para você se preparar para as mudanças que estão a caminho.

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3 fases da automação

Vale destacar as três etapas da automação antes de entrar no assunto do futuro do trabalho. AC enumerou as fases:

  • Assistant Intelligence: como a maioria das pessoas reconhece hoje, é o nível de inteligência que ajuda a realizar tarefas repetitivas;
  • Inteligência Aumentada: momento emergente que estamos vivendo, com sistemas que ajudam o ser humano a tomar melhores decisões. O Runrun.it é um sistema dessa fase, em que as informações são coletadas, a ferramenta gera alertas e as pessoas podem interpretá-los e operar de acordo com eles;
  • Inteligência Autônoma: o próximo nível em que a inteligência artificial assume o papel do humano, como os carros autônomos em desenvolvimento acelerado.

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Os empregos que não existirão em alguns anos

Quando falamos de automação e tendências do futuro do trabalho, logo pensamos no cenário caótico do fim de uma série de empregos, como lembra Vítor. No entanto, ele comenta que, ao invés dos empregos deixarem de existir, nós vamos adaptar as nossas atividades atuais. “Não é só a máquina trabalhando. Terá ser humano também, mas a forma de trabalhar vai mudar”.

De fato, segundo pesquisa da McKinsey, cerca de 60% de todas as ocupações têm pelo menos 30% de suas atividades que podem ser automatizadas. O estudo afirma também que a automação pode afetar 1,2 bilhão de empregados e ainda ter um efeito de US$ 14,6 trilhões em salários.

As atividades operacionais, de baixa formação, acabam sendo as mais atingidas pela evolução da automação. Mas, neste caso, uma função importante das máquinas, principalmente em atividades intelectuais, é a capacidade de ler a quantidade gigante de dados produzidos. “É um assistente do ser humano na tomada de decisão. Tem que trabalhar com a máquina como um parceiro”, comentou Vítor.

Ele ainda destacou o fator da automação como um benefício para otimizar a gestão do tempo dos colaboradores nas empresas: “a pessoa é o principal recurso da organização. Quanto mais cara a pessoa se torna, maior é o incentivo para automatizar as atividades dela e poder usar o (caro) tempo dessa pessoa em prol da organização”.

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As áreas em que a automação funciona melhor

A automação é vista como fundamental para empresas com tarefas repetitivas e um volume muito grande de dados para serem processados. Nesses setores, o machine learning ganha espaço e oportunidades de uso. AC, inclusive, mencionou a atuação de sistemas de automação em empresas de auditoria para encontrar comportamentos fora do usual e possíveis fraudes.

“É uma massa de dados, faz sentido para esse tipo de empresa. Dá para traçar sinais que fogem ao padrão, que, dificilmente, o ser humano seria capaz de identificar. A partir dessas informações, eu posso tomar ações sobre elas”, completou Vítor.

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Os setores em que o homem será insubstituível

No entanto, ainda há áreas em que a interação humana é necessária. AC citou o setor de saúde, como no processo de diagnóstico médico. “Precisa da atuação da inteligência emocional do ser humano em como lidar com aquela informação do paciente, até porque existem informações imperfeitas”, destacou.

Ele lembrou que a inteligência artificial pode até gerar um “diagnóstico muito melhor, mais barato e acessível” do que os profissionais atuais. Mas comentou que não seria uma abordagem ideal para interagir com o paciente.

Nesse panorama, fica claro que criatividade, empatia e outros comportamentos humanos são características de funções em que o homem será insubstituível, como pontuou AC.

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Dinâmica do mercado de trabalho

Além do desenvolvimento da automação e da inteligência artificial, existem outras mudanças ocorrendo em paralelo que alteram a própria dinâmica do mercado. O envelhecimento da população e a chamada gig economy são dois dos fatores que interferem no planejamento de carreira e na busca de habilidades.


Gig Economy, segundo o Dicionário de Cambridge: “uma forma de trabalho baseada em pessoas que têm empregos temporários ou fazem atividades de trabalho freelancer, pagas separadamente, em vez de trabalhar para um empregador fixo”.


AC até comentou sobre a situação nos Estados Unidos em que 50% das pessoas já têm mais de uma ocupação, como atividades freelancer ou um emprego diferente em outro período do dia.

Vítor também analisou o crescimento da gig economy: “O que a empresa precisa hoje é um misto do que você tem dentro de casa e pode buscar fora as outras competências (na sua cidade, estado ou outros fusos horários). Pode estar faltando no mercado local, mas em abundância em outros mercados”.

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Os empregos que vão existir e nem conhecemos ainda

Com a expansão da automação, as mudanças cada vez mais rápidas e as tendências para o futuro do trabalho com empregos que nem foram inventados ainda, uma questão recorrente é como isso afeta o sistema educacional.

Vítor afirmou que as pessoas não podem apenas depender de universidades e instituições de ensino. “Você é responsável pela sua carreira nesse contexto. Ou seja, você não pode ter só em uma fonte a sua formação, já que a formação está em constante mudança”, disse.

Neste cenário, o termo lifelong learning ganha espaço com o aprendizado contínuo ao longo da vida. “Você tem que montar na sua cabeça o que você precisa aprender e como vai aprender para realizar as tarefas que você precisa ou quer realizar”, comentou AC, que citou as carreiras seriais como resultado dessa qualificação profissional constante. “As habilidades que você aprende, os seus interesses e as demandas do mercado se modificam tanto que você passa a ter diversas carreiras ao longo da vida”, completou.

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A conversa também tratou de in-the-moment learning, quando você precisa buscar uma pílula de informação para resolver o problema, consegue o resultado desejado e soma aquela habilidade para o restante da carreira, se valorizando como profissional.

Outro conceito importante do futuro do trabalho é o work chasing people, em que o mercado inverte a lógica e as organizações procuram as pessoas de acordo com os interesses, habilidades e experiências de que precisam. “As pessoas vão construir suas próprias vagas e as empresas vão ter que ir atrás delas oferecendo oportunidades”, disse Vítor.

Ainda segundo Vítor, as pessoas não vão se encaixar em perfis preexistentes e se tornarão solucionadoras de problemas: “as fronteiras entre os departamentos ficarão fluidas. As pessoas precisam estar preparadas para executar mais de uma atividade”.

E fica a lição de que, no futuro, não vamos mais viver cinco anos na mesma empresa, mas sim três empresas ao mesmo tempo, gerenciando a nossa própria carreira, o nosso tempo e como nos relacionamos com o trabalho.

>> Veja abaixo a gravação completa da Master Class:

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