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Gestão consciente com Karen Hada, Diretora de Operações na F.biz

Antonio Carlos Soares, CEO e co-founder do Runrun.it, conversou com Karen Hada, Diretora de Operações na F.biz sobre o período de transição para o trabalho remoto, comunicação não-violenta, cultivo do equilíbrio emocional na organização meditação e gestão consciente. Acompanhe esse post para saber quais foram os melhores momentos da entrevista. 

1) Transição para o trabalho remoto na F.biz
2) Comunicação não-violenta no trabalho
3) Cultivo do equilíbrio emocional nas organizações
4) Ferramenta de gestão para ter paz de espírito

 

Para assistir a entrevista, é só acompanhar ao vídeo abaixo: 

Transição para o trabalho remoto na F.biz 

Karen Hada é Diretora de Operações da F.Biz há quase 4 anos, uma das agências digitais mais premiadas e admiradas do país. Formada em Publicidade, tem experiência com comunicação digital em agências de publicidade e na Avon, onde foi Gerente de Marketing.

A F.biz iniciou o trabalho remoto em meados de março, assim como o Runrun.it e, mesmo atualmente, com os planos de reabertura começando a ser implementados, seguindo a orientação das prefeituras, a volta para o escritório será opcional, respeitando, claro, as medidas de segurança. 

Voltando para o período de transição, Karen fez parte do comitê multidisciplinar interno criado na agência, que ficou responsável por auxiliar e definir os novos processos em home office, para que as informações chegassem em todos os pontos. Ela enfatiza a importância da participação das liderança nas áreas. 

Isso porque, ao trabalhar a distância é normal que passemos a ter mais interações online com as pessoas com as quais trabalhamos diretamente. Na maioria das vezes essas pessoas são nossos próprios colegas de equipe e o gestor da área. 

Dessa forma, como Karen comenta acima, a participação das lideranças se torna muito importante, porque fica a cargo do gestor repassar informações, assim como as boas práticas e os processos de home office que a empresa gostaria de adotar.  

“A primeira preocupação foi com o espaço e a estrutura que as pessoas tinham, fomos adequando da melhor forma. Depois, fomos atrás das ferramentas, descobrindo com as que já tínhamos como nós poderíamos nos comunicar de forma contínua  – até porque, estávamos preocupados com a questão da comunicação à distância – porque a gente sabe que mesmo no presencial já é super difícil”, afirma Karen. 

A terceira onda foi em relação ao bem-estar e a saúde mental dos colaboradores. Até mesmo porque, em momentos como esse, precisamos levar em conta os impactos sociais e econômicos, que acabam aumentando sentimentos de medo, ansiedade e frustração. 

Em entrevista ao Valor Econômico, Marcos Calliari, presidente da empresa de pesquisas Ipsos, revelou que, de acordo com pesquisa realizada pelo instituto, 41% dos brasileiros declararam se sentir ansiosos (levando em consideração o contexto da pandemia), o que representa o maior percentual da pesquisa, quando comparamos os resultados com outros 15 países participantes do estudo. 

Pensando nisso, Karen passou a se colocar mais disponível para o time, porque no ambiente presencial existe aquela percepção visual do que as pessoas estão fazendo e se elas precisam de ajuda, além de facilitar as interações entre os membros da equipe. Dessa forma, a número de reuniões também aumentou, mas em uma nova dinâmica, para facilitar o acompanhamento dos checkpoints, organizar melhor as atividades e definir prazos. 

>> Leitura recomendada: Onboarding remoto: uma nova forma de fazer a integração de novos funcionários

Outro ponto que chama atenção é a relação de confiança que precisou ser estabelecida ou fortalecida em alguns casos, para que o trabalho pudesse fluir melhor, evitando a microgestão que acaba sendo um verdadeiro pesadelo no home office, pois não  ajuda o gestor e muito menos as equipes, já que o processo de adequação leva um tempo, até que todos encontrem o seu ritmo. 

Como diretora de operações, Karen e sua equipe prestam serviços para outras áreas, fornecendo ferramentas, processos e metodologias, para que o trabalho seja mais dinâmico, objetivo, prático e eficiente.

“As metodologias, processos ou dinâmicas existem para te apoiar. Então, elas são ferramentas que, dependendo do contexto que você está, do tipo de trabalho, projeto ou pessoas que estão participando – não só o meu time, mas das outras áreas – devem se adequar a esse ambiente, esse método de trabalho, essa dinâmica.  Então, eu acho que essas ferramentas precisam ser conhecidas, mas eu não acho que elas devem ser implementadas. Elas precisam ser utilizadas da melhor forma possível para você chegar no objetivo final”, afirma Karen. 

Pensando nisso, os gestores precisam  encontrar o que funcione para as equipes, já que nem sempre seguir uma metodologia “by the book” trará os resultados que você precisa. “No final, quem entrega o trabalho são as pessoas. Não é o método, não é o processo”, diz Karen. Ela completa dizendo que o papel do gestor é fazer com que o trabalho seja o melhor possível, respeitando as características das pessoas.  

Comunicação não-violenta no trabalho 

A comunicação não-violenta (ou CNV), é uma abordagem voltada para a forma como expressamos nossas necessidades, esquematizada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg. Um dos maiores preceitos é que para praticá-la você precisa praticar o hábito a escuta empática, já que isso vai te ajudar a  identificar os sentimentos e as necessidades das pessoas ao nosso redor. 

As 4 noções básicas da comunicação não-violenta são: 

  1. 1. Evitar julgamentos
  2. 2. Reconhecer emoções desconfortáveis
  3. 3. Identificar necessidades não atendidas
  4. 4. Viabilizar a convivência
 

Karen é uma grande entusiasta de práticas consideradas, de certa forma, “alternativas”, o que podemos entender como gestão consciente. Porém, ela enxerga esse processo sendo muito mais de transformação interna do que externa. 

Dessa forma, Karen aproveita os ensinamentos que adquiriu com seus cursos, leituras, pesquisas e conversas como uma forma de mudar o pensamento interno, o que pode ir do pessoal para o profissional, mas não é uma obrigação e uma filosofia “coach” de que os aprendizados se transformarão em uma fórmula para melhorar o seu resultado no trabalho. 

“Eu acho que espírito do negócio acabou fazendo parte de mim quando eu entendi que, desse processo todo de comunicação não-violenta, o mais importante é você entender que o que você quer ou o que você pensa, o que você deseja, independente do que for, não é melhor do que ninguém”, explica Karen. 

Isso acontece porque nossos atos estão sempre carregados de intenção, mesmo que tentemos nos enganar, achando que a nossa solução é a melhor, em muitos momentos estamos apenas tentando provar nosso ponto, que favorece nossos próprios interesses. E não é apenas a nossa forma de verbalizar que expressa isso, mas nossa linguagem corporal também. Por isso, Karen entende que esse processo de desconstrução precisa ser interno. 

“Para mim é menos sobre o método, sabe? É óbvio que o método vai te apoiar, porque se você precisa conduzir uma conversa, as práticas vão te ajudar muito a ser eficiente na conversa. Mas a comunicação não-violenta não pode ser só sobre isso”, diz Karen. Dessa forma, ela consegue compreender a realidade de forma mais sutil, para além da visão pragmática de um gestor tradicional: projeto – processo – deadline.  

Cultivo do equilíbrio emocional nas organizações

Como nós já mencionamos acima, Karen tem grande interesse em buscar conhecimento voltado para essa área da gestão consciente, assim como do cultivo do equilíbrio emocional nas organizações. 

Karen nos conta que a motivação dela para buscar mais equilíbrio foi visando a vida pessoal. “Eu comecei a fazer o curso e a procurar a meditação muito por uma questão pessoal minha, porque eu era uma pessoa muito ansiosa e aí quando eu comecei a explorar mais a filosofia e comecei a procurar as bases teóricas, livros, autores e professores que me levaram para esse caminho”, explica ela, que concluirá sua formação em agosto/2020. 

Como consequência de seus estudos e aprendizados, ela conseguiu enxergar mudanças no trabalho, já que ela conseguiu ver de outro jeito a dinâmica estabelecida no contexto, o que mudou a forma com a qual ela enxerga a gestão de pessoas, a relação com seus pares, com outras lideranças e também com o board da agência. 

“Com relação a gestão da equipe, eu sou bem explícita. Eu estou fazendo uma formação de gestão do cultivo do equilíbrio emocional nas organizações e a principal ferramenta para esse processo é a meditação. Como a minha formação vai me possibilitar ensinar isso para outras pessoas, eu acabei usando meu time como ‘cobaias’”, comenta Karen sobre a forma com a qual ela aplica os ensinamentos no trabalho. 

Ela começou esse processo de aprendizado através do mindfulness, mas logo viu que aquele conhecimento acabaria sendo superficial em sua busca por equilíbrio. “A gente entrou em uma cultura e acaba valorizando as pessoas que fazem muitas coisas  – e eu já fui essa pessoa, por isso que eu falo isso – valorizar a quantidade de atividades que faz, valorizar o ritmo e o estilo de vida que tem. E aí, quando a gente traz para o corpo, a sensação de ficar parado  e imóvel é muito desafiador”, afirma Karen. 

Porém, não pense que todo esse conhecimento se relaciona com as descobertas de Karen sobre intenções e comunicação não violenta. “Se você tem algum problema de gestão, isso significa que tem alguma coisa te afetando e a sua resposta será em cima disso, não tem como desvincular a emoção, porque a gente sente medo, raiva, angústia, inveja e isso faz parte do processo”, explica Karen, que encontrou na meditação uma ferramenta para conseguir absorver a grande quantidade de informação que recebe todos os dias de maneira saudável. 

Ferramenta de gestão para ter paz de espírito 

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