As áreas de Tecnologia e Gestão e Projetos sempre andaram lado a lado na indústria de software – até por uma nutrir-se da necessidade da outra. Mas no universo de agências digitais, essa integração é, ainda, incipiente. Portanto, os desafios estão sob influência de experimentação e aprendizados. Grandes agências já começaram a integrar as duas áreas e buscam soluções para tornar o tráfego entre elas mais fluído. Para entender esse cenário, conversamos com o atual diretor de Tecnologia da F/Nazca Saatchi & Saatchi, Jefferson Russo, mais conhecido como Jota.
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Bio: Jota Russo
Filho de desenvolvedor, desde cedo Jota foi influenciado a atuar na área de Tecnologia. Depois de passar no vestibulinho da Etesp (Escola Técnica Estadual de São Paulo) em 1993, ingressou no mercado de trabalho como Analista de Suporte, na Editora Globo. Mas, com o início da internet no Brasil, seu interesse era em trabalhar com web. Viu em uma oportunidade na Agência Click (na época Mediaclick e hoje Isobar Brasil) a chance de dar um salto junto com a novidade do século. “Na Click, foi onde mais aprendi, já que a internet estava começando. Lá todo mundo respirava isso”, conta.
Depois, passou sete anos no Banco Real (atual Santander). Mas, para quem gosta da dinâmica de lidar com diferentes projetos e clientes, o caminho natural era voltar para o ambiente criativo. Desde 2008 na F/Nazca, nos últimos quatro anos Jota passou de desenvolvedor web, atuando diretamente coma Criação, para diretor de Tecnologia, quando começou a assumir responsabilidades nas contas de grandes clientes. Sua equipe hoje é composta por dois desenvolvedores e está diretamente ligada à equipe de Projetos, que tem sete integrantes.
Neste material produzido em parceria com o Instituto MestreGP, abordamos os desafios de tornar o digital parte orgânica do trabalho em agência, o fluxo diário do trabalho e as suas responsabilidades como protagonista da inovação. Ao final, confira também o material em vídeo da TV GP.
Qual é o seu atual papel como diretor de Tecnologia?
Jota: Ter um diretor que centralize as atividades não torna o processo criativo muito diferente. A Criação consulta a gente às vezes e nós levamos ideias para eles. Nesse sentido, não mudou muita coisa. O que muda com a posição de uma pessoa responsável pela área de tecnologia é em termos de responsabilidade. Se o site de um projeto cair, basicamente, a culpa é minha. Tenho que me responsabilizar por tudo que envolve tecnologia, independente se estamos fazendo internamente ou com uma produtora contratada. O meu papel é monitorar se todos estão fazendo seu trabalho direito. Se uma campanha com determinada URL vai passar no intervalo do Jornal Nacional, por exemplo, o servidor será capaz de aguentar? Meu cargo apareceu aqui na agência justamente por esse tipo de situação. Não é papel do diretor de Criação ter o conhecimento técnico e olhar para isso. Ele tem outras preocupações.
Como funciona o trânsito e a integração entre áreas?
Jota: A gente procura ter uma relação legal com todos os departamentos. Quando eu percebo algum ruído, alguma resposta mais atravessada, já vou intervir. A gente precisa manter um bom relacionamento com as pessoas porque não é uma corrida de 100 metros. É uma maratona, a gente está sempre correndo com essas mesmas pessoas. Hoje, se eu brigo com você, amanhã vou precisar da sua colaboração para algo. Então eu tenho esse cuidado. Somos muito integrados com a área Projetos. Tanto é que a Ju (Juliana Hasegawa, Diretora de Produção Integrada e Projetos) começou a me chamar de dupla e eu concluí que, de fato, somos uma dupla.
A gente (TI) não pode ficar com a pecha de Cavaleiro do Apocalipse. Porque aí ninguém mais nos chama. Falar “não” é a última alternativa. Somos viabilizadores.
Jota: Na gestão também sempre repito: “A nossa equipe não está aqui para julgar a ideia. A gente não é pago para julgar a ideia de ninguém. Você pode até não gostar, mas fica na sua. O nosso papel aqui e viabilizar a ideia”. E quando esse tipo de relação é desgastada, a Criação não envolve mais a Tecnologia nos projetos. E se a Criação para de te envolver – principalmente eu que respondo para um diretor de Criação – você fica inútil. Então precisamos ter o cuidado e a paciência para entender as possibilidades. Acho que esse é um pouco o papel. A gente (TI) não pode ficar pecha de Cavaleiro do Apocalipse. Porque aí ninguém mais nos chama. Falar que não dá é a última alternativa. Somos viabilizadores.
Quais são os desafios da rotina da sua equipe?
Jota: Quando comecei, do ponto de vista tecnológico, tudo era mais simples de fazer do que hoje. A internet não era tão complexa e um profissional sozinho podia resolver. Mas agora, e em agências grandes, é exigido um profissionalismo muito maior. Somos uma equipe muito enxuta, servimos de suporte à Criação para a trazer coisas novas. Porque um diretor de Arte não é obrigado a saber como funciona uma machine learning, por exemplo. É o nosso papel explicar e trazer para o contexto da agência para ele decidir se é possível adaptar à realidade de algum job.
Também trabalhamos com muita produtora diferente para produção de sites, o nosso papel é também puxar a barra desses fornecedores para cima, para fazer um trabalho cada vez melhor. Isso acaba virando um funil para selecionar os melhores parceiros. Não adianta a produtora ter um ótimo preço e entregar no prazo se a qualidade é uma porcaria. É muito difícil encontrar uma produtora que seja muito boa em tudo. Então selecionamos aqueles que são as melhores em cada tipo de entrega.
Com a pulverização de plataformas e tecnologias, qual o papel do GP para garantir uma entrega de sucesso?
Jota: O surgimento de novas tecnologias é só mais uma coisa que os Gerentes de Projetos vão ter que lidar. Dizer que o papel dele é controlar prazos, escopo e custo é chover no molhado. A gente já sabe disso. Mas se eu tivesse que resumir em uma palavra só eu acho que seu papel mais importante na agência é controle de requisitos. Eles têm que entender os requisitos de todas as áreas. E eles é que são responsáveis por garantir que aquilo tudo está sendo cumprido. E se não for cumprido 100%, saber o que a gente faz para remediar ou se existe alguma meta que não tem como atingir. Bolar um plano de como mitigar riscos. Acho que independe da bola da vez em termos de tecnologia. É um tipo de coisa nova na entrega deles, mas não vejo isso como uma dificuldade. Não para eles, não para o time que a gente tem aqui hoje.
Qual etapa você considera importante ter integração entre sua equipe e a equipe de Projetos?
Jota: Com oito anos e meio de F/Nazca, consigo ver que a gente tinha uma dificuldade no passado, porque muitas vezes a equipe de Tecnologia era envolvida tarde demais. Já chegou ao ponto de passarem o orçamento para o cliente sem ter falado com a gente antes. Sem saber se era viável. Mas isso são águas passadas. Hoje em dia, os GPs participam de todas as reuniões com o cliente. Mesmo que eu ou alguém do meu time não estejamos presentes, quando surge alguma coisa que vai depender de uma decisão nossa, rapidamente somos informados. A gente trabalha muito integrado às outras áreas. Dificilmente acontece de escapar algo.
Como acontece a inovação dentro da agência?
Jota: Temos um papel de convencimento do cliente ou mesmo de áreas internas aqui para inovar. Toda vez que a gente fala de inovação, aparecem os “Yes-Butters”, aqueles que dizem gostar de inovação, mas sempre impõe algum empecilho para fazer. E os “Why-Notters”, aqueles que jogam do nosso lado e dizem: “Isso aqui é diferente, mas por que não?”. O conhecimento técnico dos GPs, junto com a gente, ajuda a vender ideias inovadoras, porque entendendo tecnicamente eles também vão ajudar, enquanto os “Yes-Butters” vão querer enterrar a ideia.
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Confira parte da entrevista em vídeo: