Resultante das duas principais atividades de TI, o desenvolvimento e as operações, o DevOps é um conjunto de práticas que aproxima as equipes de tecnologia da informação, tornando-as mais colaborativas, autônomas e empoderadas para realizar suas atividades.
Fruto do novo milênio, o conceito é recente e exigiu a adaptação de profissionais que por muito tempo se acostumaram a trabalhar em unidades separadas.
A essência da prática consiste em alinhar as metodologias, para que os desenvolvedores realizem suas atividades em sintonia, fazendo com que as empresas ganhem em inovação e agilidade.
Quer entender como o DevOps rapidamente virou uma tendência no mercado de tecnologia e trouxe ganhos para o cumprimento dos objetivos dos negócios? Vamos te explicar tudo sobre essa abordagem nesse artigo!
- O que é DevOps
- Como o modelo DevOps funciona?
- Os pilares de DevOps
- O ciclo de vida do DevOps
- Os benefícios do DevOps
- Os desafios de adotar a cultura DevOps
- Como implementar o DevOps na sua empresa
O que é DevOps?
Combinação entre os termos desenvolvimento e operações, o DevOps pode ser explicado como um conjunto de práticas e ferramentas utilizadas para ampliar a capacidade produtiva e criativa das equipes de TI.
Utilizando como bases outras metodologias, como o agile, a abordagem trazida no DevOps é da realização de ciclos enxutos e alinhados de trabalho, mantendo todos os envolvidos a par das fases de desenvolvimento.
Por isso, a colaboração entre as equipes de desenvolvedores e de operações deve existir em todos os momentos de elaboração de um produto, serviço ou aplicativo.
A chegada do conceito de DevOps eliminou barreiras físicas e digitais que dificultam a interatividade entre os profissionais.
Para se ter uma ideia, antes era comum que a pessoa desenvolvedora de um código tivesse pouco contato com o profissional responsável por implementar o mesmo código, o que deixava gargalos no fluxo de trabalho.
Com essa nova visão, as organizações conseguiram passar a fornecer seus serviços com mais agilidade, atendendo as necessidades dos clientes e se tornaram mais competitivas dentro do mercado.
A origem do conceito de DevOps
Ganhando popularidade a cada dia, o termo DevOps começou a ser discutido entre 2007 e 2008, por meio de comunidades e fóruns online, nos quais desenvolvedores especialistas debatiam sobre as disfunções existentes no setor de TI.
Como citados, antes era comum que pessoas das áreas de desenvolvimento e operações ficassem quase que isoladas uma das outras, tendo diferentes lideranças, métricas de avaliação e até mesmo espaços de trabalho, realizando suas funções em andares ou prédios distintos.
Essa fragmentação prejudicava o avanço de inovações e da comunicação entre equipes que tinham muitos pontos em comum.
O contato online fomentou a vontade de mudar o paradigma do setor, e as comunidades online se uniram em prol dessa convergência.
Um ponto de virada para a consolidação foi o evento Agile 2008, no qual a metodologia cascata foi sendo deixada de lado para ser substituída por um ciclo contínuo de desenvolvimento.
Com a realização desse encontro e a perspectiva de mudança, entusiastas da área como Patrick Dubois, Gene Kim e John Willis passaram a conduzir o debate sobre o DevOps em outros eventos pelos Estados Unidos e pelo mundo, contribuindo para a popularização do novo termo.
Como o modelo DevOps funciona?
A lógica de trabalho de uma equipe de DevOps é a integração das atividades, com desenvolvedores e profissionais especialistas em gestão de operações trabalhando juntos ao longo de todo o ciclo de vida do produto ou serviço.
Dessa maneira, há uma mudança cultural em relação à forma de trabalho anterior, que se fragmentava por departamentos e dificultava a interação entre os envolvidos.
Com a proximidade, é comum ver equipes multidisciplinares se formando, já que os profissionais estão mais adaptados às atualizações e trocas frequentes com pessoas de outras áreas ou que detêm outros conhecimentos.
Conciliando uso de ferramentas de gestão do trabalho e de automação de processos, as equipes de DevOps alcançam princípios da prática, como a integração, a automatização, a entrega contínua e a colaboração.
TI tradicional X DevOps
Uma pergunta comum para as lideranças da área é o que se altera com o surgimento de DevOps. De maneira resumida, é a troca de conhecimentos e o aprendizado de novas funções.
Como exemplo podemos citar a necessidade de os profissionais antes responsáveis apenas pela implementação e suporte agora também adquirirem habilidades de programação e vice-versa.
Se inicialmente o cenário parecia novo e um pouco assustador, com a integração e o intercâmbio de ideias, as pessoas adquirem confiança nas novas atividades desempenhadas e adotam ferramentas que facilitam a imersão ao modelo DevOps.
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Os pilares de DevOps
Toda nova abordagem possui uma base para organizar os seus princípios. No DevOps isso não é diferente e os fundamentos do método são 4: automação, colaboração, medição e compartilhamento.
Automação
Pilar fundamental do DevOps, a automação permite que etapas antes manuais sejam otimizadas e repetidas ciclicamente, acelerando a produtividade e o tempo de entrega.
Outro ponto importante é que a automação gera oportunidades para a realização de testes contínuos, garantindo a qualidade dos serviços e softwares entregues.
Como tudo no DevOps é contínuo, a automação permite que o fluxo de trabalho ocorra de maneira programada e inteligente, garantindo a eficiência dos processos realizados.
Colaboração
Você já pode notar que a colaboração é um pressuposto básico para o sucesso do DevOps, uma vez que o modelo preza pela troca de conhecimentos, responsabilidades e objetivos.
Por meio da colaboração, os silos de informação são reduzidos e a comunicação entre as equipes se torna mais transparente, com todos acompanhando em tempo real a evolução dos processos.
Isso sem falar que a colaboração é uma fonte de entrada para a criatividade e inovação, já que elas incentivam a chegada de novas perspectivas, bem como favorecem a combinação entre habilidades para solucionar desafios.
Medição
O acompanhamento por meio de métricas e indicadores de desempenho é a melhor forma para as equipes de DevOps identificarem os gargalos existentes no processo de desenvolvimento e tomarem decisões guiadas por dados.
Com a mensuração, todos conseguem compreender quais pontos precisam de ajustes e podem ser melhorados continuamente. Além disso, a medição traz atualizações para os ambientes de programação e garante uma implantação segura.
Compartilhamento
Fechando os pilares essenciais de DevOps está o compartilhamento, peça crucial para incentivar o trabalho em equipe e divulgar a cultura do aprendizado.
Ao dividir os saberes da área de TI e programação, os profissionais promovem a construção de um ambiente integrado de trabalho, no qual a informação flui naturalmente, sem barreiras físicas ou comportamentais.
O resultado disso é o aumento da eficiência operacional, da agilidade e das propostas inovadoras, tornando a empresa mais competitiva para apresentar as melhores soluções aos seus clientes.
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O ciclo de vida do DevOps
Acabamos de conhecer as bases do DevOps e agora vamos nos aprofundar mais sobre como o ciclo de vida do modelo é operado.
Ao invés de etapas lineares, a mentalidade por trás do DevOps propõe uma visão cíclica, nas quais as fases se repetem em looping. Por isso, a melhor imagem que representa o modelo é o símbolo do infinito, como mostramos abaixo.

Nessa estrutura, é possível notar que as fases são divididas entre atividades que são características de desenvolvimento e outras de operações.
Com a união das áreas no DevOps, há maior interação entre as etapas e responsáveis por realizá-las no processo de trabalho.
A ideia é que ao longo de cada fase, exista uma colaboração para que tudo fique alinhado, tanto na velocidade de produção, quanto na qualidade dos programas e sistemas que estão sendo criados.
A seguir, vamos resumir os pontos principais realizados por etapa:
- Planejamento ágil: É onde se organiza as atividades e lançamentos em períodos curtos de produção, como as sprints, trazendo objetividade para o que precisa ser feito.
- Codificar: Para as equipes de DevOps, o código é a infraestrutura principal do trabalho. Ou seja, aqui são escritos os códigos conforme a linguagem de programação.
- Integrar: Na sequência, são selecionadas as ferramentas que serão utilizadas para construir esse código, em outras palavras, transformá-las em sistemas operáveis e funcionais.
- Testar: Os testes contínuos fazem parte do ciclo de vida do DevOps. Em sua maioria das vezes eles são aplicados para verificar possíveis falhas em códigos e na investigação de bugs existentes.
- Liberar/Lançar: Também conhecida como release, essa é a fase em que são liberadas as novas versões do produto/sistema em desenvolvimento, após ela ser testada e aprovada nas avaliações de qualidade.
- Implantar: O que chamamos de deploy é o momento em que o aplicativo/sistema é implementado e ganha novas atualizações, tornando o desempenho ainda mais prático e funcional.
- Operar: Aqui são realizadas as configurações e gerenciamento da infraestrutura de modo que o software se mantenha disponível durante o maior tempo possível.
- Monitorar: Usando indicadores e ferramentas de monitoramento, são feitas avaliações periódicas do sistema, para entender as perspectivas de melhorias que podem ser feitas na próxima versão.
Os benefícios do DevOps
Trazer a abordagem de DevOps para as equipes de TI da sua empresa, oferece uma série de vantagens para melhorar a eficiência, a colaboração e a entrega contínua de software.
Para começar a listar os benefícios, não tem como não citar algo que automação dos processos garante: a agilidade de produção e entrega dos serviços e produtos.
Com ciclos de desenvolvimento mais rápidos e integração entre os envolvidos, há uma significativa economia no tempo aplicado para lançar novos sistemas e realizar os ajustes necessários.
A colaboração e a comunicação são outros ganhos que chegam com a ideia do DevOps. Eliminando qualquer afastamento entre os profissionais, nessa metodologia, todos estão atentos ao que está acontecendo e conseguem contribuir rapidamente, trazendo mais dinamismo para o fluxo de trabalho.
Graças às rodadas de testes contínuos, vemos os eventuais problemas corrigidos em tempo, sem provocar longos processos de refações que interrompem a produtividade e o foco das equipes.
Com isso, há um nítido aumento na qualidade dos sistemas e serviços entregues. As atualizações frequentes e integrações com outros sistemas dão confiabilidade e garantem a satisfação do usuário.
Vale lembrar que o DevOps fornece ferramentas com visibilidade em todo o ciclo de vida do desenvolvimento e operações. Isso permite uma melhor compreensão do progresso do projeto, identificação de gargalos e tomada de decisões mais informadas.
Os desafios de adotar a cultura DevOps
Embora a adoção do DevOps tenha crescido significativamente, não está isenta de desafios. Entre os principais deles está a adaptação cultural ao novo modelo, o uso de ferramentas adequadas e a segurança dos processos realizados.
Nos próximos tópicos elencamos os desafios mais comuns na implementação do DevOps e como sua empresa pode superá-los.
Resistência Cultural
Muitas organizações ainda são adeptas do modelo tradicional de desenvolvimento de softwares e sistemas, mantendo equipes separadas e com pouca interação.
Sendo assim, a mudança para um ambiente de colaboração contínua pode enfrentar bloqueios devido a barreiras de comunicação e diferenças nas práticas de trabalho.
Para superar essa visão, é importante promover a conscientização e a educação sobre os benefícios do DevOps, além de incentivar a comunicação aberta e a colaboração entre as equipes.
Criar uma visão aberta e transparente, incentivar a participação das lideranças e trazer a ideia de compartilhamento ajuda os profissionais a se acostumarem ao novo processo de trabalho.
Incentivar a participação ativa de líderes de equipe e criar uma visão compartilhada do sucesso também é crucial.
Ferramentas e Automação
A seleção e implementação adequada de ferramentas e automação são fundamentais para o sucesso do DevOps.
Contudo, encontrar os melhores recursos, sistemas e ferramentas para realizar a transição para essa abordagem ou realizar as etapas procedurais da área pode gerar dores de cabeça.
Por isso, se faz necessário realizar uma análise completa das necessidades da organização e selecionar ferramentas que garantam a eficiência e eficácia dos processos.
Vale a pena também investir em treinamentos e capacitações para assegurar que as equipes compreendam as características do modelo e façam o melhor uso dos recursos disponibilizados pela empresa.
Mudança de processos
A transição para o DevOps muitas vezes exige uma mudança significativa nos processos existentes. Isso inclui a redefinição de papéis e responsabilidades, a introdução de práticas ágeis e a reestruturação de pipelines de entrega.
A melhor maneira de lidar com essa série de alterações é iniciar com pequenas mudanças iterativas, que facilitam a adaptação das equipes a novos processos.
Entre outros hábitos positivos estão o incentivo à colaboração, o suporte contínuo e compartilhar sucessos e lições aprendidas ao longo do caminho.
Segurança
A proteção das informações e sistemas é uma preocupação crítica ao adotar o DevOps, especialmente com a integração e a entrega contínuas. A aceleração do ciclo de desenvolvimento pode aumentar os riscos de vulnerabilidades de segurança.
Uma solução inteligente é integrar práticas de cibersegurança desde o início do ciclo de desenvolvimento. Invista em testes de segurança com frequência, implemente políticas de controle de acesso e promova a conscientização sobre o tema.
Como implementar o DevOps na sua empresa
Conforme já mostramos, o DevOps implica em combinações de habilidades. Isso significa em equipes de operações que saibam programar e desenvolvedores que consigam dar o suporte necessário para a implementação.
Para adotar a prática na sua empresa, é preciso saber que não há um caminho específico – há, sim, aquilo que funciona e que não funciona para a sua estrutura. Iniciativas bem-sucedidas neste campo têm as mais diversas origens: de times de desenvolvedores, de times de operações, top down, bottom up, de dentro das empresas, de consultorias e assim por diante.
Assim, não há um “manual de implementação” específico. Mas há algo fundamental, que é você, como líder, aprender tudo o que puder sobre valores, princípios, métodos e práticas de DevOps. E uma forma de conseguir isso, além de com colegas que conhecem o assunto, é realizar cursos online.
A adoção de um software de gestão de trabalho online é outro passo para realizar essa transição, principalmente quando a necessidade é centralizar os processos, integrar as equipes e adaptá-los rapidamente a qualquer metodologia ágil.
Um exemplo dessa ferramenta é o Runrun.it, que conta como modelos de templates personalizados para as equipes de DevOps estruturarem seu fluxo de demandas da maneira mais intuitiva possível.
Além disso, a plataforma é ideal para gerenciar projetos e processos, manter um histórico ativo e compartilhado de todas as iterações e relatórios completos sobre o trabalho realizado. Faça já seu teste grátis: https://runrun.it
