A metodologia lean é um tipo de gerenciamento que visa evitar desperdícios – de tempo, verba, mão de obra etc. -, utilizando apenas recursos necessários para a boa realização de um determinado trabalho, etapa ou processo. Vamos conhecer um pouco mais sobre ela? Veja o que você vai encontrar neste artigo:
- O que é a metodologia lean?
- Qual é a origem do termo metodologia lean?
- O que é lean startup?
- Como adotar a cultura lean
- Uma ferramenta para enxugar suas operações
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O que é a metodologia lean?
Em uma tradução literal, o termo lean significa “enxuto”. Ou seja, trata-se de um método que faz uso somente dos recursos necessários para a realização de um determinado trabalho, etapa ou processo, evitando desperdícios e fazendo melhorias contínuas.
Um dos grandes benefícios é que essa metodologia, aplicada à gestão de negócios, minimiza desperdícios em diversas frentes. Seguindo os princípios lean, líderes e gestores são capazes de aproveitar melhor o tempo dos colaboradores e aumentar a produtividade de suas equipes tomando algumas ações como, por exemplo:
- identificar e eliminar constantemente problemas que atravancam os processos de trabalho;
- garantir que o fluxo de trabalho esteja claro para todos, eliminando ruídos na comunicação;
- indicar sempre quais demandas e entregas são prioritárias;
- fornecer o suporte necessário para que a equipe possa efetuar entregas contínuas e de qualidade;
A metodologia lean está associada ao Manifesto Ágil, que também prevê uma série de práticas para enxugar e dar mais leveza aos processos de desenvolvimento do seu projeto.
Qual é a origem do termo metodologia lean?
O conceito começou a ser utilizado na década de 1980 como “Lean Manufacture” (Manufatura Enxuta). Na época, carregava a filosofia de otimizar a produção de veículos da indústria japonesa. A Toyota, por exemplo, incorporou esse método após a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, foi o professor James P. Womack, do MIT (Massachusetts Institute of Technology) que tornou a filosofia lean conhecida mundialmente, após a publicação de seu livro A máquina que mudou o mundo, em 1990, – escrito em conjunto com Daniel T. Jones e Daniel Roos. Nesse livro, Womack detalhou seu estudo sobre a indústria automobilística – principalmente a Toyota.
Hoje em dia, o sistema lean de produção pode ser empregado em qualquer modelo de gestão como empresas de produtos e serviços, quando combinado a frameworks ágeis.
O que é lean startup?
Lean startup é uma expressão concebida pelo americano Eric Ries, empreendedor do Vale do Silício. Ries cunhou o conceito no livro A Startup Enxuta, publicado em 2011, tornando-se um best seller nos Estados Unidos. O livro foi escrito com base nos conhecimentos adquiridos por Ries, combinando técnicas de marketing, tecnologia, gestão e sua vivência em startups.
O objetivo é criar uma metodologia mais universal que pudesse ser aplicada a qualquer tipo de empresa – inclusive organizações de grande porte – a partir de uma poderosa ferramenta lean para melhorar os resultados da instituição.
Daí deriva, inclusive, a vertente do lean marketing (ou agile marketing), que é a aplicação desse entendimento enxuto aos processos do setor – com a otimização do uso de recursos financeiros, humanos e de tempo.
Assim sendo, falar de lean startup e de lean marketing é, também, falar da metodologia lean. E agora vamos ver como você pode aplicá-la na sua gestão.
Como adotar a cultura lean
Se você acredita que a metodologia lean funcionaria bem para sua empresa, há algumas etapas que você precisará executar para implementá-la na sua gestão. No artigo Why the Lean Start-Up Changes Everything, escrito para a Harvard Business Review por Steve Blank, o autor menciona três pilares do lean que devem ser seguidos:
1 – Enxugue o modelo de negócio com o Canvas
De acordo com Blank, mesmo que seu plano de negócios tenha sido baseado em meses de pesquisa, antes da sua real efetivação não há nada além de hipóteses – boas suposições – que precisam ser comprovadas na prática.
Assim, em vez de consolidar um longo relatório de plano de negócios, você deve usar uma ferramenta chamada Canvas para montar o seu business model. Basicamente, trata-se de um diagrama que mostra, de forma integrada e visual, todos os aspectos relevantes em uma empresa. Assim, o Canvas serve de ponto de referência e linguagem comum na hora de trabalhar cada nova hipótese.

O Canvas é dividido em nove blocos e cada um é acompanhado de algumas perguntas que ajudam a definir seu conteúdo:
- 1. Parcerias Principais: quais são seus principais parceiros e fornecedores e quais atividades vocês podem desenvolver juntos?
- 2. Atividade-Chave: quais são as atividades mais relevantes para o seu negócio?
- 3. Recursos: Quais são os principais recursos que seu negócio requer?
- 4. Estrutura de custos: Quais são os custos mais importantes inerentes ao seu negócio?
- 5. Proposta de valor: Qual problema está sendo resolvido ou necessidade está sendo suprida por meio de seu produto ou serviço?
- 6. Relacionamento com os clientes: Que tipo de relação você deseja estabelecer com os seus clientes e como ela se integra ao seu modelo de negócio?
- 7. Canais de comercialização: Através de quais canais os seus clientes querem ser alcançados?
- 8. Segmento de Clientes: Quem são os seus clientes?
- 9. Fluxo de Receita: Qual valor os clientes estariam dispostos a pagar e como eles gostariam de pagar?
>> Leitura recomendada: Canvas online: em que cenário sua empresa pode se beneficiar
2 – Teste as possibilidades com o Customer Development
Após estruturar tudo com o Canvas, você deve testar suas hipóteses com uma abordagem chamada de “desenvolvimento com clientes”, ou customer development. Para isso, você precisará trocar informações com potenciais usuários, compradores e parceiros para pegar suas opiniões sobre todo e qualquer elemento do modelo de negócios.
3 – Adote o desenvolvimento ágil
Por fim, de acordo com Steve Blank, a metodologia enxuta orienta que você implemente o chamado “desenvolvimento ágil” em sua empresa. A metodologia ágil surgiu na indústria de software para fazer frente às práticas convencionais de gestão de projetos, como a Waterfall.
Em vez de fazer apenas uma entrega do produto final, no desenvolvimento ágil são feitas várias entregas de versões do software ao longo do projeto, visando uma maior colaboração com o cliente, priorizando as suas necessidades.
Os princípios do ágil são:
- 1. “Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas”;
- 2. “Software funcional mais que documentação abrangente”;
- 3. “Colaboração do cliente mais que negociação de contratos”;
- 4. “Responder a mudanças mais que seguir um plano”.
Hoje, o ágil já ultrapassou as fronteiras da TI e os princípios ágeis são aplicados em empresas e organizações de diversas áreas. É aí que entram os frameworks, como Scrum e Kanban, que podem ser usadas como ferramentas do lean manufacturing. Eles oferecem uma série de práticas que auxiliam as equipes a desenvolver seus projetos de acordo com os princípios ágeis, ou seja, evitando a perda de tempo e de recursos, e integrando melhor a equipe.
Uma ferramenta para enxugar suas operações
O Runrun.it pode ser uma ótima ferramenta para você colocar a metodologia lean em prática. Nesta plataforma de gestão do trabalho, é possível ver quanto tempo os colaboradores estão investindo em cada tarefa e, assim, indicar quais demandas e entregas são prioritárias, assegurando que todos estejam engajados nos mesmos objetivos e evitando o desperdício de tempo.
Além disso, o software oferece acompanhamento em tempo real de todas as tarefas e projetos. Tendo a visão do todo, você consegue rapidamente identificar e eliminar eventuais gargalos nos processos, de maneira constante. Interessado? Crie sua conta e teste grátis: http://runrun.it

Link do artigo citado:
https://hbr.org/2013/05/why-the-lean-start-up-changes-everything