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Cultura organizacional: entenda a importância e como praticá-la em home office

A cultura organizacional é um conjunto de práticas que guiam os colaboradores para tomar decisões de acordo com as expectativas da empresa em relação a comportamentos e valores ideais a serem transmitidos. Mas a cultura organizacional não diz respeito apenas aos vínculos internos, pelo contrário, ela é significativa para direcionar até mesmo negociações com clientes e investidores.

Uma pesquisa realizada pela Texas Christian University, nos Estados Unidos, indica que não se garante o sucesso de uma empresa apenas com bons produtos ou serviços, mas sim com colaboradores que acreditem na missão da instituição e trabalhem em sintonia com ela. A cultura organizacional é, portanto, o reflexo dos valores da empresa que são reforçados cotidianamente em reuniões, conversas de corredor, trocas de e-mail, eventos internos e demais formas de interação entre os colaboradores.

Uma cultura organizacional sólida ainda possibilita uma maior satisfação por parte dos colaboradores, é o que mostra um estudo de John E. Sheridan pela University of Colorado, nos Estados Unidos. O pesquisador acompanhou 904 recém-graduados por seis anos. Dentre os resultados, ele identificou que os colaboradores que melhor se adaptam à cultura organizacional chegam a permanecer nas empresas, em média, por 13 meses a mais do que os demais funcionários. Ou seja: uma cultura sólida possibilita que já no processo seletivo os recrutadores identifiquem com assertividade quais candidatos estão mais alinhados aos valores da empresa. 

Para saber mais sobre o assunto, acompanhe o que vamos abordar neste artigo:

 

Qual a importância da cultura organizacional?

A cultura organizacional proporciona vantagens competitivas às empresas. Isso porque ela coloca os valores institucionais e a prática de trabalho na mesma página, permitindo que os colaboradores reconheçam de maneira eficaz os comportamentos esperados. É como o teórico do tema, o psicólogo suíço Edgar Schein, resumiu no livro “Organizational Culture and Leadership” (1985): “a cultura representa para grupos e organizações o mesmo que caráter para indivíduos”.

Além de servir como o guia para a tomada de decisão, um artigo da revista Entrepreneur aponta que a cultura e conduta internas são cada vez mais fundamentais para as empresas prosperarem. Segundo o estudo, as principais respostas de 600 membros da Australian Institute of Company Directors (AICD) sobre questões cruciais para manter a reputação a empresa são:

  1. 1. Satisfação do cliente;
  2. 2. Comportamento / conduta do funcionário; 
  3. 3. Governança e responsabilidade;
  4. 4. Satisfação dos investidores.
 

Logo, a cultura organizacional se torna relevante para a competitividade das instituições justamente porque naturaliza as práticas esperadas na rotina das equipes, eliminando as lacunas entre o que é almejado pela empresa e o trabalho feito. Isso porque quando um comportamento é eficaz, as pessoas tendem a reproduzi-lo naturalmente. 

Nesse ponto, fica clara a importância da figura do gestor, pois é a partir de reconhecimentos e alinhamentos que os colaboradores compreendem o que devem continuar fazendo. Quando um comportamento é integrado à rotina da empresa ou da equipe ele se torna uma prática permanente. 

A forma de trabalhar também influencia como as pessoas enxergam a empresa. Por exemplo, se a agilidade é uma das práticas mais comuns no dia a dia dos colaboradores, é natural que as pessoas compreendam que a instituição tem uma cultura de agilidade. Ou seja: a percepção não fica isolada à rotina de trabalho, mas sim abrange a visão do todo sobre a empresa. 

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Tipos de cultura organizacional: qual se aplica à sua empresa?

Já que a cultura organizacional reflete os valores da empresa, é natural que não exista apenas um único tipo de cultura, uma vez que ela se adapta ao modelo de negócio de cada instituição. Além disso, como vimos, conhecer a cultura organizacional é importante ainda no processo seletivo para candidatos e recrutadores avaliarem a sintonia entre empresa e pessoas.

Para construir essa classificação, nos baseamos em uma das delimitações mais utilizadas, a do filósofo irlândes Charles Handy, especialista em gestão organizacional e reconhecido como um dos pensadores mais influentes da Administração. Ele elaborou quatro possíveis tipos de cultura organizacional, sendo elas:

1. Cultura de poder

Essa cultura organizacional é mais comum em empresas pequenas, onde a tomada de decisão está nas mãos de uma única pessoa. Esse modelo também costuma privilegiar a cultura de resultados mais do que outros indicadores de desempenho. Com isso, é comum acontecer uma competitividade nada saudável entre as pessoas e as práticas de um bom trabalho em equipe vão ficando para escanteio. Apesar de contar com uma hierarquia clara e bem definida, esse tipo de cultura acaba limitando o crescimento e desenvolvimento dos colaboradores e da própria empresa.

2. Cultura de tarefas

As empresas que adotam essa cultura elegem profissionais para tarefas específicas. Isso contribui para o desempenho mais efetivo e eficaz das atividades, já que os colaboradores são alocados em funções que têm mais conhecimento, o que permite uma tomada de decisão mais ágil e assertiva. Em resumo: o foco dessa cultura é a solução de problemas, mas sem deixar de ser flexível, pois os funcionários lidam com diversas situações e têm espaço para inovar e propor ideias.

3. Cultura de pessoas

A cultura centrada nas pessoas busca a valorização constante dos colaboradores e do trabalho em equipe, propiciando um ambiente que permita o crescimento profissional e que as ideias de todos sejam ouvidas. Além disso, há a presença de planos de carreira, o que se torna ainda mais atrativo para os colaboradores. Apesar das vantagens que colocam as pessoas em primeiro lugar, o que proporciona maior retenção de talentos, às vezes essa cultura deixa para segundo plano aspectos estruturais que são imprescindíveis para o fluxo de trabalho acontecer bem. 

4. Cultura de papéis

Essa cultura foca nos papéis desempenhados pelos membros da empresa. Ou seja: as estruturas hierárquicas são bem definidas. Isso impede a flexibilidade das tarefas, já que a pessoa deve realizar apenas o que foi determinado e os profissionais já têm clareza quanto ao que devem fazer. Essa distribuição permite uma tomada de decisão mais ágil, mas o modelo pode apresentar engessamento, falta de comunicação entre os pares e pouco espaço para a inovação, o que a médio e longo prazo prejudica a melhoria de processos. 

>> Leitura recomendada: A importância do plano de cargos e salários na motivação dos colaboradores

Componentes da cultura organizacional

Como vimos, os tipos de cultura organizacional podem mudar de acordo com o modelo de negócio de cada empresa. Já a forma como cada instituição vai transmitir a sua identidade está relacionada a três componentes:

1 – Artefatos

Entre todos os componentes, os artefatos são os mais fáceis de identificar. Isso porque eles são tudo que há de visível na empresa, como produtos, serviços, comunicados, cartazes espalhados pela instituição ou enviados por e-mail. Todas essas ações informam de maneira consciente e concreta a cultura organizacional.

2 – Valores compartilhados

Esse componente é construído pelos valores importantes para a empresa existir – definidos pelos diretores – e também abrangem a razão pela qual a equipe desempenha suas tarefas. Desta forma, esse fator serve para alinhar e justificar as decisões. 

Muitas vezes um artefato nasce para representar esses valores. Por exemplo, o Plano Estratégico de uma Página (OPSP, na sigla em inglês) é uma ferramenta que informa sobre as crenças e objetivos da empresa em todas as esferas, colocando – como o nome já indica – todos na mesma página. 

3 – Pressupostos

Já os pressupostos são as crenças e sentimentos que os colaboradores acreditam sobre a empresa. Esse componente se desenvolve inconscientemente conforme o contato com a instituição vai se estreitando. Desta forma, a cultura prescreve a maneira de fazer as coisas na organização, muitas vezes através de pressuposições não escritas e nem sequer faladas.

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Como transmitir a cultura organizacional no home office?

Para as empresas que vão seguir em home office ou trabalho híbrido, fortalecer a cultura organizacional pode se tornar um desafio, já que nos acostumamos a reforçar comportamentos presencialmente. Isso significa que as empresas precisam encontrar novas formas de interação e de transmitir a sua cultura. Para isso, nós separamos algumas dicas que você pode adotar na sua equipe ou instituição.

1. Momentos virtuais de convívio

Uma prática que vem sendo adotada pelas empresas são intervalos de 10 a 15 minutos em que conversas paralelas são incentivadas entre os colaboradores de todas as áreas. O intuito é que as equipes se conheçam e fujam da rotina de assuntos de trabalho. De acordo com uma pesquisa, nossa do Runrun.it, 54% das pessoas gostaria de ter mais interação com os colegas no trabalho remoto.

2. Videoconferências mais descontraídas

Outra ação que pode ser implementada é trazer, quando possível, um ar menos sério às frequentes reuniões de videoconferência. Desta forma, relatos em tom mais leve sobre a resolução de conflitos vão sendo incorporados aos assuntos abordados. Lembre-se que no presencial é comum as equipes relatarem, no horário do almoço ou na pausa para um café, acordos com clientes ou colegas. Essa troca de experiências ajuda os colaboradores a entenderem como a empresa costuma lidar com as situações. 

3. Centralizar as informações

Ainda de acordo com a pesquisa do Runrun.it, mencionada acima, uma das dificuldades encontradas pelos colaboradores no home office é justamente a comunicação e a colaboração, como afirmado por 48,5% das pessoas. Por isso, utilizar plataformas informais de contato, como WhatsApp, e não centralizar onde os colaboradores podem encontrar as informações para executar suas tarefas afeta a imagem que as equipes têm da empresa e dificulta a adesão ao trabalho remoto.

4. Comunicação interna eficiente

A cultura organizacional é algo bastante palpável e onipresente. Ao executar tarefas, se comunicar internamente e em conversas com clientes ou parceiros, os colaboradores vão transmitindo valores e práticas da empresa. Por isso, investir em formas de preservar essas informações também significa deixar caminhos mais fáceis para as pessoas que estão ingressando na empresa conhecerem os ritos e direcionamentos mais comuns e esperados pela instituição. 

No home office, a comunicação eficiente entre o time se torna ainda mais essencial, pois não conseguimos ir até as mesas dos colegas para explicar decisões e tirar dúvidas. Por isso, ter referências salvas facilita o entendimento do que a empresa espera dos serviços e produtos a serem executados. Para te ajudar a melhorar a comunicação interna, você pode contar com o software de gestão do trabalho Runrun.it. A ferramenta é pensada para a gestão de equipes, organização e acompanhamento das informações, delegação de tarefas e visão do todo sobre o fluxo de trabalho. Crie uma conta gratuita e teste o Runrun.it agora: https://runrun.it

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