Roger Federer é considerado um dos melhores tenistas da história. Sua trajetória repleta de conquistas e recuperações é reconhecida dentro e fora das quadras. O suíço, que se destaca por suas habilidades, força mental e inteligência de jogo, serve de exemplo para além do esporte. Neste artigo, vamos mostrar como Federer e outros personagens podem ensinar lições de liderança do tênis para as empresas.
Afinal, seja no mundo corporativo ou nas quadras, lidar com a pressão, usar a estratégia, desenvolver o foco e a confiança são alguns dos aspectos para formar um perfil de sucesso.
Este é o segundo texto da nossa série sobre a influência do esporte nos negócios. Antes, destacamos as lições de liderança do futebol americano. Agora, é a vez dos ensinamentos do tênis.
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O tênis e a liderança pessoal
O americano Timothy Gallwey foi o pioneiro da psicologia aplicada ao esporte e aos negócios, e é considerado o criador do conceito de coaching. O autor desenvolveu sua teoria baseado na experiência como capitão da equipe de tênis na Universidade de Harvard e após aprender técnicas de meditação.
A definição de coaching segundo Gallwey: “Coaching é uma relação de parceria entre profissional e cliente que estimula e liberta o potencial das pessoas para que elas possam maximizar o seu desempenho. É ajudá-las a aprender ao invés de ensinar algo a elas”.
Através do livro O Jogo Interior do Tênis (“The Inner Game of Tennis”), lançado em 1974, Gallwey trouxe um compilado de lições de liderança do tênis, principalmente voltadas para o âmbito pessoal. Na obra, ele mostra como expandir suas competências e potencializar o seu desempenho em todos os segmentos da vida. O autor foi enfático ao abordar o “jogo interior”. Para ele, muito além da técnica, jogadores e líderes precisam conhecer seus pontos fortes, limitações e emoções.
Segundo Gallwey, é importante reconhecer as suas habilidades para extrair o melhor delas e saber o que precisa ser melhorado. É como a matriz SWOT dos negócios, em que você analisa suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Os tenistas, assim como os gestores, precisam desenvolver essa capacidade de autoavaliação para alcançar seus objetivos.
É o que prega o autor ao afirmar que o jogo interior ocorre na mente do jogador, e é disputado contra os seus próprios “adversários internos”. Por isso, o controle emocional, dos medos, das inseguranças, da confiança e da concentração, complementa este tripé base do autoconhecimento para a evolução do seu jogo interior.
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O que os campeões têm para ensinar?
Estratégia, concentração, confiança, persistência e superação dos erros são aspectos fundamentais do tênis, que também servem de exemplo para os negócios. Vejamos oito campeões do presente e do passado e um técnico renomado, que conseguiram desenvolver o seu melhor rendimento e trilhar o caminho do sucesso.
1. Roger Federer
Reconhecido como um dos melhores da história, é o recordista de títulos de Grand Slam (já levou 20 entre os quatro torneios mais importantes do tênis – Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Aberto dos Estados Unidos) e de semanas na liderança do ranking mundial. Além de tantos feitos, o atleta também soube se reinventar com o tempo. Aos 36 anos, segue atuando em alto nível e acumulando conquistas – um exemplo para os líderes, gestores e suas equipes.
- Dedicação: “O tênis pode ser um esporte muito frustrante. Não há como evitar o trabalho duro. Abrace isso.”
- Sucesso: “O sucesso é bom, porque sempre significa que você deu um passo à frente, e lhe dá uma sensação de orgulho, que por sua vez traz confiança e experiência. Um círculo positivo.”
- Respeito: “Não temo ninguém, mas respeito todos.”
2. Rafael Nadal
Dono de 11 títulos de Roland Garros e 17 de Grand Slam, o espanhol é um exemplo de sucesso e superação no tênis. Conseguiu melhorar o seu desempenho de forma contínua e aprimorar seus pontos fracos. Com uma mentalidade forte, venceu as lesões para retomar os títulos e dá dicas para o sucesso.
- Resignação: “Se você não perder, você não vai aproveitar as vitórias. Então, temos que lidar com as duas situações.”
- Evolução: “Mesmo que já tenha atingido o pico, tenho que acreditar que posso melhorar. Acordo todos os dias e vou praticar com o pensamento que vou melhorar.”
- Inteligência emocional: “A derrota não é minha inimiga. O medo de perder sim é meu inimigo.”
3. Serena Williams
Com um currículo invejável, a americana é considerada uma das melhores e mais vitoriosas da história. Com 23 títulos de Grand Slam na carreira, é a segunda com mais conquistas desse porte, atrás apenas da australiana Margaret Court. Ainda ganhou quatro ouros olímpicos. O que os gestores podem aprender com ela?
- Desenvolvimento: “Eu continuo me reinventando em termos de foco mental, aptidão física e meu jogo em geral.”
- Confiança: “Você tem que acreditar em si mesmo quando ninguém mais fizer isso.”
- Mentalidade de campeão: “Um campeão é definido não por suas vitórias, mas pelo jeito que consegue se recuperar quando cai.”
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Exemplos de liderança de ex-jogadores
Se o presente fornece grandes campeões com lições de liderança do tênis, o passado também reserva seus exemplos. Inclusive, dois brasileiros aparecem na lista e mostram como alcançar os seus objetivos.
4. Billie Jean King
Famosa pelo talento dentro das quadras e por ser pioneira na luta pela igualdade de gênero, alcançou 39 conquistas de Grand Slam. Em 1973, aceitou jogar a chamada “Batalha dos Sexos”, em que enfrentou e venceu, aos 29 anos, Bobby Riggs, de 55 e ex-campeão de Wimbledon. Ela quebrou barreiras e deixou lições inspiradoras.
- Perseverança: “Os campeões continuam jogando até acertarem.”
- Lidar com a pressão: “A pressão é um privilégio. O que você faz com ela é o que importa.”
- Igualdade: “Toda a minha vida tem sido sobre direitos e oportunidades iguais. Para mim, isso remonta à saúde da mente, do corpo e da alma.”
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5. Maria Esther Bueno
Melhor tenista brasileira de todos os tempos, ganhou 19 troféus de Grand Slam nos anos 1950 e 1960 e no total faturou 589 títulos. Liderou o ranking feminino por quatro temporadas e entrou para o Hall da Fama do Tênis, em 1978. Também deu nome à quadra central do complexo de tênis das Olimpíadas do Rio.
- Preparação: “Todos os jogos são encarados da mesma maneira, com muita seriedade. Não existe jogo fácil e não se ganha por antecipação.”
- Dedicação: “Talento é uma coisa rara e o esporte individual depende de muito comprometimento e sacrifício”.
6. Andre Agassi
Controverso, mas vitorioso, o americano venceu os torneios de Grand Slam por oito vezes. Considerado o melhor devolvedor de saque do circuito, também liderou o ranking mundial. Enfrentou fases conturbadas em sua trajetória e vida pessoal por problemas na relação com o pai, fim do seu casamento com a atriz Brooke Shields e ser flagrado no exame antidoping. Porém, se recuperou e conseguiu grandes resultados no esporte. Aqui, você confere sua biografia e pode se inspirar.
- Reconhecimento: “Eu digo aos jogadores: você ouvirá muitos aplausos em sua vida, mas nenhum significará mais para você do que os aplausos de seus colegas”.
- Motivação e superação: “Eu sempre estive motivado para superar os desafios e os obstáculos que eu encaro.”
7. Gustavo Kuerten
Não poderia faltar o Guga na lista de lições de liderança do tênis. Tricampeão de Roland Garros, o Grand Slam disputado em solo francês, o maior tenista brasileiro da história conquistou o Brasil e a França com o seu carisma. Terminou o ano de 2000 na liderança do ranking mundial, porém problemas físicos atrapalharam sua carreira. O tenista contou as histórias da sua trajetória nesta biografia e deixou ensinamentos.
- Alcançar os sonhos: “Cada dia, a gente tem novos sonhos. Quanto mais você conquista as coisas, mais vai sonhando.”
- Realização: “O que me conforta bastante é a sensação de dever cumprido. Eu me entreguei para o esporte de corpo e alma. Fiz tudo que podia e ele me devolveu ainda mais.”
8. Björn Borg
Viveu uma das maiores rivalidades do tênis contra John McEnroe, além de duelos contra Jimmy Connors e Ivan Lendl. Ganhou 15 títulos de Grand Slam e fechou as temporadas de 1979 e 1980 na liderança do ranking. Sua frieza em quadra lhe rendeu o apelido de “Iceborg”. O sueco encerrou sua carreira prematuramente aos 26 anos, mas deixou seu exemplo.
- Persistência: “Meu maior ponto forte é a minha persistência. Eu nunca desisto em um jogo.”
- Coragem: “Se você tem medo de perder, então não ousa vencer.”
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Um técnico vitorioso e lições de liderança do tênis
Os jogadores fazem o espetáculo em quadra, mas contam com técnicos e equipes completas para ajudá-los. Então, vale a pena ver o que um treinador consagrado tem para ensinar.
9. Nick Bollettieri
O americano é considerado o melhor técnico da história do tênis. Responsável por trabalhar e lapidar talentos como Andre Agassi e Serena Williams, mencionados acima, assim como Venus Williams, Jim Courier, Monica Seles e Maria Sharapova. Com a experiência de auxiliar diversos alunos em sua academia na Flórida, Bollettieri também serve de exemplo para a sua gestão.
- Determinação: “Apenas alguns indivíduos possuem a determinação e o foco para se tornarem os melhores em qualquer coisa.”
- Aprender com as críticas: “Nunca discuta com um crítico. Ao invés disso, agradeça-o. Então, deixe os seus resultados na vida falarem por si só.”
Além dos personagens, este artigo da Forbes mostra lições de liderança do tênis para incentivar o seu desenvolvimento profissional. Aqui, o ex-tenista britânico Greg Rusedski também compartilha suas ideias sobre disciplina, espírito de equipe e liderança.
Lições também nos filmes de tênis
Ao longo dos anos, a maioria dos filmes com a temática tratavam de dramas com o tênis como plano de fundo, como Wimbledon: O Jogo do Amor, de 2004, e Matchpoint, de 2005. Nesta matéria, você pode ver mais sobre essas produções. Porém, dois filmes chegaram aos cinemas em 2017, baseados em histórias reais.
1. Borg/McEnroe
Retrata a famosa rivalidade entre o sueco Björn Borg e o americano John McEnroe, no torneio de Wimbledon de 1980. O filme contrapõe o estilo frio de Borg com o adversário impetuoso e cabeça quente. A história mostra as personalidades diferentes, as estratégias, o desenvolvimento emocional e a busca incessante pelo sucesso.
2. Guerra dos Sexos
Conta a partida entre Billie Jean King e Bobby Rings, em 1973. A produção mostra o desafio proposto pelo aposentado tenista, que acabou derrotado. Apesar do tom cômico sobre a batalha, o filme aborda a luta dos movimentos femininos, e como King adotou um protagonismo político. A tenista defendeu a equiparação da premiação com os homens. Além disso, se assumiu homossexual e lutou pela liberdade da comunidade LGBT.
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As lições de liderança do tênis podem ser colocadas já em prática nas empresas. E para ajudar na tomada de decisão, a melhorar os seus resultados e a organizar a comunicação da sua equipe, os gestores contam com o Runrun.it.
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