Renata Decourt

“Temos de estar atentos às ameaças e aos riscos de algum produto se tornar obsoleto” – Renata Decourt

Líder da Incubadora de projetos internos da 3M do Brasil, Renata Decourt fez carreira na multinacional norte-americana, que atua nos mercados de indústria, eletrônicos & energia, segurança & gráficos, saúde e consumo. Passou pela gerência de produto e de marketing até chegar ao seu cargo atual.

Formada em estatística pela Unicamp, com formação em lean six sigma e pós-graduação em administração pela FGV, possui experiência com gerenciamento de projetos, marketing industrial, design thinking, negócios e liderança. Também está diretamente envolvida com tecnologia, inovação e o relacionamento com startups.

A conversa com Renata Decourt faz parte da série “Meu Trabalho”, de entrevistas exclusivas para o blog do Runrun.it.

1. Como foi sua trajetória até se tornar incubadora de projetos?

Iniciei a carreira na 3M como estagiária em 2005, sendo efetivada no fim do mesmo ano. Trabalhei em lean six sigma (metodologia de gestão de processos para reduzir os desperdícios) como black belt coach (líder dos projetos de melhorias nos processos que irão impactar os indicadores da empresa). Depois, atuei como gerente de produto de diversos itens de fitas e adesivos industriais, gerente de marketing de adesivos industriais e gerente de marketing para mercado de bens duráveis. Desde 2017, trabalho na incubadora de projetos internos, dando suporte para a companhia no futuro pipeline (desenvolvimento) de novos produtos e conexão com o ecossistema de startups.

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2. Quais os principais desafios em sua função?

A 3M é mundialmente reconhecida por inovação. Grande parte do desafio está em entender as megatendências e alinhar com nossos objetivos e nossas tecnologias. Após realizar essa conexão interna, é preciso influenciar o time para as oportunidades e energizá-los na execução dos projetos que podem trazer resultado em médio e longo prazo.

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3. Quantas reuniões você faz por semana, em média?

Faço em média 15 reuniões formais por semana. Dedico mais parte do meu tempo em campo, visitando cliente e realizando projetos de design thinking. Os assuntos rápidos, hoje em dia, podem ser tratados por celular ou aplicativo de mensagens, eliminando a necessidade de uma reunião.


“Cultura colaborativa é um dos principais fatores para conseguirmos rodar nossos processos de inovação.”


4. Como é o seu ambiente de trabalho? O que considera importante para produzir bem?

A grande vantagem que temos é a cultura colaborativa. Isso é com certeza um dos principais fatores para conseguirmos rodar nossos processos de inovação. O time tem vontade de aprender, se desafiar e se ajuda localmente, além do acesso fácil e rápido ao time global, que enriquece e acelera o conhecimento.

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5. Quais as principais qualidades/habilidades que um profissional de projetos deve ter?

Precisa ter um senso de priorização muito forte. Mas o que acho essencial é a empatia para entender as necessidades e os desafios da área solicitante.


“Muitas vezes, as conversas se cruzam e a informação se perde.”


6. O que considera como principais tendências de trabalho e no modo como nos relacionamos com o trabalho?

Apesar de ter mencionado a facilidade que a tecnologia traz para a comunicação, muitas vezes as conversas se cruzam e a informação se perde, ou recebemos uma carga imensa de informações, o que prejudica a nossa produtividade. Vejo também cada vez mais empresas mudando para postos de trabalho remoto, o que afasta a equipe. Muitos dados e times distantes vão trazer uma necessidade maior de planejamento e organização. Aqui na 3M, usamos blocos de Post-it (MR) e ferramentas de organização.


“Temos que cruzar o que é estratégico para a empresa com o que o mercado tem maior necessidade.”


7. Como identificar as tendências e inovações que podem se tornar oportunidades?

O acesso à informação hoje é muito mais fácil do que 10 anos atrás, quando eu provavelmente teria que frequentar algum curso para adquirir conhecimento. Hoje, existem muitas fontes boas para seguir no LinkedIn, TED Talks, grupos de aplicativo de mensagem sobre inovação, mas o que acho primordial é o networking. Fora isso, como já mencionei anteriormente, temos que cruzar o que é estratégico para a empresa com o que o mercado tem maior necessidade.

8. Você aplica metodologias ágeis ou de gestão de processos nas suas atividades?

Por trabalhar na 3M há 12 anos, temos muito forte a utilização de metodologias Lean Six Sigma. Então, é natural que usemos ferramentas e modos de trabalho relacionados a elas.

9. Qual a importância do design thinking no desenvolvimento de projetos?

Total importância! Se não tivermos empatia e entendermos profundamente nossos clientes e como é seu dia a dia, jamais facilitaremos a sua vida! A visão da 3M é: tecnologia impulsionando cada empresa; produtos melhorando cada lar; e inovações facilitando a vida de cada pessoa.


“Antes, as demandas chegavam mais espaçadas por conta das ferramentas de comunicação serem mais limitadas.”


10. Quais as principais mudanças em sua rotina e fluxo de trabalho nos últimos 5 anos?

Na minha rotina, a principal mudança foi o nascimento da minha filha, que mexe tanto nos aspectos pessoais, quanto na organização para realizar o trabalho da 3M e exercer o papel de mãe. Em relação ao fluxo de trabalho, como mudei de área no início de 2017, o tipo de demanda mudou. Antes eu trabalhava dando suporte a vendas e aos clientes e, como citei, a velocidade da troca de informações nos fazia lidar com muitos assuntos diferentes no mesmo dia. Antes, as demandas chegavam mais espaçadas por conta das ferramentas de comunicação serem mais limitadas. Atualmente, como trabalho com projetos, os resultados são de médio e longo prazo, e não curto-curtíssimo-imediato. Isso influencia.

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“É importante termos um pipeline (linha de desenvolvimento) de novos produtos bem rico.”


11. Sua área de atuação sofreu transformações por conta das inovações tecnológicas dos últimos anos? Quais foram os principais impactos?

Falando corporativamente pela 3M, sempre somos impactados pelas inovações, desde uma automação que elimina ou dificulta a aplicação de um produto da área industrial, ou mesmo em áreas como saúde ou consumo. A tecnologia vem avançando muito rapidamente e sempre temos de estar atentos às ameaças e aos riscos de algum produto se tornar obsoleto. Por isso que é tão importante termos um pipeline (linha de desenvolvimento) de novos produtos bem rico.

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12. O que você fazia há dez anos que não faz mais? E o que faz hoje e nem era pensado naquela época?

Acho que, 10 anos atrás, eu fazia mais “contas na mão”, fazia planilhas excel e cruzava dados na unha. Alguns anos depois, vieram as facilidades de tabela dinâmica e mesmo compartilhar dados e trabalhar ao mesmo tempo com pessoas alocadas em outros locais. Antes tínhamos que anexar arquivo, a outra pessoa alterava e te mandava de volta. A colaboração está muito mais fácil.

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“Alinhamento entre todos envolvidos é primordial (para o desenvolvimento de projetos).”


13. Quais as suas dicas para o desenvolvimento dos projetos?

Participar do dia a dia da área e liderar as atividades, garantindo a execução. Saber transcrever as necessidades e objetivos para os possíveis stakeholders (interessados) envolvidos. Alinhamento entre todos é primordial.

14. Como é a sua relação com o ecossistema de startups?

A relação é relativamente nova neste ecossistema, atuando apenas há um ano e meio. Participamos da primeira edição do Programa Conexão Startup Indústria, da ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial), que possibilitou as primeiras experiências com startups. Também somos patrocinadores da Weme, de Campinas, um hub de inovação, que fortalece o ecossistema da região como um todo (empresas, institutos de pesquisa, etc.) e aceleram as startups.

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15. Como você se vê profissionalmente em cinco anos?

Eu me vejo neste mesmo desafio de trabalhar com inovação dentro da 3M. Adoro o que faço! Talvez com desafios maiores em termos de projeto ou abrangência.

16. Pensando em seus hábitos e hobbies atuais, o que você considera fundamental para equilibrar sua vida profissional e pessoal?

Acho essencial o tempo que passo com minha família. Com certeza é onde recarrego minhas energias e uso a imaginação com a minha filha de três anos. Faço também exercício físico de três a quatro vezes por semana e busco me alimentar de forma equilibrada. É preciso ter mente e corpo saudáveis para garantir a energia para inovar!


“Basta se dedicar e ter paciência, que as oportunidades virão na hora certa!”


17. Que conselhos você daria ao seu ‘eu’ de dez anos atrás?

Para acreditar que tudo é possível, basta se dedicar e ter paciência, que as oportunidades virão na hora certa!

Automação para gestão de projetos e inovação

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