Ilustração de um homem sentado com um notebook rodeado por icones que representam as real skills

Conheça as real skills, as novas habilidades essenciais

Para alcançar os objetivos planejados para a sua carreira e almejar novas conquistas, um profissional qualificado precisa combinar habilidades vocacionais, que provêm de sua formação, com as competências interpessoais, referentes a maneira como a pessoa se relaciona com seus pares. Conhecidas como hard e soft skills, respectivamente, esses termos pouco a pouco estão sendo substituídos por uma nova definição: as real skills

Ainda recente, mas bastante difundida, as real skills amplificam os conhecimentos já adquiridos em toda a trajetória profissional, combinando as aptidões de ambas as esferas, o que forma um indivíduo mais preparado para aplicar suas capacidades socioemocionais no ambiente de trabalho. 

Nesse artigo, vamos apresentar as principais características das real skills e como você pode desenvolvê-las dentro da sua empresa. 

 

O que são as real skills?

Livremente traduzidas como habilidades reais, as real skills podem ser definidas como um conjunto de competências híbridas, que agregam aspectos ligados à formação educacional com as capacidades cognitivas ligadas ao âmbito social, como a liderança, a empatia, a determinação e o senso de urgência. 

A nova nomenclatura surgiu de um incômodo do autor e especialista em marketing Seth Godin. Em um artigo publicado em 2017, Seth aborda a discussão ainda muito presente sobre o grau de importância das hard e soft skills. Para contextualizar essa disputa, é válido lembrar que durante muito tempo, as habilidades técnicas foram determinantes para o fator de contratação de um profissional. 

Contudo, segundo uma pesquisa realizada pela Gallup, enquanto 96% dos líderes universitários acreditam estar preparando seus alunos para o local de trabalho, apenas 11% dos gestores empresariais concordam com isso. Logo, as empresas passaram a perceber que mais que o grau de instrução presente em um colaborador, era necessário para o desenvolvimento das organizações pessoas com competências socioemocionais, ou seja, um perfil colaborativo, que consegue lidar com as adversidades e responder rápido a elas, bem como possui facilidade em se relacionar com os seus iguais. 

A criação de equipes multidisciplinares com ambas características já havia se apresentado como resposta para muitas companhias. Contudo, ao olhar de Seth, o uso do termo “soft” para exemplificar as aptidões comportamentais diminuía o peso das capacidades emocionais diante do saber técnico. 

Sendo assim, o autor escreveu o textoLet’s Stop Calling Them Soft Skills, onde propôs uma nova terminologia para o conceito: real skills. Segundo Godin, chamá-las de habilidades reais era mais compatível com as necessidades das empresas no momento atual, como as relações humanizadas, o pensamento estratégico, a comunicação oral, a liderança e a adaptabilidade. 

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As principais real skills 

No artigo já mencionado, Seth traça uma comparação interessante sobre a visão das lideranças sobre suas equipes de trabalho. Segundo ele, muitas empresas ainda priorizavam as habilidades vocacionais tal qual um treinador de beisebol valoriza os requisitos físicos e técnicos de seus jogadores. 

Porém, como Godin ressalta, os profissionais dentro de uma organização não devem ser categorizados de forma linear como atletas profissionais, pois existem outros fatores que interferem no desempenho das atividades, logo é necessário uma liderança resiliente para estimular o desenvolvimento da criatividade e a superação dos desafios de maneira coletiva, promovendo o trabalho em equipe em um ambiente saudável. 

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Por ainda ser uma denominação recente, a classificação das real skills são amplas e flexíveis, com diferentes especialistas trazendo diferentes variações em seu campo de atuação. O empreendedor e comunicador brasileiro Marc Tawil é um dos defensores das real skills e enxerga que essas habilidades são pautadas pela determinação, atitude e contribuição. Aproveitando o uso do termo, ele ainda enxerga outras capacidades que serão determinantes para as empresas nos próximos anos, como o autoconhecimento, a honestidade intelectual e antifragilidade, além de outras, como você pode assistir no vídeo a seguir. 

Para entendermos melhor quais são as principais real skills, vamos apresentá-las conforme a categorização estabelecida pelo próprio Seth Godin, que são: autocontrole, produtividade, sabedoria, percepção e influência. 

Autocontrole

As real skills distribuídas nesse grupo são alusivas ao autogerenciamento do próprio trabalho, pela proatividade, capacidade de adaptação, motivação para superar novos desafios, resiliência, empatia e habilidade para repassar seus conhecimentos. 

Produtividade

São real skills que mesclam bastante o conhecimento adquirido nas áreas de estudo com um comportamento atento e objetivo. Envolvem as competências relacionadas a facilidade de uso de ferramentas tecnológicas e automatizadas, bem como a aplicação das habilidades em prol do aprendizado e entregas eficientes da equipe. 

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Sabedoria 

Os profissionais que detêm esse tipo de real skills exercem com frequência a criatividade, o pensamento crítico e o senso artístico, mas também possuem uma visão empática e humana e costumeiramente usam sua habilidade diplomática nos relacionamentos com a equipe, parceiros e com os clientes. 

Percepção 

Com as variações no cenário global e uma nova visão levantada pelo Mundo BANI, a capacidade de enxergar o futuro e perceber as novas tendências com um pensamento estratégico é uma nova real skill. 

Influência

A última categoria  sugerida por Seth Godin englobam real skills que dizem respeito ao desenvolvimento das habilidades necessárias de persuasão e influência, em um sentido de emitir uma comunicação transparente e promover o engajamento entre os colegas de equipe. 

Na tabela abaixo, separamos outras real skills que você não pode perder de vista: 

A procura do mercado pelas real skills 

A reformulação do conceito de skills vem de encontro ao movimento apontado por pesquisas de estudo de mercado em relação ao futuro do trabalho. Conforme o relatório The Future of Jobs Report 2020, produzido pelo Fórum Econômico Mundial, as competências percebidas e grupos de habilidades com demandas crescentes até 2025 estão diretamente ligadas às real skills, como podemos perceber na lista abaixo: 

  • Pensamento analítico e inovador;
  • Aprendizado contínuo de estratégias; 
  • Resolução de problemas complexos; 
  • Criatividade e iniciativa;
  • Liderança e influência social;
  • Uso, monitoramento e controle dos dispositivos tecnológicos; 
  • Resiliência, tolerância e flexibilidade;
  • Capacidade de negociação; 
  • Inteligência emocional. 
 

Dentre as características listadas, podemos notar uma convergência de competências práticas e sociais, além do enfoque para campos voltados ao uso das tecnologias, habilidades de liderança e de comunicação. As empresas que estão na vanguarda desse movimento, adotam as real skills com uma nova proposta de entregar serviços e funcionalidades melhores para o mundo, deixando a imagem de poder de lado e focando na promoção do conhecimento e compartilhamento das melhores práticas. 

Como desenvolver as real skills na sua empresa 

Ao passo que as qualificações técnicas e específicas são aprendidas nas instituições de ensino e em cursos livres, as competências socioemocionais são adquiridas com a experiência relacional, seja no âmbito pessoal ou profissional. E as empresas cumprem um importante papel na formação de colaboradores mais capacitados, construindo um ambiente saudável e justo para todos, fomentando o despertar das real skills. Pensando nisso, separamos algumas dicas de como desenvolver essas habilidades na sua equipe. 

Líderes próximos e colaborativos 

A figura do chefe exigente e inacessível caiu em desuso nos dias atuais, sendo substituído por uma figura resiliente, que abraça novas causas e incentiva o crescimento profissional. As real skills são estruturadas em novas posturas corporativas, na qual líderes e gestores abrem espaço para escuta das necessidades dos colaboradores e promovem uma troca valiosa de experiências. 

Um dos canais de relacionamento e conexão com o próprio time é a comunicação não-violenta, que parte da capacidade de se colocar no lugar do outro, no fortalecimento do trabalho em equipe e principalmente na colaboração ao invés da crítica. Dessa maneira, é possível criar pontos de contato e realizar feedbacks assertivos ao mesmo tempo em que inspira os membros da empresa. 

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Gestão de pessoas para pessoas 

Responsável por valorizar o capital humano de uma empresa, a gestão de pessoas concilia a cultura organizacional da empresa com os desejos e ambições dos colaboradores. No entanto, essa área não é apenas responsabilidade da área de recursos humanos e sim de toda a organização. 

A motivação dos colaboradores passa pelo uso da tecnologia para a coleta de dados, o que resulta em compreender o comportamento das equipes, como é o caso do método de People Analytics, que facilita a tomada de decisões em relação à promoção ou requalificação dos funcionários conforme o interesse demonstrado. Vale lembrar que a prática do reskilling é uma ótima maneira de criar real skills, pois enxerga os potenciais talentos em outra área de atuação, aguçando o desejo por novas capacitações. 

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Gestão colaborativa 

Quando todos participam do planejamento dos projetos e campanhas e entendem os resultados obtidos pela empresa em determinado período de tempo, é natural que haja um engajamento em torno dos procedimentos para que as entregas sejam de qualidade. Essa mobilização parte do uso de técnicas de gestão mais abertas e flexíveis, como a aplicação das metodologias ágeis e a visão da gestão à vista

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O compartilhamento das informações e as oportunidades de treinamentos e capacitações funcionam como um ingrediente energético a mais na superação dos desafios, fazendo com que as pessoas busquem novas soluções e ativem real skills que estavam escondidas. Para isso, a empresa precisa acolher a diversidade cultural em sua equipe, pois assim chegará a espaços antes não alcançados. 

Transformação digital e desenvolvimento das real skills

Antes de vincular-se à imagem de uma empresa moderna, uma companhia precisa entender que o adjetivo modernidade não está ligado apenas aos recursos tecnológicos que ela oferece ao seu quadro de colaboradores, mas em como essa cultura é disseminada e incentivada na rotina de trabalho. 

Por isso, além das ferramentas automatizadas que garantem a agilidade para o fluxo de trabalho, é preciso capacitar os profissionais para que eles aproveitem as funcionalidades dos dispositivos ao máximo, despertando o interesse nos colaboradores pelas tendências de mercado atuais e que com o conhecimento adquirido, se tornem propagadores de novas real skills que são valiosas para a empresa. 

Um software para gerenciar projetos e equipes 

Para você e a sua equipe conseguirem desenvolver real skills, a sua empresa pode adotar uma ferramenta como o Runrun.it. A plataforma te ajuda a acompanhar e a medir o tempo de execução de cada colaborador pelo tempo necessário para a entrega de uma atividade com qualidade. 

Assim você pode determinar prazos mais realistas e organizar a pauta da equipe de forma assertiva e alinhada às habilidades técnicas de cada profissional. Com o software de gestão você consegue ter uma visão do todo dos seus projetos, em andamento e finalizados, por meio de um dashboard personalizável com as métricas mais importantes para você acompanhar de perto o trabalho da equipe e o histórico com as informações de produtividade. 

Dessa maneira, você consegue ter em uma única tela as informações necessárias para tomar as melhores decisões na hora de priorizar as atividades. Crie a sua conta e experimente grátis: http://runrun.it

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Conteúdos e pesquisas mencionadas

https://itsyourturnblog.com/lets-stop-calling-them-soft-skills-9cc27ec09ecb

https://www.forbes.com.br/carreira/2020/08/por-que-as-soft-skills-deixaram-de-ser-desejaveis-para-se-tornarem-essenciais/

https://www.weforum.org/reports/the-future-of-jobs-report-2020

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